Possuidor de uma bagagem de conhecimentos
acadêmica, Allan Kardec não desconhecia que o
termo Espírito era entendido de forma diferente
por autores diferentes nos diferentes ramos da arte, da Filosofia
e da cultura.
Um de seus primeiros cuidados ao escrever “O Livro dos Espíritos”,
foi definir para o seu leitor o que ele entendia por alma.
Nesta empreitada ele coloca frente a frente a concepção
de três tradições de pensamento: a materialista,
a panteísta e a espiritualista.
As Diversas Concepções de
Espírito
As concepções materialistas não
aceitam a alma, ou entendem que o que se atribui a ela não
passa de propriedades do organismo humano. Os autores contemporâneos
que adotam esta posição podem admitir muitas variações
em torno do tema. Uns insistem que as faculdades humanas são
produtos do organismo e de sua hereditariedade, outros valorizam
mais a influência das experiências culturais na constituição
do espírito humano e outros admitem a construção
da subjetividade na vida social, mas todos eles entendem que as
faculdades do indivíduo se extinguem com a morte do corpo.
As concepções panteístas propõem
a indissociabilidade entre o conceito de Deus e do Universo. Esta
idéia central acomoda diversas variações, como
a idéia de um universo com consciência, a idéia
de que Deus é nada mais que o universo ou a idéia
que postula que o universo é apenas aparência, existindo
apenas Deus. Rivail possivelmente teve contato com as teses panteístas
de Plotino, de Espinoza e com as teses panteístas das doutrinas
orientais, como as das doutrinas hinduístas e as das doutrinas
budistas. Com relação ao Espírito, Kardec destacou
uma das idéias panteístas que afirmava que o princípio
inteligente seria extraído de um todo universal, ao nascer,
e que após a morte retornaria a este todo, perdendo sua individualidade
“como as gotas de chuva no oceano”. A individualidade
seria, por conseqüência, uma ilusão a que estamos
temporalmente sujeitos.
A concepção espiritualista propõe
a existência de um “ser moral, distinto e independente
da matéria e que conserva sua individualidade após
a morte”. Ela entende que a inteligência e as outras
faculdades psicológicas têm sua origem neste ser distinto,
e não são um mero produto do funcionamento do organismo.
Esta concepção abarca um grande número de escolas
de pensamento. Religiões como o catolicismo, os movimentos
protestantes, o islamismo e os cultos celtas são igualmente
espiritualistas. Como a esta idéia central, Kardec adicionou
outras idéias que ele colheu em comunicação
com os espíritos, ele considerou melhor criar um nome para
este novo conjunto de concepções sobre o Espírito,
que denominou Espiritismo.
A Concepção Espírita
A concepção espírita que encontramos na obra
kardequiana, aceita a idéia geral espiritualista, exposta
acima, e lhe faz diversas contribuições. Allan Kardec
desenvolveu o conceito a partir de duas grandes fontes: a observação
das faculdades de médiuns e de sonâmbulos e o diálogo
com os espíritos que se manifestavam em suas reuniões
e nas de grupos com os quais mantinha contato.
Allan Kardec trabalha com duas definições
de espírito em “O Livro dos Espíritos”:
o Espírito como um princípio e os Espíritos
como seres.
Como princípio (1), o Espírito
é a fonte da inteligência
(2), das capacidades cognitivas,
sem o qual um corpo não possui consciência de si e
do mundo ao seu redor. O codificador subscreve a fala do seu interlocutor,
que afirma que o Espírito é quem “intelectualiza
a matéria” (3), isto é,
permite a existência do homem encarnado e dos animais superiores,
uma vez que estes últimos apresentam rudimentos de cognição.
Kardec afirma que a origem dos pensamentos reside além do
corpo, embora este seja o principal meio de comunicação
das idéias entre os espíritos encarnados. Este conceito
de Espírito, é uma abstração com fins
pedagógicos, uma idéia que explica a origem extracorporal
da consciência de si, da individualidade e da capacidade de
pensar e de perceber sem a intermediação dos órgãos
dos sentidos. O Espírito, entretanto, não existe,
uma vez que ele só é encontrado no universo revestindo
algum tipo de matéria, seja a matéria densa (espírito
encarnado), seja a matéria sutil ou fluido universal em um
estado próximo ao primitivo (espírito desencarnado).
