Após concluirmos nosso trabalho,
estivemos lendo os comentaristas contemporâneos e nos surpreendemos
com as análises de Hermínio Miranda em seu "Diversidade
dos Carismas", que não comentamos aqui mas recomendamos
ao leitor que se interesse por alguns outros ângulos da questão
e no estudo de mais alguns outros escritores que trataram do tema.
2. Estudo da Clarividência na Metapsíquica e na Parapsicologia:
Em Busca de uma Trajetória Conceitual para o Termo.
Uma questão aparentemente recorrente
nas tentativas acadêmicas de compreender os fenômenos descritos
pelo Magnetismo francês e pelo Espiritismo tem
sido se eles realmente o são como são descritos e se não
poderiam ser explicado por qualquer causa física ou orgânica.
Esta "teimosia reducionista" vem impedindo o avanço
das pesquisas fartamente documentadas do século XIX.
Este é um dos motivos que levou
à discussão metapsíquica de o que realmente seria
a clarividência. A chamada transposição dos sentidos
não seria na verdade um fenômeno telepático? Acreditando-se
ler com os dedos, não estaria o sensitivo registrando os pensamentos
das pessoas e creditando-o ao seu próprio corpo?
Richet entende como
sinônimos os termos clarividência, lucidez sonambúlica,
segunda vista e sugestão mental (p. 25).Todos estariam se referindo
a um "sexto sentido", uma sensibilidade distinta da sensibilidade
dos cinco sentidos, por este motivo denominada criptestesia e que por
esta razão permitiria aos sensitivos obter conhecimentos por
uma via diferente da dos sentidos e do raciocínio, metagnomia,
portanto.
Na classificação que Richet
desenvolveu para os fenômenos próprios dos possuidores
deste sexto sentido, o termo clarividência não formou categoria
de análise, embora Richet houvesse apresentado um grande número
de experiências de percepções não telepáticas
sem o uso dos sentidos. No livro referido, um tema recorrente do criador
da metapsíquica é discutir as conclusões do livro
de Myers, Podemore e Gurney "The Phantasms of the Living"
onde se pretende reduzir as explicações aos fenômenos
inabituais à telepatia. Richet apresenta inúmeros experimentos
onde o experimentador desconhece o conteúdo de objetos e cartas
percebidos por um sensitivo. Um termo que ele parece preferir à
clarividência é hiperestesia.
Os trabalhos de Richet e da Metapsíquica
parecem ter influenciado a parapsicologia americana de Rhine,
no que diz respeito à classificação dos fenômenos
e à necessidade da experimentação. Assim como Richet
estabeleceu uma classificação geral para os fenômenos
inabituais, Rhine denominou os chamados fenômenos parapsicológicos
com um termo geral identificado como Y (psi), distinguindo-os a seguir.
Na Parapsicologia a clarividência volta a ter um lugar como "faculdade
de ver sem os olhos" e distinta de outras faculdades como a telepatia
e a precognição.
Um autor bastante lido pelos metapsiquistas
brasileiros, Robert Amadou, considera a clarividência
como um termo empregado pelos antigos magnetizadores. Ele a define a
seguir como:
"conhecimento de um evento
objetivo, aparentemente independente da atividade sensorial ou racional.
Assim se opõe a clarividência, por distinção
arbitrária e discutida, porém, cômoda, à
telepatia. Pode-se definir objetivamente a clarividência como
uma coincidência inexplicável pelo acaso, uma percepção
sensorial ou um raciocínio consciente ou inconsciente, entre
o estado psicofisiológico do indivíduo ou seu comportamento
e um acontecimento objetivo. Quando a clarividência se exerce
supostamente sobre acontecimentos subjetivos, chama-se, então,
leitura do pensamento."
(1966, p. 380)
A nosso ver Amadou mais confunde que esclarece.
Em uma publicação mais
recente o pesquisador Joseph Rush escreveu um artigo sobre a história
dos estudos parapsicológicos e reafirmou o sentido original da
clarividência, redigido por Grasset, como a faculdade de ver através
de corpos opacos. Ele se refere a um trabalho de Richet, datado de 1888,
onde ele conduz um experimento bem sucedido de cartas lacradas em envelopes
(1986, p. 26) e a define como a "percepção não
sensorial de informação normalmente não conhecida
por ninguém".
