Pilatos entrou no Pretório, e se dirigindo
a Jesus perguntou-lhe: Tu és Rei dos Judeus? Respondeu-lhe
Jesus: "o meu reino não é deste mundo, se meu
reino fosse deste mundo, certo que os meus ministros haviam de providenciar
para que eu não fosse entregue aos judeus".
Por estas palavras Jesus se refere claramente a vida
futura, que Ele apresenta em todas as circunstâncias como o
fim a que se destina a humanidade, devendo ser este o objeto das principais
preocupações do homem sobre a Terra. A idéia
clara e precisa da vida futura nos dá, como resultado, uma
fé inabalável, e altera o nosso modo de pensar e encarar
a vida, nos dá coragem para enfrentarmos os obstáculos
e dificuldades.
Examinando o Evangelho, atentamente, observamos que
a "morte de Jesus" foi o primeiro fruto para a demonstração
da imortalidade da alma, da vida futura, com as sucessivas aparições
com que se mostrou, posteriormente, a seus discípulos. Certamente
a intenção de Jesus foi nos dar mais esse ensinamento,
para mostrar que a morte não extingue o ser, não destrói
a individualidade, não aniquila o Espírito.
A morte de Jesus e suas posteriores aparições
vêm provar que a Vida Espiritual é solidária com
a vida terrena, demonstrando a possibilidade de contato entre este
mundo e o Mundo Maior.
Jesus, o homem excelente, nasceu, viveu e morreu,
como acontece com todos, e para dar exemplo da Lei de Deus, da Lei
Natural, reapareceu depois da morte do seu corpo, constituindo-se
as primícias da vida após a morte, ou seja, das aparições
e comunicações com os "mortos".
Jesus, para demonstrar a imortalidade da alma não
poderia simplesmente aparecer antes do seu nascimento, pois iriam
tomá-lo como um ser "sobrenatural" incompreensível
aos habitantes da Terra. Ele precisava tornar-se conhecido, para depois
se dar a conhecer. E baseando-se a sua Doutrina na Vida Eterna, ela
só poderia prevalecer com as demonstrações da
imortalidade do seu Fundador.
A simples dúvida da existência após
a morte faz com que o homem direcione todos os seus atos na vida presente,
se prende mais as necessidades materiais, abrindo janelas para o orgulho
e vaidade, se distanciando cada vez mais da mensagem deixada pelo
Mestre Jesus e Dele próprio.
Uma pesquisa de opinião pública revela
que, em todo o mundo, a aspiração mais profunda do homem
é viver, e a sua preocupação mais angustiante
é morrer. O homem, apesar de seus progressos gigantescos e
de suas brilhantes descobertas, não encontrou respostas para
esses anseios.
A chegada da Doutrina Espírita, do Consolador
Prometido por Jesus, é que vem mudando esses conceitos que
nos esclarecer através dos seus ensinamentos. O Espírito
de Hammed nos diz que: "em verdade a morte física
não nos tira a vida, mas nos faz transitar por novos caminhos".
Somos nômades do Universo, viajantes das vidas
sucessivas, na busca do aperfeiçoamento. Kardec dizia: "nascer,
morrer, renascer ainda e progredir incessantemente, tal é a
lei".