Como seres, os Espíritos (4)
são os “seres inteligentes da criação”,
que pré-existem e sobre-existem ao corpo. São criados
por Deus (5), que os faz constantemente
(6). Os espíritos são
criados em condições de igualdade, “simples
e ignorantes” (7), dotados de
potencial e liberdade de escolha para desenvolverem-se (8).
Do seu relacionamento com os demais espíritos e com a natureza
sobrevém o desenvolvimento intelectual e moral. Não
se concebe no Espiritismo a existência de seres especiais
criados para a prática do mal (demônios)
(9) ou para a prática
do bem (anjos) (10). No uso do livre
arbítrio, entretanto, os espíritos escolhem o que
desejam fazer, podendo praticar atos de crueldade, intolerância,
mesquinhez e outros considerados maus ou atos de benevolência,
caridade, sabedoria e dedicação, considerados bons.
Enquanto o Espírito seria uma fonte irradiadora (11)
de pensamentos, sem forma humana, os Espíritos são
encontrados envoltos por um perispírito, um invólucro
semimaterial (12)
que geralmente assume a forma humana, mas que é moldável
pelas emanações do Espírito.
Os espíritos (as pessoas consideradas mortas, portanto) são
capazes de se comunicar com os homens vivos (que denominamos “encarnados”)
através do pensamento, e se fazem perceber por algumas pessoas
que possuem uma capacidade especial denominada mediunidade. Os médiuns
são capazes de perceber, conseqüentemente, os Espíritos
(o Espírito revestido do perispírito) e suas emanações
(pensamentos, sentimentos, desejos, etc.).
A partir do tipo de pensamentos, intenções, palavras
e ações do cotidiano de um espírito, se lhe
qualifica a condição interior. Assim como os homens,
há diversos tipos de espíritos: ignorantes, pretensiosos,
bondosos, sábios, etc. Kardec propôs uma escala para
classificar os espíritos (13),
que auxilia ao estudioso e ao praticante da mediunidade a identificá-los,
preservando-os de acreditarem em tudo o que dizem.
Allan Kardec também emprega o
termo alma para referir-se aos espíritos, mas restringe
o seu emprego aos espíritos encarnados (14),
possivelmente para evitar confusão.
Na concepção espírita os Espíritos são
perfectíveis (15), e se reencarnam
diversas vezes até que se tornem puros (16).
O esquecimento aparente das experiências passadas não
se constitui um obstáculo ao desenvolvimento, uma vez que
a bagagem adquirida pelos espíritos continua influenciando-os
sob a forma de impulsos e de predisposições. Os espíritos
não se reencarnam imediatamente após a morte, permanecendo
um tempo mais ou menos dilatado no mundo dos espíritos (17),
estado este que Kardec às vezes denomina erraticidade
(18) quando aplicado aos espíritos
que ainda têm que reencarnar.
A alma tem por origem o princípio inteligente (19)
que se encontra nos seres inferiores da criação. Este
princípio se “individualiza pouco a pouco” e
desenvolve as capacidades humanas, tendo “consciência
do seu futuro, capacidade de distinguir o bem do mal e a responsabilidade
dos seus atos”. Tendo, uma vez, desenvolvido as capacidades
humanas, o princípio inteligente pode ser denominado Espírito.
Um ponto importante desenvolvido pelo codificador diz respeito às
sensações e percepções dos espíritos
(20) e
há todo um estudo sobre a vida de relação com
os outros espíritos, os homens e a natureza quando os espíritos
se encontram no intervalo entre encarnações, cujo
detalhamento foge ao escopo deste trabalho.
