Mônica Soares
> A santa paciência

Mais uma vez a lição
divina chega até nós por intermédio de uma quadrinha
popular e anônima. E não foi o próprio Mestre
Jesus quem ensinou, pelas parábolas, que as lições
mais preciosas devem ter reflexo na vida cotidiana do homem, para
que, nele, o ensinamento eternize-se? Nestas singelas palavras existe
o raciocínio lógico de que fortes são os que
esperam. Entre os homens, são os que esperam no Senhor, aqueles
que têm a certeza de que “há no Universo uma Justiça
Infalível, onde nenhum de nossos males se perde; pois que não
há dor sem compensação, nem trabalho sem proveito...”,
como ensina Léon Denis.
Nem tudo nessa vida é fácil, mas certamente nada é
impossível. E é com o sofrimento e a fé que o
homem aprende a esperar em um Deus soberanamente bom e justo, e a
crer que Ele sempre estará intervindo a favor de seus
filhos, mesmo em meio às vicissitudes, ou quando tudo desaba
sobre os ombros dos chefes de família, ou até mesmo
diante das tragédias. “Lembrai-vos de que nada sucede
debalde, nem sem causa; quase todas as nossas dores vêm de nós
mesmos, de nosso passado, e abrem-nos os Caminhos do Céu. O
sofrimento é um iniciador; revela-nos o sentido grave, o lado
sério e imponente da vida. Esta não é uma comédia
frívola, mas uma tragédia pungente; é a luta
para a conquista da vida espiritual. E nessa luta, o que há
de maior é a resignação, a paciência, a
firmeza, o heroísmo...”
Nesse contexto, os espíritas que já compreendem que
tudo o que ocorre na vida do espírito encarnado tem um motivo
para ocorrer, sejam acontecimentos bons ou ruins, devem fortalecer,
cada vez mais, esta certeza de que absolutamente Nem tudo nessa vida
é fácil, mas certamente nada é impossível.
E é com o sofrimento e a fé que o homem aprende a esperar
em um Deus soberanamente bom e justo, e a crer que ele sempre estará
intervindo a favor de seus filhos, mesmo em meio às vicissitudes,
ou quando tudo desaba sobre os ombros dos chefes de família,
ou até mesmo diante das tragédias. “Lembrai-vos
de que nada sucede debalde, nem sem causa; quase todas as nossas dores
vêm de nós mesmos, de nosso passado, e abrem-nos os Caminhos
do Céu. O sofrimento é um iniciador; revela-nos o sentido
grave, o lado sério e imponente da vida. Esta não é
uma comédia frívola, mas uma tragédia pungente;
é a luta para a conquista da vida espiritual. E nessa luta,
o que há de maior é a resignação, a paciência,
a firmeza, o heroísmo...” Nesse contexto, os espíritas
que já compreendem que tudo o que ocorre na vida do espírito
encarnado tem um motivo para ocorrer, sejam acontecimentos bons ou
ruins, devem fortalecer, cada vez mais, esta certeza de que absolutamente
tudo é aprendizado dentro da necessidade de evolução
espiritual. É como afirma Albino Teixeira, por intermédio
da psicografia de Chico Xavier, na lição “Cultivando
a Paciência”, do livro “Coragem”:

