Resumo:
O objetivo deste artigo é fazer uma análise
comparativa entre duas atividades missionárias com surdos no
Brasil, a saber, a das igrejas batistas vinculadas à Convenção
Batista Brasileira e a da Igreja Internacional da Graça de
Deus (IIGD), em seu templo sede. Nesta comparação abordaremos
o modo como essas duas experiências protestantes configuram
categorias como surdez e cura.
Analisaremos primeiramente a lógica da prática
missionária nas igrejas batistas na qual a cura da surdez é
entendida como uma metáforada conversão, ao mesmo tempo
em que é vista como um sinal diacrítico de um “povo
não alcançado” pela mensagem cristã. Em
segundo lugar, analisaremos a prática da IIGD, na qual a busca
da cura biológica da surdez aparece no discurso oficial como
a principal razão de inserçãodos surdos nessa
instituição. Nossa intenção é demonstrar
os diferentes modos de significação da surdez
e da cura nas relações estabelecidas entre
os agentes que configuram essas práticas, significação
essa que nos informa acerca de processos políticos e sociais
mais gerais.