O Trabalho dos Continuadores da Obra de Kardec
Os três continuadores franceses da obra de Kardec, cujos trabalhos
são mais conhecidos no Brasil são, sem dúvida,
Camille Flammarion, Léon Denis e Gabriel Delanne. Herdeiros
do pensamento kardequiano, estes autores obviamente continuaram
dando tratamento de pesquisa e reflexão sobre o tema do espírito.
Sua abordagem, entretanto, parece pautar-se em duas grandes diretrizes
de trabalho: a realização de pesquisas empíricas
visando à comprovação dos postulados espíritas
e a ampliação do corpo teórico baseada nestas
observações e na análise da obra kardequiana.
Flammarion é o mais influenciado, principalmente no início
de sua obra, pelos postulados empíricos. Sua sonora frase
no túmulo de Kardec ecoou no movimento espírita de
sua época:
“Os fenômenos físicos,
sobre os quais a princípio não se insistia, hão
de tornar-se objeto da crítica experimental, a que devemos
a glória dos progressos modernos e as maravilhas da eletricidade
e do vapor.” (FLAMMARION, 1869)
Ele empreendeu, então um
projeto sistemático que residia em estudar fenômenos
mediúnicos e anímicos visando à demonstração
de faculdades não explicáveis a partir dos cinco sentidos.
O leitor interessado irá encontrar em “O Desconhecido
e os Problemas Psíquicos” todo um estudo com
base em depoimentos que sustenta trabalhos como:
A comunicabilidade entre moribundos
e pessoas vivas, à distância, através de percepções
não sensoriais;
A insuficiência da tese alucinatória para explicar
os fatos de percepção à distância de
fatos verídicos;
A existência de fenômenos de comunicação
com moribundos, de fenômenos telepáticos e de visão
à distância durante o sonho;
Ele conclui este livro afirmando,
com base em sua casuística que:
1o – A alma existe como
personalidade real, independente do corpo;
2o – A alma é dotada de faculdades ainda desconhecidas
da Ciência;
3o – Ela pode agir e perceber, à distância,
sem os sentidos como intermediários; (...)”
FLAMMARION, 1980, p. 270-271
No livro “A Morte
e seu Mistério”, este autor desenvolve ainda
mais os temas tratados em “O Desconhecido e os Problemas Psíquicos”,
mas é no livro “As Casas Mal Assombradas” que
ele irá tratar dos fenômenos de efeitos físicos,
através da apresentação de casos de “assombração”
ou “poltergeist”. Após a análise das evidências
e a exclusão das hipóteses alternativas à imortalidade
e manifestação dos espíritos, o astrônomo
de Juvisy assim se pronuncia:
“Se o resultado dos nossos estudos fosse negativo, comprovando
que certas almas não se comunicam e mesmo que não
há senão manifestações fragmentárias,
ecos imperfeitos de Espíritos ainda ligados à vida
terrena, ou ainda produções pessoais inconscientes,
não deixaríamos de o proclamar com toda a franqueza.”
FLAMMARION, 1983, p. 272
Gabriel Delanne dedicou-se à pesquisa e
à discussão teórica dos princípios espíritas.
Ele talvez seja o mais propositivo dos três continuadores.
Quase todos os seus livros tratam da questão do Espírito
dentro da proposta espírita, que inclui o perispírito,
a reencarnação, os estados sonambúlicos e mediúnicos,
etc. Infelizmente os seus mais densos trabalhos “As aparições
materializadas dos vivos e dos mortos” e “Pesquisas
sobre a Mediunidade” ainda não estão disponíveis
para o público brasileiro interessado.
No livro “A Alma é Imortal”,
ele discorre com profundidade sobre o “envoltório da
alma”, o perispírito. O leitor encontrará uma
síntese dos fenômenos apresentados pelos pesquisadores
do magnetismo animal, médiuns, aparições e
materializações estudadas pela “Society for
Psychical Research” assim como os trabalhos de “Albert
de Rochas” e as fotografias de espíritos, como base
de sustentação empírica deste conceito kardequiano.