O pesquisador brasileiro Hernani
Guimarães Andrade considera a clarividência como:
"capacidade de perceber visualmente,
sem usar o sentido da vista, cenas, imagens, seres, tanto visíveis
quanto invisíveis para as pessoas comuns; posteriormente, este
vocábulo, na Parapsicologia, adquiriu um significado mais amplo,
abrangendo toda a gama de fenômenos compreendida pela criptestesia
geral na nomenclatura de Richet" (p. 30) Envolveria portanto,
fenômenos de telepatia, clariaudiência, transposição
dos sentidos e premonição.
O que se conclui desta rápida incursão nas ciências
dos fenômenos psíquicos não habituais é que
mesmo nos dias de hoje o termo clarividência guarda uma dupla
acepção, adotada de forma diferenciada pelos diferentes
autores e que deve ser entendida antes de iniciar-se a leitura de uma
obra do ramo. Alguns a empregam como sinônimo de faculdade paranormal,
em um sentido mais amplo. Outros lhe preservam o sentido mais específico
de "visão sem os olhos", ressalvadas as diferenças
entre telepatia, precognição e memória extracerebral.
Como a mediunidade praticamente saiu da "agenda" de pesquisa
dos principais parapsicólogos, a parapsicologia não se
pronuncia (senão ocasionalmente e de forma redutiva) sobre os
fenômenos de vidência descritos pelo Espiritismo, não
lhe permitindo distinção ou paralelo.
3. Médiuns Videntes, Sonambúlicos
e Clarividência na Obra de Allan Kardec.
Definição e Fenômenos
de Clarividência
O termo clarividência surge
pela primeira vez com seu sentido próprio²
na parte de "O Livro dos Espíritos" que trata da emancipação
da alma. Na questão 402, Kardec trata de uma "espécie
de clarividência" que acontece durante os sonhos, onde a
alma tem a faculdade de perceber eventos que acontecem em outros lugares.
Neste ponto, portanto, ele emprega o termo como uma faculdade de ver
à distância sem o emprego dos olhos. Os sonâmbulos
seriam capazes deste fenômeno devido à faculdade de afastamento
da alma de seu respectivo corpo seguida da possibilidade de locomoção
da mesma. (q. 432)
Pouco depois, na questão 428,
ele indaga aos espíritos sobre a "clarividência
sonambúlica". Ele certamente se refere à
faculdade já bastante descrita na literatura que trata do sonambulismo
magnético, que, na questão 426, os espíritos consideraram
equivalente ao sonambulismo natural, com a diferença de ter sido
provocado. Os espíritos lhe respondem que as duas faculdades
possuem uma mesma causa: a percepção visual é realizada
diretamente pela alma do clarividente. Logo a seguir, Kardec pergunta
sobre os outros fenômenos da clarividência sonambúlica
(q. 429) como a visão através dos corpos opacos e a transposição
dos sentidos. Os espíritos reafirmam que os clarividentes vêem
afastados de seus corpos, e que a impressão que afirmam de estarem
"vendo" por alguma parte do corpo, reside na crença
que possuem que precisam deste para perceberem os objetos. A existência
da faculdade sonambúlica não assegura a veracidade de
todas as informações obtidas neste estado, com o que concordam
os espíritos (q. 430).
Dando continuidade à linha de
indagações sobre o sonambulismo, Kardec pergunta de onde
se originam os conhecimentos apresentados pelos sonâmbulos que
eles não possuem em estado de vigília e que não
se explicam diretamente pela percepção sonambúlica.
Os espíritos argumentam que em estado de emancipação,
os sonâmbulos podem acessar conhecimentos que lhes são
próprios, originários de existências anteriores,
ou de outros espíritos com quem comunicam-se (q. 431). Faz sentido,
então, questionar se todos os sonâmbulos são médiuns
sonambúlicos, distinção esta que Kardec aprofundará
em "O Livro dos Médiuns". Ainda em "O Livro dos
Espíritos", afirma-se que a maioria dos sonâmbulos
vê os espíritos, mas que muitos deles podem crer que se
trate de pessoas encarnadas, por lhes ser estranha a idéia de
seres espirituais.
