Selma Trigo
> A reencarnação como processo educativo - Terra,
planeta-escola
Por muitas vezes, através
dos vários artigos, “batemos numa mesma tecla”
ao som das orientações espirituais trazidas pelo nosso
mentor espiritual Dr. Hermann, “PARA EDUCAR É PRECISO
EDUCAR-SE!”
O tom dessa afirmativa ecoa numa leveza responsável de comprometimento
individual e coletivo, no que concerne à educação,
pois enquanto não soubermos bem dedilhar essa nota, teremos
que repeti-la, quantas vezes forem necessárias, até
absorvermos seu real significado.
Ser educador de espírito é uma missão, nas várias
áreas de ação educativa, seja como pais, responsáveis,
professores e evangelizadores, pois são todos preparados no
plano espiritual para bem exercerem suas missões em nosso planeta-escola,
pois Deus, na sua bondade divina, promove orientações
necessárias, através de espíritos voltados a
essa área de ação. Haja vista, a presença
de Jesus em nosso orbi, há mais de 2000 anos, deixando sua
“marca” de educador através de muitos exemplos
que repercutem até hoje em nossos dias.
Quando pensamos em educação de espírito, pensamos
sem sombra de dúvida, na educação desde de o
momento da concepção. Aliás, é importante
compreender que a educação de espírito é
contínua nos dois planos da vida dele. Ela, a educação,
não para de ser acionada num processo continuo e natural. Mas
quando se trata de reencarnação é na concepção
que todo processo se (re)inicia.
Vejamos o que nos diz a questão 167, de O Livro dos Espíritos,
para melhor compreensão. Kardec perguntou aos Espíritos
em que momento a alma se une ao corpo, e os espíritos responderam:
“A união começa na concepção, mas
só se completa no momento do nascimento.
Em cada reencarnação o espírito mergulha em novas
energias, que vão formar sua estrutura espiritual de forma
a construir novos momentos, com finalidades para suas múltiplas
encarnações.
É preciso estar atento quanto às vibrações
que alimentam o recém-encarnado e as crianças de uma
forma geral, pois a chamada memória continua, que o espírito
tem em si mesmo, exerce força no pensamento. Assim sendo, a
educação recebida na nova encarnação,
deverá favorecer a renovação das vibrações
do campo mental em que o espírito se encontra.
A proposta da educação junto às crianças
e jovens, deve estar pautada na busca da verdade, na consciência
de si mesmo como espírito imortal, no auxílio, no direcionamento
dos pensamentos do espírito, garantindo assim, uma reorganização
das energias da memória atual. Essa memória tem como
finalidade ligar o passado ao presente, através de energias
ligadas ao perispírito que permanecem registradas por vivências
anteriores. Daí o esquecimento do passado para evitar que lembranças
antigas vibrem de forma mais intensa na estrutura mental, o que não
impede de influenciar na atual existência.
Assim o objetivo da educação de espírito vai
sendo alcançado através do despertamento da vontade,
uma das potências da alma mais importantes, que impulsiona as
demais potências, promovendo no espírito o esforço
natural de mudança interior, sofrendo assim, menos influências
externas e transformando e/ou eliminando as experiências anteriores
destrutivas a sua própria evolução.
O lar precisa ser uma fonte de luz e paz, onde as energias emanadas
por todos os envolvidos, possam alimentar e fortalecer o recém-encarnado,
favorecendo seu equilíbrio emocional e espiritual. Daí
cuidar das emanações das palavras, sentimentos e outro
tipo de mensagem que adentre à casa, pois além desses
aspectos, o espírito terá que se deparar com as vibrações
externas na medida de seu crescimento, no campo social e até
climático, pois não sabemos o local que viveram em outras
vidas. Por que não?!
Para o educador, não basta conhecer o espírito, é
preciso saber os métodos educativos seja pela intuição
dos ensinamentos recebidos na espiritualidade, seja pelo conhecimento
prático-educativo da vida, de forma a aplicá-los favorecendo
às crianças uma nova forma de progresso consciente e
ativo, em cada fase de seu desenvolvimento.
Por tudo isso, a ambientação do lar, é fator
importante, pois precisa atender às necessidades espirituais
de cada espírito. Só assim a criança desenvolverá
sentimentos melhores na relação com as pessoas as quais
conviverá.
No livro, O Espírito e seu Processo de Evolução,
de Alzira Bessa e Luciano Varanda, tem um trecho que nos diz assim:
“O espírito, ao adaptar-se diante de uma nova reencarnação,
precisa ser muito amparado para que tenha sucesso (...).” E
em O Livro dos Espíritos, Kardec na questão
208 questiona os espíritos sobre o grau de influência
que os pais exercem sobre seus filhos após seu nascimento e
os espíritos responderam que a influência dos pais é
muito grande.
É preciso, pois, que todos estejam conscientes de suas responsabilidades
e se disponham ao esforço de vencer sua própria tendência
de repetir com as gerações novas as práticas
educacionais de seu tempo de criança. Estamos vivendo uma nova
realidade e os desafios que se apresentam são grandes, mas
se houver amor, todos os obstáculos serão vencidos,
é o que dizem as professoras Dalva Leite e Leila Brandão,
no livro Na Medida Certa – Educação Infantil
na Visão Espírita.
Mas para que tudo isso possa ocorrer com sucesso, é preciso
que os educadores, em especial os pais, estejam compromissados com
Jesus na renovação do Espírito Imortal.
Referências
Bibliográficas:
- Kardec, A. O Livro dos Espíritos. Editora –
2ª ed. Rio de Janeiro: CELD, 2011.
- Canhoto, Américo Marques. A Reforma Íntima no Berço.
1ª ed. São Paulo: Editora Bezerra de Menezes, 2003.
- Varanda, Luciano S. / Amui, Alzira Bessa França. A Libertação
do Espírito. 1ª ed. janeiro/ 2011, Sacramento, MG.
Fonte: Revista
CELD de Estudos Espíritas
https://celd.xyz/wp-content/uploads/04-Revista_CELD_Abril-2018.pdf
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