Após o debate das hipóteses alternativas ele conclui:
“A alma se encontra unida
à substância perispirítica, que coisa nenhuma
pode destruir, visto que, pelo seu estado físico, ela é
o último termo das transformações possíveis:
ela é a matéria em si. (...) Somente a vontade o
21 pode modificar, não, porém, mudando-lhe a substância,
mas expurgando-a dos fluidos grosseiros de que se satura no começo
de sua evolução. (...) As vidas múltiplas
são o cadinho purificador. A cada passagem por ele, o Espírito
sai do invólucro corpóreo mais purificado e, quando
há vencido as contingências da matéria, acha-se
liberto das atrações terrenas e desfere o vôo
para outras regiões menos primitivas.”
DELANNE, 1978, p. 288
Em “A Evolução
Anímica” ele agrupa cinco ensaios sobre temas
diretamente ligados à concepção kardequiana
de Espírito. Ele afirma as propriedades de organização
do corpo físico próprias do perispírito, comparando-as
à dinâmica do eletromagnetismo sobre alguns metais.
Apresenta inúmeros estudos que mostram a existência
de capacidades humanas, como a memória, nos animais, de forma
rudimentar. A partir destes fatos, ele argumenta em defesa de um
evolucionismo espiritual, onde o perispírito possui um papel
de arquivo das aquisições do ser, que vão sendo
acumuladas sob a forma de automatismos nos reinos inferiores. A
seguir ele analisa estudos psicológicos, psicopatológicos
e sobre o sonambulismo e o magnetismo, para ampliar as suas considerações
sobre a memória humana. A seguinte frase sintetiza suas conclusões:
“O estudo do Espírito
tem de ser feito, portanto, abrangendo os seus dois aspectos:
um ativo, que é o da alma propriamente dita, ou seja, o
que em nós sente, pensa, quer, e, sem o qual nada existiria;
outro, passivo – o do perispírito, inconsciente,
almoxarifado espiritual, guardião inalterável de
todos os conhecimentos intelectuais, tanto quanto conservador
das leis orgânicas que regem o corpo físico.”
DELANNE, 1992, p. 181
Ele se detém na análise
das relações entre Espírito, perispírito
e corpo, entendendo-os em interação articulada, como
se vê na passagem abaixo:
“Durante a reencarnação,
o Espírito está, pelo perispírito, tão
intimamente ligado ao corpo, que toda e qualquer modificação
mórbida, na célula nervosa do cérebro, equivale
a uma alteração das faculdades espirituais.”
DELANNE, 1992, p. 181
Este livro prossegue com o estudo
da atuação do perispírito na formação
do corpo e na origem das doenças que nos acometem e na análise
da loucura. Aqui ele afasta alguns obstáculos postos pelos
pensadores materialistas à hipótese anímica:
os instintos humanos encontráveis em todos os indivíduos,
a transmissão hereditária das doenças e o papel
do organismo na loucura.
Delanne propõe, em consonância com o pensamento kardequiano,
ser o Espírito, tendo como arquivo auxiliar o seu perispírito,
através do ciclo das reencarnações, quem ascende
ininterruptamente pelas manifestações da “vida
vegetativa, orgânica e psíquica”.
Estes temas são recorrentes em Delanne nas suas outras obras:
“O Espiritismo Perante a Ciência”, “O Fenômeno
Espírita” e “A Reencarnação”.
O terceiro continuador, mas não menos importante, é
Léon Denis. Sua obra é a mais filosófica
e a mais abrangente, se considerarmos as “frentes de trabalho”
abertas por Kardec. Ele acompanhou as contribuições
que os pesquisadores empiristas fizeram ao tema à sua época,
mas não se restringiu a eles, tratando a Doutrina Espírita
em seu tríplice aspecto.
O tema do espírito aparece mais desenvolvido em sua obra
prima, “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”
e em “O Porquê da Vida”, e de
forma mais sucinta e tópica em outros trabalhos como “Depois
da Morte” e “Síntese Doutrinária
e Prática do Espiritismo”, “O
Além e a Sobrevivência do Ser”.
Ele entende que a Alma é:
“... o princípio
de vida em nós. A alma do homem é um espírito
encarnado; é o princípio da inteligência,
da vontade, do amor, a sede da consciência e da personalidade.”
