(trecho inicial)
Crianças americanas que
reivindicam lembrar de vidas passadas
The Journal of Nervous and Mental Disease (1983), Vol. 171, No. 12,
pp. 742-748
Um desconhecido número de crianças
americanas alegam lembrar de vidas passadas. Neste artigo, dados de
79 dessas crianças são analisados e comparados com os
dados de um número maior de casos na Índia.
Poucas crianças americanas destes casos fazem declarações
verificáveis, e aquelas que fazem quase sempre falam sobre
as vidas de membros falecidos de suas próprias famílias.
Nesta característica, casos americanos diferem dos indianos,
onde as crianças normalmente falam das vidas de pessoas falecidas
em outra família e freqüentemente em outra comunidade.
As crianças indianas também com freqüência
fazem declarações verificáveis sobre as vidas
de tais pessoas.
Em alguns outros pontos, porém, como a idade da primeira declaração
sobre as vidas prévias, o conteúdo das declarações
que fazem e comportamentos incomuns relacionados, sujeitos americanos
assemelham-se bastante aos da Índia.
Embora muitos dos casos americanos possam derivar de fantasias, um
motivo de desejo realizável ou evidente proveito para a criança
não é discernível na maior parte deles. Nem fazem
os casos se assemelharem em suas fantasias sob a forma de amigos imaginários.
Alguns casos americanos deste tipo acontecem em famílias que
já acreditam em reencarnação, mas muitos outros
não. Nestas famílias as declarações da
criança sobre uma vida prévia são freqüentemente
enigmáticas e até alarmantes para seus pais. A criança
é às vezes envolvida em conflito sobre memórias
aparentes com membros de sua família. Por sua vez, os membros
de família imediatamente envolvidos quase sempre temem que
outros familiares ou outras pessoas na comunidade considerem a criança
anormal.
Muitos casos americanos são inicialmente reportados anos depois
da primeira fala da criança sobre uma vida prévia; e
parece provável que muitos outros casos nunca sejam reportados.
Um propósito deste artigo é alertar psiquiatras e pediatras
para a ocorrência de tais casos e encorajar o relatório
deles para estudos adicionais.
(...)
Vários tipos de evidência
mostraram que para muitos dos informantes a idéia de reencarnação
era estranha ou incompatível. Primeiro, os pais freqüentemente
reconheceram que reencarnação não era ensinada
(e em algumas exemplos eram especificamente censuradas) na religião
em que foram educados. Segundo, eles freqüentemente admitiram
que inicialmente zombaram, ralharam e ocasionalmente castigaram a
criança por reivindicar lembrar de uma vida prévia.
Terceiro, às vezes, anos decorreram entre a alegação
da criança sobre uma vida prévia e a notificação
dos informantes sobre o caso. (existem várias explicações
possíveis para esta demora, mas uma foi a falha em não
se considerar de modo sério as declarações da
criança) Quarto, muitos informantes não gostavam que
outros membros de sua família soubessem que eles estavam comunicando
informações sobre o caso para mim. Quinto, alguns pais
escreveram ou telefonaram em um estado de confusão e ocasionalmente
alarmados em relação às declarações
da criança, pois que eles obviamente não tiveram nenhum
preparo em uma experiência anterior ou instrução
religiosa.
Estas observações (e às vezes mais declarações
explícitas dos pais) indicam que as declarações
da criança frequentemente conflitam de modo sério com
as crenças de seus pais e outros membros de suas famílias.
Elas também sugerem que em razão de alguns casos permanecerem
não relatados por um tempo, outros casos — cujo número
não podemos supor — podem nunca se tornarem conhecidos
pelos investigadores.