Este trabalho analisa as práticas da pedagogia
do assistencialismo em três instituições de caridade
que atenderam à família e à infância pobre
na cidade de Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, no
período de 1930 a 1990. Os marcos temporais referem-se à
edição de duas leis: o primeiro, quando se adotava a
legislação para regular a Assistência e Proteção
a Menores (Decreto n. 17.943, 12/10/1927), o segundo, quando se implantou
a nova lei, o Estatuto da Criança e do Adolescente (lei n.
8069, 13/06/1990), alterando profundamente a legislação
anterior.
Foram investigados, a Cidade Ozanam, obra assistencial da Sociedade
de São Vicente de Paulo, o Lar dos Meninos Dom Orione, organizado
pela Congregação dos Orionitas, ambos de orientação
católica, e o Abrigo Jesus, de orientação espírita
kardecista. Atenção especial foi dispensada às
diferentes orientações religiosas e ideários
assistenciais, disseminados nas práticas dessas instituições
que se organizaram procurando isolar e educar os pobres, afastando-os
da ociosidade e promiscuidade considerados ameaçadores à
ordem social. A partir de diferentes concepções educativas
e suas práticas, essas instituições revelaram
trabalho missionário de catequese para educar os pobres, moralizando-os
e disciplinando-os para transformá-los em trabalhadores e cidadãos.
A pesquisa documental revelou o seguinte material: jornais, revistas,
atas, relatórios oficiais e das instituições,
fichas de internamento dos abrigados e fotografias. Algumas entrevistas
com lideranças filantrópicas e assistenciais propiciaram
maior esclarecimento sobre as práticas da pedagogia assistencial.
A análise se orientou por marcos teóricometodológicos
presentes nos seguintes autores: Michel Foucault, Pierre Bourdieu,
Giovanna Procacci, Bronislaw Geremek, Catherine Rollet-Echalier, André
Petitat, Roger Chartier, Gertrude Himmelfarb, Marion Aubrée
e François Laplatine, Marcos Cezar Freitas, Maria Luiza Marcílo,
Moisés Kuhlmann Jr., Cynthia Greive Veiga e Luciano Mendes
de Faria Filho.
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