DENIS, 1982, p. 21
Com esta definição ele deixa claro que não
apenas a inteligência, mas as faculdades psicológicas
superiores e a própria personalidade repousam em um princípio
espiritual. Não há aqui uma contradição
com o pensamento kardequiano, mas uma afirmação clara
das conseqüências desta concepção de espírito.
Ele acata a idéia filosófica que aponta uma dualidade
de naturezas e entende que o homem participa das duas:
“O homem participa de duas
naturezas: Pelo seu corpo, pelos seus órgãos deriva-se
da matéria; pelas suas faculdades intelectuais e morais,
procede do Espírito”.
DENIS, 1981, p. 22
O que é o ser pensante (o
problema do ser)? Denis entende que o problema do ser é a
alma.
“É a alma que fornece
ao homem o seu princípio de vida e movimento. A alma humana
é uma vontade livre e soberana, é a unidade consciente
que domina todos os atributos, todas as funções,
todos os elementos materiais do ser (...)
... A dissolução das formas materiais prova simplesmente
uma coisa: que a alma é separada do organismo por meio
do qual comunicava com o meio terrestre.”
DENIS, 1979, p. 56
Neste livro, Denis trabalha com
duas propostas de sustentação desta concepção
de Espírito: a proposta filosófica (calcada na lógica
e na moral) e a proposta científica (calcada nas evidências
experimentais da existência e sobrevivência da alma).
O apoio filosófico é desdobrado de dois pressupostos:
a incapacidade da matéria gerar qualidades que ela não
possui (22) e “a noção
do bem, gravada no fundo das consciências” (23).
O apoio científico é construído a partir de
diferentes linhas de pesquisa: Fenômenos considerados psicopatológicos,
como o desdobramento da personalidade, em análise detida,
alteração de faculdades dos sentidos e da cognição
durante o sono, fenômenos sonambúlicos, telepatia,
manifestações de mortos (aparições e
materializações, especialmente), fotografias espíritas,
provas de identidade de espíritos pela via mediúnica,
estudos de fenômenos de incorporação e fenômenos
incomuns relacionados a memória são descritos e referidos
por ele em sua obra, mostrando que a crença na imortalidade
da alma pelos espíritas não repousa em considerações
lógicas de ordem metafísica e dogmática, mas
como conseqüência racional do exame de fatos pouco conhecidos
pela ciência oficial de sua época (24).
Denis emprega o termo evolução (usado apenas en
passant por Kardec em “A Gênese”) referindo-se
ao progresso da alma. Seu conceito é importante por colocar
a concepção espírita da vida em plano diverso
de outras concepções, como a epicurista e as de algumas
correntes de pensamento católico:
“O objetivo da evolução,
razão de ser da vida, não é a felicidade
terrestre, como muitos erradamente crêem, mas o aperfeiçoamento
de cada um de nós, e esse aperfeiçoamento devemos
realizá-lo por meio do trabalho, do esforço de todas
as alternativas da alegria e da dor, até que nos tenhamos
desenvolvido completamente e elevado ao estado celeste. Se há
na Terra menos alegria do que sofrimento, é que este é
o instrumento por excelência da educação e
do progresso, um estimulante para o ser, que, sem ele, ficaria
retardado nas vias da sensualidade. A dor, física e moral,
forma a nossa experiência. A sabedoria é o prêmio.”
(25)
Não entenda o leitor apressado
que Denis faça uma apologia da dor, ele apenas mostra como
ela pode servir de instrumento para o aperfeiçoamento humano,
quando surge de forma inevitável no caminho das pessoas.
A Identidade do Espiritismo
Como se pode ver, a concepção espírita é
bastante complexa, o que justifica a proposta de se criar o termo
espírita e Espiritismo para circunscrever este amplo sistema
de idéias.
O que é o Espírito é uma das questões
cuja resposta vai colocar o leitor na dimensão espírita
ou fora dela, dependendo do tipo de postulados que ele venha a defender.
Deve ser bem conhecida pelos que se interessam pela doutrina espírita.