Êxtase e Clarividência
Kardec distingue os fenômenos
sonambúlicos do êxtase e da dupla vista. O êxtase
seria um sonambulismo profundo. Neste estado ocorreria o contato com
espíritos etéreos, o que causa as impressões geralmente
registradas pelos santos. Na questão 455 encontra-se a seguinte
descrição:
"Cerca-o então resplendente
e desusado fulgor, inebriam-no harmonias que na Terra se desconhecem,
indefinível bem-estar o invade: goza antecipadamente da beatitude
celeste e bem se pode dizer que pousa um pé no limiar da eternidade.
No estado de êxtase, o aniquilamento do corpo é quase
completo. Fica-lhe somente, pode-se dizer, a vida orgânica.
Sente-se que a alma se lhe acha presa unicamente por um fio, que mais
um pequenino esforço quebraria sem remissão. Nesse estado,
desaparecem todos os pensamentos terrestres, cedendo lugar ao sentimento
apurado, que constitui a essência mesma do nosso ser imaterial
"
Kardec, entretanto, admite que muitas vezes o extático é
vítima da sua própria excitação, fazendo
descrições pouco exatas e pouco verossímeis, podendo
chegar a ser dominados por espíritos inferiores que se aproveitam
da sua condição.
Êxtase, portanto, é um
estado sonambúlico profundo caracterizado pela perda ou extrema
redução da consciência dos eventos que acontecem
ao redor do extático, alterações emocionais e um
certo sentimento de "sagrado", onde o mecanismo básico
é a emancipação da alma.
Lucidez e Clarividência
No livro "Definições
Espíritas"³, Kardec define
a clarividência como a "faculdade de ver sem o concurso
da visão" e logo depois como "percepção
sem o concurso dos sentidos". Posteriormente Kardec distingue
clarividência de lucidez, da seguinte forma:
"A palavra clarividência
é mais genérica; lucidez se diz mais particularmente
da clarividência sonambúlica."
(KARDEC, 1997. p. 85)
Dupla Vista e Clarividência
A dupla vista, ao contrário,
seria a faculdade de perceber pelos olhos da alma, sem que para tal,
seja necessário o estado sonambúlico, em outros termos,
sem que o percipiente entre em transe profundo.
A dupla vista seria uma faculdade permanente
das pessoas que a possuem, embora não estejam continuamente em
exercício da mesma. (q. 448) É
uma faculdade que se manifesta de forma espontânea, embora a vontade
de quem a possui tenha um papel em seu mecanismo e possa desenvolver-se
com o exercício. Da mesma forma que a mediunidade, há
organismos que são refratários a esta faculdade, e a hereditariedade
parece desempenhar algum papel na transmissão da mesma. Kardec
fez uma descrição das alterações
psicofísicas que o portador da dupla vista ou segunda vista costuma
apresentar (q. 455):
"No momento em que o fenômeno
da segunda vista se produz, o estado físico do indivíduo
se acha sensivelmente modificado. O olhar apresenta alguma coisa de
vago. Ele olha sem ver. Toda a sua fisionomia reflete uma como exaltação.
Nota-se que os órgãos visuais se conservam alheios ao
fenômeno, pelo fato de a visão persistir, mau grado à
oclusão dos olhos. Aos dotados desta faculdade ela se afigura
tão natural, como a que todos temos de ver. Consideram-na um
atributo de seus próprios seres, que em nada lhes parecem excepcionais.
De ordinário, o esquecimento se segue a essa lucidez passageira,
cuja lembrança, tornando-se cada vez mais vaga, acaba por desaparecer,
como a de um sonho. O poder da vista dupla varia, indo desde a sensação
confusa até a percepção clara e nítida
das coisas presentes ou ausentes."
Kardec, em suas "Obras Póstumas"
(1978, p. 101) faz uma afirmação preciosa para a distinção
entre dupla vista e clarividência, que consideramos por bem transcrever:
"No sonamabulismo, a clarividência
deriva da mesma causa (4); a diferença está em que, nesse
estado, ela é isolada, independe da vista corporal, ao passo
que é simultânea nos que dessa faculdade são dotados
em estado de vigília."
É importante frisar que
em Kardec o sonambulismo natural, o sonambulismo provocado
ou magnético, o êxtase e a dupla vista são faculdades
que possuem o mesmo mecanismo: a emancipação da alma.
A clarividência seria um fenômeno passível de ocorrer
nos dois primeiros estados. Embora a clarividência seja um fenômeno
predominantemente anímico, há a possibilidade de ocorrerem
percepções do mundo dos espíritos, ou seja, de
sua associação com faculdades mediúnicas. Para
evitar confusão, consideramos adequado o emprego do
termo clarividência mediúnica.
