Psicólogos e médicos encontram
o caminho para o equilíbrio mental combinando terapias e remédios.
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O
Equilíbrio do Cérebro e da Alma
- Uma boa notícia para depressivos, ansiosos
e fóbicos: amparados em novas descobertas, psiquiatras e psicólogos
unem forças para combater os transtornos da mente, superando
décadas de divergências.
Estatística:
30% da população mundial
terá, pelo menos uma vez na vida, algum tipo de transtorno
mental.
70% desses transtornos são
ligados às famílias da ansiedade ou da depressão.
Os quadros mais comuns são:
fobias (24%), depressão (17%), distimia (6%) e ansiedade generalizada
(5%). A soma dá mais de 30% porque parte dos pacientes apresenta
distúrbios simultâneos.
O Sueco Tomas Furmark trabalha na fronteira do conhecimento na área,
que hoje em dia consiste na intersecção entre psicologia,
psiquiatria e outras áreas da medicina. Ele é o autor
de um artigo que causou grande repercussão na comunidade científica.
Utilizando uma técnica de obtenção de imagens
do cérebro – a tomografia por emissão de pósitrons
(PET) – Furmark analisou o encéfalo de pacientes com
fobia. Parte desses pacientes havia se tratado unicamente com terapia
cognitivo-comportamental, e outra parte havia recorrido a remédios.
O resultado de seus estudos mostrou que a terapia altera o funcionamento
cerebral tanto quanto a química.
Comentando o assunto, o alemão Klaus Grawe, pesquisador da
Universidade de Berna e outra grande autoridade no assunto, destacou
o fato de que experiências de vida alteram o cérebro
tanto quanto remédios – e o trabalho de Furmark dava
novas provas dessa evidência.
O uso da neuroimagem para fins psiquiátricos é uma das
vertentes mais exploradas atualmente. Existem trabalhos que mostram
quais são as alterações no cérebro em
casos de Alzheimer, transtorno obsessivo-compulsivo e depressão.
(...) A mente é tão complexa, no entanto, que é
impossível chegar a conclusões definitivas com base
nessas evidências, pois “(...) não dá
para mapear o curso dessas doenças no cérebro porque
elas se apresentam de forma diferente de indivíduo para indivíduo”,
diz o psiquiatra Beny Lafer, ex-docente da universidade americana
Harvard e atualmente professor de psiquiatria da Universidade de São
Paulo.
“Além disso
– continua Lafer -, as técnicas de neuroimagem
identificam apenas o funcionamento cerebral nos transtornos, mas
nada dizem sobre as causas. Para estabelecê-las precisamos
investigar a hereditariedade e os eventos da vida de cada indivíduo.
Daí a importância de integrar a genética, a
psiquiatria e o estudo dos fatores psicossociais”.
Não há dúvidas
de que grandes avanços da Ciência tem sido observados
no que diz respeito aos tratamentos dos transtornos mentais que aturdem
a humanidade. Entretanto, a presente reportagem apenas coloca o enfoque
da estreita visão materialista. Chama muito a atenção
o título da reportagem porque “alma” no seu sentido
mais comum é “o ser imaterial e individual que em
nós reside e sobrevive ao corpo” (2).
Mas não é este sentido que o articulista coloca em sua
abordagem, senão aquele que considera a alma como “princípio
da vida material orgânica; não tem existência própria
e se aniquila com a vida”, conforme nos esclarece a interpretação
de Allan Kardec. (2)
Ou seja, toma a alma no seu conceito de mente, como efeito e não
causa.
Aqui vemos exatamente a caracterização do que assevera
Washington Luiz Nogueira Fernandes (3):
“Alguns profissionais
e estudiosos dos problemas psiquiátricos não dão
qualquer margem à introdução de aspectos espirituais
na compreensão das patologias mentais que se lhes apresentam,
pelo simples motivo de não conhecerem absolutamente nada
sobre o assunto, apresentando uma atitude de total cepticismo”.
