
Resumo
Desde os anos de 1980, amplia-se o reconhecimento
da espiritualidade como um tópico pertinente às questões
de saúde. Nesse período, pesquisadores das ciências
médicas passaram a se dedicar ao tema, a OMS o incluiu em seus
documentos, e políticas públicas de saúde fizeram
dele uma dimensão permanente do cuidado.
Cada uma dessas formulações contribui
para legitimar a sentença espiritualidade é saúde.
Não estaria esse processo também instituindo novas articulações
entre Estado e religião?
Neste texto, abordo essa questão a partir da
oferta e uso do reiki em um hospital público de Porto Alegre.
A partir desse contexto, apresento reflexões
sobre o modo pelo qual a ideia de espiritualidade estabelece configurações
singulares para a presença da religião no espaço
público.