Médiuns Videntes e Dupla Vista
Em "O livro dos médiuns"
(parágrafo 167), Kardec considera como médiuns videntes
as pessoas dotadas da capacidade de ver os espíritos. Nesta categoria
temos os médiuns capazes de ver os espíritos em estado
de vigília e os que apenas a possuem em estado sonambúlico
ou próximo deste. A faculdade não é permanente,
estando quase sempre associada a uma crise passageira. Podemos substituir
o termo crise por transe, entendendo que por crise passageira
o autor se refere aos chamados estados sub-hipnoidais ou de transe superficial.
As pessoas dotadas de dupla-vista podem
ser consideradas médiuns videntes, as que percebem os espíritos
durante os sonhos, não. As aparições acidentais
e espontâneas não configuram a existência desta faculdade,
que permite ver qualquer espírito que se apresente.
Kardec afirma que este tipo de médiuns julga ver os espíritos
com os olhos, mas tanto os vêem com olhos fechados quanto com
olhos abertos.
A faculdade pode ser desenvolvida, mas
Kardec recomenda que não se provoque este tipo de faculdade,
para que o suposto médium não se torne joguete da sua
imaginação. Ele considera prudente não dar crédito
senão ante provas positivas, como " a exatidão no
retratar Espíritos que o médium jamais conheceu quando
encamados". Ao advogar a possibilidade de desenvolvimento da faculdade,
entendemos que Kardec se refere às pessoas já dotadas
da mesma, e não da errônea idéia de desenvolvimento
da mediunidade em quem quer que seja.
Médiuns Sonambúlicos
e Clarividência
Curiosamente, Allan Kardec distingue
em duas classes de médiuns os médiuns videntes e os médiuns
sonambúlicos. Ele justifica esta classificação
dizendo que sonambulismo e mediunidade são "duas ordens
de fenômenos que freqüentemente se acham reunidos".
(parágrafo 172)
...o Espírito que se comunica
com um médium comum também o pode fazer com um sonâmbulo;
dá-se mesmo que, muitas vezes, o estado de emancipação
da alma facilita essa comunicação. Muitos sonâmbulos
vêem perfeitamente os Espíritos e os descrevem com tanta
precisão, como os médiuns videntes.
Conclusões:
Vidência e Clarividência em Allan Kardec
Como vemos, Kardec situa em seu plano
analítico os fenômenos anímicos e mediúnicos,
de forma obviamente distinta dos pesquisadores da Metapsíquica
e da Parapsicologia.
Com as informações até
então encontradas, concluímos que a distinção
entre vidência e clarividência na obra de Allan Kardec pode
ser explicada a partir do esquema abaixo:
Estado de Consciência |
Transe Profundo
(estado sonambúlico e de êxtase, em terminologia
kardequiana) |
Transe Superficial
(crise passageira, em terminologia kardequiana) |
- |
Fenômenos Anímicos |
Clarividência sonambúlica ou lucidez
|
Vidência mediúnica (6) |
Fenômenos Mediúnicos |
Clarividência mediúnica (5) |
Vidência mediúnica (6) |
Mecanismo Geral |
Emancipação da alma |
Emancipação da alma |
Concluímos, portanto, que a chave da distinção
entre a clarividência e a vidência mediúnicas,
encontrada na obra kardequiana, reside na extensão do
transe mediúnico.
O leitor da obra de Kardec deve cuidar-se
também para não confundir clarividência com mediunidade,
uma vez que ele emprega o termo em sentido amplo, podendo referir-se
a fenômenos anímicos como a visão à distância
sem o emprego dos olhos, visão através de corpos opacos
e "transposição de sentidos" (que seria uma
impressão do sonâmbulo, e não uma descrição
do mecanismo do fenômeno, que é, em última ordem,
a emancipação da alma). A relação entre
clarividência e mediunidade fica bem ilustrada com o auxílio
da figura abaixo:

4. A Clarividência e os Médiuns Videntes no Livro "O
Espiritismo Perante a Ciência" de Gabriel Delanne
Delanne trata do percurso de fenômenos e idéias
no período que compreende o magnetismo e o hipnotismo na segunda
parte do livro "O Espiritismo perante a ciência".
O termo clarividência,
aqui, é empregado como sinônimo de dupla-vista.
