Introdução
Quase 140 anos se passaram após a publicação
de "O Livro dos Espíritos" e o movimento espírita
ainda tem a psicografia como um dos principais canais de comunicação
com o mundo espiritual.
Fenômeno diferente da pneumatografia, ou escrita direta, onde
as palavras surgem espontaneamente grafadas em um meio recipiente,
papel, lousa, paredes ou outros lugares, a psicografia tem por mediação
o psiquismo do médium, o que torna
este fenômeno complexo e exige dos interessados na sua compreensão
um esforço de análise das características da
mesma.
Três linhas de estudo destacam-se na literatura espírita
A primeira discute a existência do fenômeno mediúnico
e busca na psicografia uma base empírica para assegurar a
tese a imortalidade e comunicabilidade das pessoas após a
morte. Nela se tenta refutar hipóteses alternativas à
mediunidade de maneiras diversas.
A segunda, decorrente da primeira, tenta entender as diferenças
do fenômeno psicográfico entre os médiuns e
propor mecanismos diversos que o explicariam, bem como características
que o distinguiriam de fenômenos anímicos (como a imaginação
ativa, por exemplo), fraudes e outras alternativas cabíveis
e existentes.
A terceira abordagem, de orientação mais biologicista,
conjugaria as alterações neurofisiológicas
perceptíveis e tentaria compreender o funcionamento cerebral
durante o fenômeno da psicografia.
Nosso objetivo com este artigo é agrupar em um mesmo texto
idéias que se acham dispersas pela extensa literatura espírita
sobre este tema e discuti-las, preservando suas origens.