Provavelmente
este termo, sempre desprezado, teima em persistir na mentalidade humana.
Mas, para os que tentarem negar, basta um olhar hoje no Oriente Médio
para perceber que a intolerância está em franco processo
de proliferação de um determinado ponto, para o resto
do mundo.
Deste modo, aparece o etnocentrismo disfarçado, e isso diz
respeito à aplicação da força para provar
a necessidade do poder “soberano”.
Assim, como uma reação em cadeia, esse fato gera o sintoma
de revolta entre as pessoas, no qual umas pela busca da supremacia,
outras pelo não entendimento do processo e umas pela omissão,
ou seja, como a dicotomia inseparável dos humanos, como diria
Nietzsche, demasiadamente humanos.
Nos estudos realizados por Michel Foucault em 1976 no Collège
de France, no qual procura chegar na origem do que se conhecia como
racismo na Alemanha nazista, levando-o a concluir sobre o biopoder,
ou seja, que tudo gira entorno da dissimulação para
demonstrar a necessidade de um líder capaz de manter a ameaça
distante.
Portanto deve-se entender aqui, em contexto dissimulado, a prática
eugênica que continua sendo a forma mais eficaz de destacar
líderes capazes de manter as forças do mal sob controle.
A eugenia é praticada desde a Antiguidade e estabelece três
posições que podem ser claramente notadas.
Uma daquelas pessoas que se revoltam pelas atrocidades, outras que
não a percebem e daquelas que, mesmo percebendo, não
se posicionam e preferem a neutralidade.
Dentro destas três condições humanas, segundo
Hannah Arendt, é a última que demonstra o maior contexto
de crueldade.
É claro que esses dois pensadores vivenciaram as atrocidades
nazistas dentro do contexto do “esforço de guerra”
e assim puderam analisar os fatos e o gatilho que detonou o estado
de ódio naquele momento.
O que se quer deixar claro que a ação dos líderes
israelenses se dá por uma ação política
e não de eminente perigo, mas será que os danos sofridos
por este povo, justificam toda a demonstração de seu
poderio militar e, com isso, ceifar centenas de vidas?
Claro que a posição aqui é de total repúdio
a esta prática e certamente, não será relevante.
Porém, é necessário se posicionar, mesmo sabendo
que será ignorado, ou ainda, taxado de ignorante nos assuntos
do Oriente Médio, entretanto, nada justifica o uso da força,
afinal, para que serve a racionalidade humana? Para fabricar armas
de destruição em massa mais eficazes?
Mas por que alguém distante de tudo o que acontece lá
quer se posicionar? Ou melhor, o que isso tem a ver com seu derredor?
Primeiro que, como humanista, não se pensa em um único
homem, num único grupo, mas em toda humanidade. Segundo é
que, desta coisa facilmente percebida no mundo inteiro, outras tantas
coisas acontecem sem o mesmo enfoque.
Recentemente Henrique Afonso (AC) e Luiz Bassuma (BA) tiveram que
apresentar, em novembro último, suas defesas à Comissão
de Ética do partido dos trabalhadores, pelo processo a que
respondem por serem contra a legalização da interrupção
da gravidez indesejada.
Isso revela que está faltando determinada informação
enquanto outras são amplamente veiculadas nas mídias.
Outros assuntos, relativos a Bioética, estão por merecer
maior difusão, entretanto se percebe a clara recusa em se querer
divulgar esse tema multidisciplinar que surgiu nos anos de 1970 dado
aos grandes “avanços” nas áreas da biologia,
mais especificamente, na engenharia genética.
E então, quer dialogar?