Delanne não mantém a distinção
de Kardec, empregando-os indistintamente.
É bastante esclarecedora a sua
digressão histórica. Ele analisa os fenômenos encontrados
na literatura do chamado sonambulismo natural, sonambulismo magnético
e hipnotismo. Deter-nos-emos nos fenômenos de clarividência.
Ele entende por sonambulismo natural
como um caso particular do sono onde "o indivíduo caminha
dormindo e procede como se estivesse acordado". (p. 91) Duas
características são arroladas para distinguir-se das movimentações
que podem acompanhar os sonhos: "o andar durante o sono"
e "a perda da lembrança do que se passou, ao acordar".
(p. 92) Neste estado de consciência, encontram-se muitos relatos
de pessoas que prosseguem suas atividades intelectuais. Músicos
registram composições, filósofos redigem textos,
sacerdotes escrevem sermões.
A questão da clarividência
está associada ao sonambulismo natural em função
das peculiaridades descritas com relação aos casos de
sonâmbulos. Delanne faz a transcrição de diversos
casos da literatura médica da época, onde se vêem
uma sonâmbula que sobe no telhado de sua casa de olhos fechados
sem acidentar-se, um farmacêutico sonâmbulo que faz formulações
químicas durante o sono e que consegue "ler"
de olhos fechados uma receita absurda colocada por um médico
para testar suas faculdades sonambúlicas e de um sacerdote sonâmbulo
que escrevia e lia seus sermões, corrigindo-os durante o ato
sonambúlico, mesmo tendo sido colocado um anteparo entre seus
olhos fechados e o papel onde escrevia.
Nestes exemplos, a clarividência
é entendida como uma forma de visão sem o uso dos olhos.
Por sonambulismo magnético, o
autor entende como a provocação do estado sonambúlico
através do emprego do magnetismo animal. (p. 103) O estado sonambúlico
é caracterizado pela insensibilidade da pele, do sentido do olfato
(a reação ao amoníaco, por exemplo), e da reação
aos estímulos sonoros ambientes e mesmo uma insensibilidade a
estímulos dolorosos.
Interessa-nos a descrição
feita por Delanne dos fenômenos perceptivos dos sonâmbulos
artificiais. Da mesma forma que nos casos de sonambulismo natural. Há
relatos de casos de transposição dos sentidos e de dupla-vista,
onde uma sonâmbula de Deleuze lê oito linhas com os olhos
vendados (p. 107). Há casos relatados de visão nas costas,
audição pela palma das mãos, leitura pela extremidade
dos dedos, leitura de cartas à distância, entre outros.
Em todos os casos, Delanne busca elementos para demonstrar a tese
da emancipação da alma de Kardec como a que melhor
explicaria estes fenômenos.
Finalmente o pesquisador francês
trata do hipnotismo, que a seu ver nada mais é
que uma nova teoria para explicar os fenômenos do sonambulismo
magnético. Revendo os estudos de Braid,
ele relata que os hipnotizados não doentes podem, com os olhos
fechados, "desenhar, descobrir objetos ocultos, designar os
indivíduos a quem estes objetos pertencem, ouvir uma conversa,
em voz baixa, num aposento vizinho, enfim, predizer o futuro".
(p. 126) Vemos aqui também a existência de fenômenos
de clarividência. Assim como Allan Kardec, seu discípulo
mantém o emprego do termo clarividência para fenômenos
não-mediúnicos.
Na mesma obra citada, Gabriel Delanne
trata da mediunidade de vidência, que conjuntamente
com a mediunidade de audiência considera como mediunidades sensoriais.
Para explicar os fenômenos que
havia analisado, ele considera dois tipos de mecanismos de vidência:
um primeiro onde o médium veria com os olhos e um segundo em
que o médium veria em estado de desprendimento (médium
sonambúlico, portanto, na descrição kardequiana).
Em um primeiro momento, Delanne distingue
a mediunidade vidente das ilusões de ótica e das alucinações.
A mediunidade vidente se distingue da alucinações à
medida que caracteriza-se como a percepção de pessoas
que viveram, dão mostras da sua identidade e apresentam conhecimentos
verificáveis, desconhecidos anteriormente pelos médiuns.