“Se você foi vítima
de preterição em serviço, reconhecerá
que isso aconteceu em favor da sua elevação de nível;
se perdeu o emprego, ante a perseguição de alguém
que lhe cobiçou o lugar, creia que alcançará
outro muito melhor; se um companheiro lhe atravessou o caminho atrapalhando-lhe
um negócio, transações mais lucrativas aparecerão
amanhã em seu benefício; se determinada criatura lhe
tomou a residência, manejando processos inconfessáveis,
em futuro próximo terá você moradia muito mais
confortável; (…); se pessoas queridas lhe menosprezam
a confiança, outras afeições muito mais sólidas
e mais estimáveis surgirão a caminho, garantindo-lhe
a segurança e felicidade. Mas nunca pretiras, não persigas,
não atrapalhes, não desconsideres, não menosprezes
e nem prejudiques a ninguém, porque sofrer é muito diferente
de fazer sofrer, e a dívida é sempre uma carga dolorosa
para quem a contrai”.
Paciência vem de paz, que por sua vez vem de moderação,
da mansuetude, como ensinou o Cordeiro de Deus. “Bem-aventurados
os que são mansos, porque possuirão a Terra (Mateus,
V: 4); Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados
Filhos de Deus (Mateus, V: 9)”. Essas máximas de Jesus
(ESE, cap; IX, itens 1, 2 e 3) revelam as leis da doçura, da
moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência
como condição para que seja o homem reconhecido como
“Filho de Deus”, exatamente como seu próprio filho
encarnado na Terra. “Sede pacientes; a paciência também
é uma caridade e deveis praticar a lei da caridade ensinada
pelo Cristo, enviado por Deus. A caridade que consiste na esmola dada
aos pobres é a mais fácil de todas; existe, porém,
uma muito mais penosa e bem mais meritória: é a de perdoar
aqueles que Deus colocou no nosso caminho para serem os instrumentos
de nosso sofrimento e submeterem à prova a nossa paciência…
E continua o Espírito amigo: “A vida é difícil,
eu sei; ela se compõe de mil insignificâncias que são
como picadas de alfinetes que acabam nos ferindo. É preciso,
no entanto, olhar os deveres que nos são impostos, e, por outro
lado, ver as compensações e consolações
que recebemos, e então constataremos que as bênçãos
são muito mais numerosas do que as dores. O fardo que carregamos
parece menos pesado quando olhamos para o alto do que quando curvamos
a cabeça para a terra (…)”
Conquistar essa paciência realmente é muito difícil,
da mesma forma que perdoar os inimigos, ou fazer o bem àqueles
que nos fazem o mal. Fosse fácil não teria o filho de
Deus morrido, encarnado, para nos deixar esses exemplos. Mas como
para tudo há um começo, os espíritos indicam
que o primeiro passo é sempre olhar para trás, e o segundo
é olhar para dentro de nós mesmos. Paciência não
é apenas calar diante do outro, mas ir além, e mergulhar
dentro de nós para reconhecer a violência que ainda existe
lá dentro. A violência da impaciência, que transborda
a cada momento em que o outro não reage como gostaríamos,
ou diante da ingratidão de um ser querido. Nessa hora o que
fazemos? Reagimos na contramão do que nos pede Jesus, e respondemos
“à altura”. Com a mesma violência, ou até
um pouco mais.
“Onde não há paciência não pode existir
sabedoria”. A frase é de Santo Agostinho, e ele ensina
ainda mais:
“O homem impaciente não
tolera a dor, mas tampouco se liberta dela, pois tudo o que ele
faz é incorrer em um sofrimento ainda maior. Já o
homem paciente prefere suportar o mal sem cometê-lo. Em vez
de cometê-lo, sem suportá-lo; e assim sua paciência
torna mais leve o que a impaciência tornaria mais pesado”.
Charles Dickens também deixou
uma frase genial sobre a paciência:
“Possua um coração
que nunca endurece, um temperamento que nunca pressiona e um coração
que nunca magoa”.
Jean Paul Sartre anotou assim:
“Não importa o que
fizeram de ti. Importa o que fizeste do que fizeram de ti”.
E Léon Denis completa esse
raciocínio de forma esplendorosa: “Homem, meu irmão,
aprende a sofrer, porque a dor é santa! Ela é o mais
nobre agente da perfeição. Penetrante e fecunda, é
indispensável à vida de todo aquele que não quer
ficar petrificado no egoísmo e na indiferença. É
uma verdade filosófica: ‘Deus envia o sofrimento àqueles
à quem ama’… Aprende a sofrer… Esforça-te
por seres a teu turno um exemplo para os outros; por tua atitude na
dor; pelo modo voluntário e corajoso por que a aceites; por
tua confiança no futuro, torna-a mais aceitável aos
olhos dos outros... Numa palavra, faze a dor mais bela!”...

ABRIR MÃO DO TEMPO
(Mateus, 6:34.)
(Do livro “Lucidez”, ditado
por Hammed,
psicografado por Francisco do Espírito Santo Neto.)
Pai Amantíssimo, ajuda-nos
a abrir mão de controlar o tempo e a dar seu devido valor
na nossa vida. Impeça-nos a tentativa de adulterar o resultado
das coisas, pois os acontecimentos se tornarão realidade
na hora e no lugar certo, e acontecerão naturalmente. Em
muitas ocasiões, Senhor, desejamos ansiosamente alguma coisa:
um cargo, uma viagem, um imóvel, um afeto, uma peça
valiosa.
Queremos antecipar a duração natural dos acontecimentos
para que a nossa vida tome novos rumos. Então aguardamos,
em algumas circunstâncias pacientemente, outras não,
ansiosamente. E durante todo o tempo imaginamos: o que o futuro
nos reserva? Quando acontecerá o que buscamos? Acreditamos
que só assim seremos felizes. Pai, hoje sabemos que as respostas
vêm do Alto. Se ouvirmos com atenção tua voz,
nós a perceberemos claramente, No momento exato, na ocasião
correta, chegará a oportunidade adequada (…)
A todo momento estamos sendo preparados para tomar posse daquilo
que nos pertence. Precisamos nos libertar do suposto controle que
temos sobre o tempo. Precisamos parar de manipular os fatos e ocorrências
que a vida nos apresenta (…)
Devemos ter calma para esperar o que tarda. O dia de hoje cuidará
do que é essencial e indispensável para nós.
Pai, concede-nos especialmente a dádiva de compreender a
tua vontade, seja qual for. Que possamos confiar em teus desígnios
superiores, já que o ontem, o hoje e o amanhã são
três etapas de uma mesma jornada. A todo momento é
possível semear e colher, e os nossos anseios do coração
serão realizados, na ocasião oportuna e segundo a
tua vontade. Agradecemos a ti, hoje e sempre.
Fonte: Revista
CELD de Estudos Espíritas
https://celd.xyz/wp-content/uploads/02-Revista_CELD_Fevereiro-2018.pdf
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