Espiritualidade e Sociedade





Vizconde de Torres-Solanot


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Investigações no terreno dos fenômenos do Espiritismo pelo Grupo Espírita Marietta
Pneumatografia * Bicorporeidade * Materializações Apports e Outros Fenômenos Espíritas

por Vizconde de Torres-Solanot
Presidente do Centro Geral do Espiritismo na Espanha

MEMÓRIA SOBRE OS FENÔMENOS DE MATERIALIZAÇÃO E TRANSPORTE NO GRUPO MARIETTA DE MADRI REDIGIDA PELA COMISSÃO DO CENTRO AMILIAR DE CÓRDOBA QUE OS PRESENCIOU

BARCELONA: Imprensa da Casa Editorial Maucci -1878

 

* texto completo disponível em pdf - clique aqui para acessar

 

 

(trecho da obra)

Resumindo: os fenômenos de tangibilidade são frequentes, mas os de transporte são muito raros, porque muito difíceis de se realizar são as condições em que se produzem. Conseguintemente, nenhum médium pode dizer: a tal hora, em tal momento, obterei um transporte, visto que muitas vezes o próprio Espírito se vê obstado na execução de sua obra. Devo acrescentar que esses fenômenos são duplamente difíceis em público, porque neste quase sempre se encontram elementos energicamente refratários, que paralisam os esforços do Espírito e, com mais forte razão, a ação do médium. Tende, ao contrário, como certo que, na intimidade, os ditos fenômenos se produzem quase sempre espontaneamente, as mais das vezes à revelia dos médiuns e sem premeditação, sendo muito raros quando esses se acham prevenidos. Deveis deduzir daí que há motivo de suspeição todas as vezes que um médium se lisonjeia de os obter à vontade, ou, por outra, de dar ordens aos Espíritos, como a servos seus, o que é simplesmente absurdo. Tende ainda como regra geral que os fenômenos espíritas não se produzem para constituir espetáculo e para divertir os curiosos. Se alguns Espíritos se prestam a tais coisas; só pode ser para a produção de fenômenos simples, não para os que, como os de transporte e outros semelhantes, exigem condições excepcionais

 

(trecho da obra)

O Espiritismo, que em seu sentido mais lato abraça o estudo do mundo espiritual, do mundo material e das relações de ambos os mundos, é ao mesmo tempo uma ciência de observação e uma doutrina filosófica.

O primeiro compilador desta doutrina, o venerável mestre Allan Kardec, a quem é devido, por sua iniciativa e ímprobos trabalhos, o conjunto de ensinamentos que a tirou do empirismo para elevá-la à categoria de ciência, Allan Kardec, repetimos, deixou assentadas as bases sobre as quais seria desenvolvido o Espiritismo, e traçou para nós o caminho por onde deveriam enveredar o estudo e a propaganda.

Com um senso prático, a que nenhum filósofo chegou ainda, e com uma previsão que, dir-se-ia, excede o alcance humano, marcou profeticamente as fases que teria de passar o Espiritismo, apontou com certeiro juízo os escolhos que era preciso evitar, e teve a singular prudência de não penetrar no campo que deveria ficar reservado aos continuadores da sua obra.

Não é possível conhecer Kardec somente estudando suas obras fundamentais; é preciso segui-lo passo a passo nos dez tomos da sua Revista (campo neutral, como ele dizia, onde aquilatava tudo) para apreciar em seu verdadeiro valor a obra daquele gigante, cuja grandeza será julgada com justiça pelas gerações vindouras.

É verdade que ele forneceu mais alimento do que podiam digerir seus contemporâneos, mas não poderia ser diferente, em se tratando de uma ordem de fenômenos, que, sendo tão antigos quanto o homem, dar a eles uma base experimental ficou reservado à nossa época; é verdade também que ele deixou pontos embrionários para que no tempo e no lugar oportunos adquirissem o conveniente desenvolvimento; mas isto é, sem dúvida alguma, o que faz imperecível a obra do mestre, que nos legou bases e princípios fixos, imutáveis como as leis da natureza são, deixando, porém, aos discípulos um vastíssimo campo para novas investigações, que, longe de destruir nada do que foi edificado, completarão o monumento do Espiritismo.

Dez anos transcorreram da desencarnação de Allan Kardec (Isto foi escrito no ano de 1878); nesse tempo, pelo caminho que ele traçou, e conforme deixou previsto, a doutrina propagou-se tanto como nenhum outro exemplar na história; a raça latina e os povos impressionáveis, cuja imaginação se houvesse extraviado começando a conhecer o Espiritismo através dos fenômenos, basearam sua propaganda até agora na parte doutrinária, contando somente com médiuns escreventes que expuseram, desenvolveram e ainda ampliaram a teoria, dispondo-se a entrar na parte essencialmente experimental com um conhecimento prévio, sem o qual teriam se desviado do caminho; a raça anglo-saxônica e os povos reflexivos ingressaram no Espiritismo.

Amparados sempre do fenômeno, e os médiuns de efeitos físicos que eles tiveram por milhares, foram ali o grande elemento de propaganda, e permanecem até nossos dias sendo refratários à noção reencarnacionista e por tanto à doutrina compilada por Allan Kardec; porém as obras deste, recentemente traduzidas ao inglês, ao alemão e ao holandês, penetraram nesses países, sendo acolhidas com calor e defendidas pela mesma imprensa espírita que antes se manifestava bem mais hostil. Note-se, por último, outro significativo movimento.

A chegada à Europa do médium norte-americano Dr. Slade, que depois do ruidoso processo de Londres e de sua estada na Inglaterra, acolhido pela Sociedade Central Espírita Inglesa, visitou as primeiras nações do continente, deixando entre nós o germe da propaganda pela via dos fenômenos; a chegada daquele médium, que despertou no mundo científico o estudo do Espiritismo experimental, coincide com o surgimento nos povos europeus de outros médiuns de efeitos físicos, chegando como obra providencial no tempo oportuno para acelerar o triunfo da nossa doutrina, apresentando o comprovante da consoladora crença com a força brutal do fato, que faz calar o mais recalcitrante materialismo.

Observe-se aí patentemente cumprida a predição de Allan Kardec, e também como as coisas se concatenam no plano da Providência. No momento em que os povos refratários à parte especulativa acolhem a doutrina filosófica do mestre, começa a desenvolver-se a parte fenomenal nos povos antes refratários a esse aspecto do Espiritismo.

Os médiuns Eglinton, Monck, Williams, Firman, Isabel, Amélia, Bredif e outros na Europa e na América Latina, oferecendo hoje ao estudo portentosos fenômenos, ao mesmo tempo em que a noção reencarnacionista entra nos povos anglo-saxões; esses fatos simultâneos assinalam o terceiro acontecimento na história do Espiritismo moderno. O primeiro foi a sua divulgação na América, trinta anos atrás; e o segundo o surgimento das obras de Allan Kardec.

Vizconde de Torres-Solanot - A Médium das Flores

 

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Fonte: http://www.autoresespiritasclassicos.com/Autores%20Espiritas%20Classicos%20%20Diversos/Vizconde%20Torres%20Solanot/Vizconde%20de%20Torres-Solanot%20-%20A%20M%C3%A9dium%20das%20Flores.pdf

 



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