Outro elemento importante de distinção entre os fenômenos
que poderíamos adicionar ao seu trabalho seria o caráter
patológico da personalidade das pessoas que alucinam sem o uso
de drogas ou as alterações fisiológicas causadas
por doenças orgânicas, como as febres. Em síntese,
os médiuns videntes teriam "supostas alucinações"
sem que as mesmas transtornassem sua saúde mental.
Na mediunidade sonambúlica,
o vidente entraria em um certo torpor, afastando-se do corpo sem, no
entanto, adormecer. Ele passa a relatar as percepções
que tem do ambiente físico e espiritual ao alcance da sensibilidade
do seu perispírito, e que são transmitidos ao seu sistema
nervoso.
A visão dos espíritos
"com os olhos", no pensamento de Delanne, seria distinta
das materializações. Seu suporte empírico parece
vir dos inúmeros casos isolados de aparições espontâneas,
como as "visitas no momento da morte" para pessoas
que aparentemente nunca mostraram qualquer dote mediúnico, que
Flammarion tanto descreveu em seus trabalhos. No caso das materializações,
todos os presentes percebem pelo órgão da visão
os espíritos, que se servem do "fluido nervoso"
do médium de efeitos físicos para "condensar-se".
No caso da vidência com os olhos, Delanne descreve o seguinte
mecanismo que reproduzo a seguir:
"...Se um Espírito,
porém, quer manifestar sua presença, entra em relação
fluídica com o encarnado, assim como vimos precedentemente,
e, estabelecida a comunicação, acumula pelo magnetismo
espiritual, no nervo ótico, uma quantidade de fluido nervoso
maior que de ordinário; certas fibras se sensibilizam e podem,
desde logo, entrar em vibração correspondente à
do invólucro do Espírito. Desde que se produz esse fenômeno,
o ser, assim modificado, vê o Espírito e o verá
enquanto a ação continuar." (p. 370-371)
Continuando sua explicação,
Delanne afirma que com a repetição do fenômeno as
fibras óticas se adaptariam aos poucos às vibrações
dos espíritos, tornando-se cada vez mais apto à sua percepção.
Desta forma, faria sentido falar em um novo sentido. (p. 371)
Neste fenômeno os espíritos
atuariam em suas vibrações da mesma forma que nas experiências
da Ótica onde os raios ultravioleta tornam-se visíveis
ao serem dirigidos a um vidro que contém silicato de urânio.
Embora esta tese se constitua em uma
explicação plausível para os fenômenos de
aparições espontâneas, ela nos deve ainda alguns
esclarecimentos. Se os espíritos podem atuar diretamente no nervo
ótico das pessoas em geral, alterando suas vibrações,
porque a faculdade de percebê-los visualmente não é
universal? Caso haja alguma singularidade das fibras óticas de
algumas pessoas, que seriam então médiuns videntes "com
os olhos", porque as alterações anatômicas
ainda não foram constatadas pela medicina contemporânea?
Que estruturas anatômicas agem como sensores para as ondas espirituais?
Se não há alterações anatômicas, que
alterações funcionais distinguem médiuns videntes
de pessoas sem esta faculdade? Enquanto tais respostas não são
respondidas satisfatoriamente, prefiro crer que a faculdade de vidência
espiritual tem por elemento sensor o perispírito do médium.
5. Vidência e Clarividência na Obra de André Luiz
Encontramos referências sobre
a mediunidade de vidência e a clarividência em dois livros
de André Luiz, psicografados por Francisco Cândido Xavier.
Em "Mecanismos da mediunidade",
são apenas três parágrafos justapostos ao final
do capítulo que trata dos efeitos intelectuais. Neles André
Luiz afirma que os fenômenos de clarividência e clariaudiência
têm por mecanismo a transmissão de quadros e imagens do
espírito comunicante para a mente do médium, "valendo-se
dos centros autônomos da visão profunda, localizados no
diencéfalo, ou lhe comunica vozes e sons, utilizando-se da cóclea"
(p. 135).
Este fenômeno, como qualquer outro
fenômeno mediúnico, seria tanto mais nítido
quanto maior a sintonia mental entre espírito comunicante e médium.
Encontramos algumas informações
adicionais no livro intitulado "Nos domínios da
mediunidade". O instrutor Áulus afirma que os médiuns
acreditam ver e ouvir, mas esta impressão é apenas "derivada
do hábito", já que os órgãos dos
sentidos não são os sensores do plano espiritual.
