Selma Trigo
> A educação do espírito começa
no berço
A educação “exige”
dos educadores responsabilidade e um olhar pautado na percepção
dos sentidos.
Sendo a reencarnação um processo educativo, e não
apenas um voltar de novo e viver a vida simplesmente, é preciso
dar sentido à existência dos que junto a nós,
confiam a sua trajetória reencarnatória.
Vivemos um período em que a educação está
baseada em valores que não “fortalecem” as bases
emocionais, psíquicas e espirituais.
Quando se compreende que o espírito reencarnante é um
ser absoluto e inteligente, que traz em seu contexto psíquico-espiritual
a soma das emoções vividas, nas várias existências
reencarnatórias, que formaram e continuarão a formar
suas estruturas perispirituais, se compreenderá o quanto é
importância que a energia da ambientação que viverá
e dos envolvidos no seu contexto existencial é importante,
pois contribuirão para sua estruturação mental.
Por isso, a aceitação da gravidez, o diálogo
com o Espírito durante o processo para que se
sinta realmente seguro em seu retorno à nova existência,
é primordial. Além claro, do envolvimento afetivo, pensamentos
de aceitação e a alegria em “recebê-lo”,
alimentarão o espírito através das sensações,
percepções, visões que os sentidos físicos
e extrafísicos podem lhe proporcionar.
Nesta fase inicial, a chamada infância, o espírito capta
tudo que lhe chega aos sentidos com muita intensidade, por isso pensar
que a criança não tenha percepções mais
sutis nas fases iniciais é realmente um erro. Ao contrário,
é a fase da estruturação do campo emocional do
espírito, pois a criança registra as sensações
através das vibrações que a envolve , introjeta,
e na medida do tempo e possibilidades vai exteriorizando através
do comportamento como uma resposta condicionada aos registros que
guardou em si mesmo.

Dr. Hermann (Espírito), em 16/1/2002,
através da psicografia do médium Altivo C. Pamphiro,
entre muitas questões realizadas, pela Equipe de Evangelização
de bebês do CELD, respondeu à seguinte pergunta feita
pela equipe: “As dificuldades orgânicas e de assimilar
os assuntos se deve ao fato de o recém-nascido não estar
totalmente ligado ao corpo, ou seja, a reencarnação
ainda não está completa? E Dr. Hermann (Espírito),
respondeu: “O recém-nascido além de não
estar ligado completamente ao corpo sofre muito com as vibrações
dos pais e demais pessoas onde ele reside. Enquanto não assume
a própria vida, registra muito os problemas dos outros".
Assim, diante desse contexto, é engano pensar que o recém-nascido
ou crianças nas idades iniciais estão alheias aos acontecimentos
ao seu derredor, pois tudo está no “campo” das
vibrações que nada mais são que energias emitidas
pelo pensamento e sentimentos, reflexo das relações
afetivas equilibradas. Por isso, é de suma importância
uma ambientação pautada no equilíbrio, para que
o recém-nascido ou bebês em tenra idade, possam ir reorganizando
as suas estruturas mentais.
Sendo assim, o diálogo com os bebês olho no olho, durante
esse processo, é primordial. Vai desde o aconchego e calor
físico dos pais através do carinho. a música
suave cantada numa sonoridade agradável com mudanças
de entonação, ou tocada suavemente, observando as reações
do bebê de forma a perceber o que mais lhe agrada a escutar,
a “sonoridade do próprio silêncio da ambiência,
música baseada na paz interior. Assim, o bebê manterá
um campo fluídico harmonioso estimulando seus canais psíquicos-espirituais,
somando as estimulações da inteligência, através
de brincadeiras que os pais devem realizar, dentro da fase de seu
desenvolvimento.
Por vezes, é importante que os pais fiquem a observar as reações-reflexos
de seu filho, para que possam perceber o seu estado de alma, isto
é, conforto íntimo.
Tudo é muito sutil, no contexto da educação.
Pois cada fase do desenvolvimento infantil, tem suas variantes que
precisam ser observadas para melhor acionar a ação educativa.
E se os primeiros estímulos educativos forem bem desenvolvidos,
tudo mais fluirá de forma a favorecer a criança a compreender,
de forma natural e gradativa, a sua condição de espírito
imortal, e seu amparo e orientação pela Lei Divina,
as Lei que regem o homem na Terra.
Somado a todas essas observações, não podemos
esquecer o valor do Culto no Lar e a Evangelização como
antídoto de manutenção da harmonia e da paz que,
naturalmente, vai desenvolvendo no mundo íntimo da criança.
E o bebê, pode ter sua participação nesse momento
do Culto no Lar, onde toda a família se reúne em vibrações
de amor, mantendo o recém-nascido ou a criança, ao lado,
de alguma forma, juntamente com os demais familiares; ou mesmo no
colo.
Errado pensar que o espírito na condição de bebê,
não estará percebendo todo o contexto. Estará
sim, como também recebendo.
Emannuel (Espírito) na introdução do livro Jesus
no Lar, faz a seguinte reflexão: “(...) Quando o Evangelho
penetrar no Lar, o coração abre mais facilmente a porta
ao Mestre Divino (...)”.
Baseados nas reflexões acima, podemos dizer que a educação
não pode ser sucateada ou terceirizada por aqueles que vêm
com a “missão” de educar, já que assumiram
junto à espiritualidade esse compromisso, pois esses educadores
são preparados antes de reencarnarem, a exercer o melhor possível
a tarefa de educadores, no plano terreno.
Pensemos nisso! E busquemos como educadores, bases educacionais, em
nós mesmos para melhor realizar a tarefa de educador de espíritos.
Referências Bibliográficas:
Jesus no Lar, pelo Espírito
Neio Lúcio. Psicografia de Chico Xavier.
Alves, Walter Oliveira, Educação do Espírito
– Introdução à Pedagogia Espírita.
Araras, SP, 13ª edição, IDE, 2007.
– Amuí, Alzira Bessa França / Varanda, Silvieri
Luciano. O Espírito e seu processo de Evolução.(1ª
edição, janeiro/2012) – Editora Grupo Espírita
Esperança e Caridade, Sacramento – Minas Gerais.
Fonte: Revista CELD de Estudos
Espíritas
https://celd.xyz/wp-content/uploads/05-Revista_CELD_Maio-2018.pdf
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