E aduzimos nós que muitos
conhecem e até admitem, mas não tem a coragem de superar
os preconceitos ou barreiras culturais e acadêmicas para admitir
tais vínculos.
Feito estes esclarecimentos, destacamos da matéria a constatação
de que há uma situação de convergência
ou integração das diversas áreas da medicina
para buscar as soluções para os transtornos mentais.
É louvável esta atitude por parte dos profissionais
na abordagem e tratamento dos pacientes. E melhor ainda é observar
que, no Brasil, tal prática é comum, inclusive utilizando
outros recursos fora do campo da medicina propriamente dita –
como o das terapias alternativas. Quem visite (recomendamos com alta
ênfase) o Hospital Espírita de Psiquiatria Bom Retiro,
de Curitiba, departamento da Federação Espírita
do Paraná, poderá verificar os resultados auspiciosos
que são obtidos dentro da sua filosofia de trabalho -
(http://hospitalbomretiro.com.br/filosofia.html).
Reportando-nos á abordagem
do psiquiatra Dr. Lafer, mencionado anteriormente, vem-nos o registro
de que, mesmo com a mais atual das tecnologias – no caso os
equipamentos de obtenção de neuroimagens – não
se tem logrado “mapear o curso das doenças”,
e isto porque as doenças não residem unicamente no cérebro,
que é apenas o aparelho receptor da estação transmissora
que é o Espírito. Vemos então que, apesar das
similaridades nas estruturas orgânicas dos cérebros,
os agentes causais (espíritos) guardam profundas diferenças
entre si, dados os diversos níveis evolutivos encontrados na
humanidade encarnada. Isto é muito claro para nós espíritas.
Houvesse o estudioso da reportagem dilatado um pouco mais a sua pesquisa
– em benefício da melhor compreensão do assunto
pelos dignos leitores – e teria alcançado o escalonar
das diversas forças da Psicologia (4):
a primeira, com John Watson; a segunda força, com a Psicanálise
de Freud; a terceira força com a Psicologia Humanista de Maslow
e Rogers e a quarta força, a Psicologia Transpessoal, baseada
na Psicossíntese de Roberto Assagioli e na grande obra de Karl
Gustav Jung, discípulo dissidente de Freud. Destes expoentes
da Psicologia, somente Freud ganhou destaque na reportagem.
Como sabemos, o assunto aqui enfocado é profusamente tratado
na denominada “Série Psicológica”
do Espírito Joanna de Angelis, um conjunto de “doze
obras de excelente conteúdo, abordando temas psicológicos
à luz do Espiritismo”(4),
motivo pelo qual o destacamos e enfatizamos a importância de
sua leitura e estudo.
“Se medicar, tratar e curar o organismo carnal já
é bastante complexo, imaginemos o que significa atender às
profundezas da alma humana”, alerta-nos Suely Caldas Schubert
(5). E o
Espírito Joanna de Angelis apresenta em palavras claras que
“As admiráveis conquistas das ciências psíquicas
– a psiquiatria, a psicologia e a psicanálise –
que têm oferecido nobres terapêuticas preventivas e curadoras
para os desvios de comportamento e outras alienações
mentais, não lograram tornar mais feliz nem mais seguro neste
momento o viajor do Terceiro Milênio. Felizmente, luzem novas
perspectivas de salvação propostas pela moderna psicologia
Transpessoal, que encontrou o Espírito como responsável
por todas as ocorrências de sua trajetória, ele mesmo
o autoterapeuta para a recuperação dos valores perdidos,
sob a segura orientação de especialistas credenciados
nessa área para o ajudar”.(5)
Diante dos avanços científicos já alcançados
nesta área e enquanto aguardamos que a Providência Divina,
na sublime planificação do futuro melhor para a humanidade,
abra novos caminhos para que a terapia do amor prevaleça, permaneçamos
vigilantes na oração e constantes na prática
da “Evangelhoterapia”(3).