Decreve-se a diferença de percepção
de médiuns dotados da mesma faculdade e a interveniência
dos fenômenos psicológicos de um dos médiuns sobre
a capacidade de registrar as idéias do espírito comunicante.
No enredo, o médium Castro, embora veja o espírito Clementino,
não lhe registra as palavras porque deseja ver a mãe,
já desencarnada.
Um outro evento importante diz respeito
à dificuldade do médium distinguir cenários do
plano espiritual de imagens mentais do espírito comunicante.
No enredo do texto, André Luiz se espanta ao ouvir o relato da
médium Celina de ter visto um riacho e a visão de Eugênia
de um edifício de crianças, que ele não era capaz
de perceber. Áulus lhe explica que as médiuns
tomavam por imagens o que em verdade eram pensamentos sugeridos por
Clementino.
Após rever os capítulos
deste último livro que tratam de mediunidade sonambúlica
e desdobramento, não encontramos qualquer explicação
por parte do autor espiritual ou dos seus instrutores voltada à
clarividência.
Dada a exiguidade de informações,
nossas conclusões apontam para uma pequena distinção
entre os conceitos de André Luiz e de Allan Kardec. Não
encontramos também em "Mecanismos da Mediunidade"
uma distinção clara entre as duas faculdades que estamos
estudando neste artigo. André Luiz não parece distinguir
clarividência de vidência, focalizando suas análises
no que há de comum entre estas duas faculdades.
Talvez, por esta razão, Martins
Peralva tenha focalizado seu conceito de clarividência,
após a leitura deste autor espiritual, na acuidade da
percepção, quando diz que a clarividência
é "a faculdade pela qual a pessoa vê
os Espíritos com grande clareza" e a clariaudiência
é "a faculdade pela qual a pessoa ouve
os Espíritos com nitidez".
6. Concluindo
Tendo revisto três importantes
autores espíritas sobre a questão da distinção
entre vidência e clarividência, não encontramos divergências
importantes entre eles, embora acreditemos que eles empreguem estas
palavras de modo diferente.
Nossa opinião é de que
é dispensável a polêmica calcada em significado
de palavras e totalmente desnecessário definir um sentido universal
para elas.
O estudioso do Espiritismo deve,
entretanto, ser capaz de distinguir estas nuances de cada um dos autores
a fim de compreender melhor o que desejam expressar, quando
derivam suas considerações, a partir de sua terminologia
e evitar confusão das suas afirmações.
7. Fontes Bibliográficas
AMADOU, Robert. Parapsicologia.
São Paulo: Mestre Jou, 1966.
ANDRADE, Hernani G. Parapsicologia experimental. São Paulo: Pensamento,
s.n.
ANDRÉ LUIZ. Mecanismos da mediunidade. Rio de Janeiro: FEB, 1977.
[Psicografado por XAVIER, Francisco Cândido]
______ Nos domínios da mediunidade. Rio de Janeiro: FEB, 1979.
. [Psicografado por XAVIER, Francisco Cândido]
DELANNE, Gabriel. O espiritismo perante a ciência. Rio de Janeiro:
FEB, 1993.
KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. [online] Rio de Janeiro:
FEB, edição eletrônica.
______ O livro dos médiuns. [online] Rio de Janeiro: FEB, edição
eletrônica
______ Definições espíritas. Niterói - R.J.:
Lachâtre, 1997.
______ Obras póstumas. Rio de Janeiro: FEB, 1978. ["Causa
e natureza da clarividência sonambúlica" e "A
segunda vista"]
PERALVA, Martins. Clarividência e clariaudiência. In: Estudando
a mediunidade. Rio de Janeiro: FEB, 1981.
PIRES, J. Herculano. Parapsicologia hoje e amanhã. São
Paulo: Edicel, 1987.
RUSH, Joseph. Parapsychology: a historical perspective. In: EDGE, Hoyt
et al. Foundations of parapsychology. Boston: Routledge & Kegan
Paul, 1986.
SANTOS, Jorge Andréa. Nos alicerces do inconsciente. Rio de Janeiro:
Fon Fon e Seleta, 1980
- Capítulo completo do
livro “O Transe Mediúnico e Outros Estudos”, de 1999.
Uma versão simplificada foi enviada para publicação
no Boletim GEAE
Fonte:
http://www.geae.inf.br
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Deolindo Amorim conhece Carlos Imbassahy
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