ANTIGA
- do século VI aC até VI dC -
Foi a era dos pré-socráticos,
os filósofos da natureza, os Atomistas, os sofistas, de Pitágoras,
Sócrates, Platão, Aristóteles, Plotino e etc.
Esses filósofos simplesmente construíram toda a estrutura
de nosso conhecimento. Tudo o que temos hoje deve-se ao progresso
promovido pelos gregos antigos, ainda que a maior parte dele tenha
permanecido adormecido por mil anos. O Universo foi a principal preocupação
nesta época.
Dentro da chamada Filosofia Natural
dos Gregos incluía-se a preocupação com o movimento
como fenômeno evidente e relevante do Universo. Justifica-se
assim que a Mecânica, ou seja, o estudo dos movimentos, seja
considerada a parte mais antiga da Física e talvez a área
da ciência com que todos se sentem mais familiarizados, dada
a convivência que os humanos têm com movimentos em seu
quotidiano.
Desde a Antigüidade, tem sido dada ênfase especial aos
movimentos de corpos celestes, ou seja, do Sol, da Lua, dos planetas
e de outras estrelas observadas da Terra. Os pensadores gregos desenvolveram
sistemas dedicados à descrição dos movimentos
dos corpos celestes. Eles entenderam os movimentos como parte relevante
da "natureza das coisas". Com isto contribuíram de
forma decisiva para o estabelecimento das bases de duas áreas
do conhecimento: a astronomia e a mecânica.
ANAXÍMENOS DE MILETO (570 - 500 a.C.) e os seguidores de sua
Escola já se preocupavam com o movimento dos corpos celestes.
Foi Anaxímenos quem primeiro propôs que os astros celestes
seriam corpos fixos a esferas de revolução.
É de PLATÃO (427 - 347 a.C.) a proposta de um modelo
mais complexo para o movimento dos corpos celestes, apresentado nos
famosos diálogos. No pensamento de Platão há
hegemonia da beleza pura e abstrata sobre a observação
dos fenômenos físicos. Entre os elementos objeto da admiração
de Platão e dos participantes da sua Academia está a
geometria, que desempenha um papel essencial em todas as atividades
intelectuais da época. A geometria era tida como uma combinação
perfeita de lógica e beleza, e alguns creditavam isso à
sua origem divina. Platão teria afirmado que "Deus é
geômetra".
Coube a ARISTÓTELES DE ESTAGIRA (384 - 322 a.C.), discípulo
de Platão, a sistematização e organização
do conhecimento racional da Antigüidade. E, além disso,
preocupou-se com o seu registro. No que se refere ao conhecimento
que chamaríamos hoje de científico, ele criou um sistema
que se constituiu em base da visão do mundo por quase dois
mil anos. Teve assim uma influência na evolução
das ciências, e da mecânica em particular, que do ponto
de vista da duração não encontrou paralelo na
história da humanidade
O surgimento da RELIGIÃO
CRISTÃ como religião oficial do Império Romano
é freqüentemente apontado como uma causa do declínio
da ciência no período subseqüente. No entanto, mesmo
em períodos anteriores, a ciência grega era, como vimos,
pouco cultivada em Roma. Na época de seu surgimento, o cristianismo
era uma dentre muitas outras seitas tal como a adoração
de Ísis e Osíris, de Baco, e de outras divindades buscadas
em diversos rincões do vasto império. Com sua ascensão
a religião oficial, trouxe certo antagonismo aos ideais "pagãos''
do período anterior. No entanto, não foi esta a causa
maior do declínio da ciência grega. Nas palavras de Farrington,
"a ciência grega não foi assasinada, mas morreu
...'' (Farrington ). A Igreja católica foi, durante muitos
séculos, a única preservadora no Ocidente da herança
escrita da Antigüidade, arquivada em bibliotecas monásticas,
copiada pacientemente sobre o couro do pergaminho.
MEDIEVAL
- do século IIdC até XVdC -
A era da Filosofia Cristã, da Teologia Revelada,
da tradição escolástica. A preocupação
principal dos filósofos era Deus. Alguns deles foram canonizados,
como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Surge a
Navalha de Guilherme de Occam, que mais tarde viria a ser a ferramente
básica da Ciência.
Durante este período, a cultura científica
se confundia com a da Igreja, se exprimindo muitas vezes como interpretação
estrita das Escrituras Bíblicas. O que não fosse conciliável
com elas era rechaçado. As representações do
céu e dos movimentos celestes tornaram-se muito mais primitivas
que as dos astrônomos alexandrinos sob o ponto de vista da matemática
e geometria. Pela sua simplicidade, lembrando as dos pré-socráticos
da escola Jônica, mas com uma importante diferença: a
retomada da sacralização dos céus e da natureza.
O conhecimento abstrato sobre a natureza foi também
bastante eclipsado pela crença na proximidade do fim do mundo,
profecia bíblica bastante presente no imaginário da
Alta Idade Média. A crença se inspira diretamente do
Apocalipse, onde se descreve o fim dos tempos. Sua proximidade é
afirmada explicitamente no prólogo do derradeiro capitulo das
Escrituras:
"Revelação de Jesus Cristo:
Deus lhe concedeu para que mostrasse aos seus servos as coisas que
devem acontecer muito em breve.'' (Ap. 1,1).
O destino final dos pecadores se consubstancia
no momento de seu julgamento final:
"Quanto
aos covardes, e aos infiéis, aos corruptos, aos assassinos,
aos impudicos, aos mágicos, aos idólatras e a todos
os mentirosos, a sua porção se encontra no lago ardente
de fogo e enxofre, que é a segunda morte''
(Ap.21,7)
A proximidade do Milênio, o
fim do mundo, possuía uma fundamentação teológica
e numerológica: O mundo teria uma existência total limitada
a seis mil anos, conforme referências bíblicas. Um cômputo
numerologista extraído de referências bíblicas,
realizado no século IV, previa o fim do mundo em exatos 101
anos. Esta data do fim do mundo foi inúmeras vezes adiada,
mas demarca certo espírito fatalista que permeia a Idade Média.
Passado, enfim, o segundo milênio, vemos, a iminência
do fim dos tempos é uma preocupação bem antiga.
A ciência ganhou prestígio
no pensamento medieval com Santo Agostinho (354-430 d.C), importante
expoente da teologia católica, um dos pais da Igreja, como
foi conhecido. Retirado em vida monástica, escreveu mais de
uma centena de livros, e também tratados de teologia. Teve
modesta contribuição com respeito a novos conceitos
científicos, mas, em sua obra De Civitate Dei (``A Cidade de
Deus''), dignificou a ciência como algo essencialmente piedoso,
na medida em que busca o conhecimento da perfeita e inteligente obra
do Senhor. Em sua obra Confissões, rejeitou a astrologia (que
diminuía a importância do livre arbítrio), distinguindo-a,
porém, da astronomia, que poderia permitir, em princípio,
uma previsão teórica do futuro movimento dos astros.
Agostinho, como outros teólogos
medievais, também acreditava na existência das águas
acima dos céus, que refrigerariam os astros. Tal água
poderia estar em estado de vapor, mas sua existência não
podia ser questionada. Eis uma frase de Agostinho a respeito dos conhecimentos
"pagãos'' que condensa sua atitude face ao conhecimento:
"qualquer conhecimento
que o homem queira fora da sagrada Escritura, se for prejudicial,
estará nela condenado; se for salutar, estará nela contido...''
A fé era, portanto, para
Agostinho, colocada acima de todas as coisas, inclusive da ciência,
cujo papel se limitaria ao de confirmar, de algum modo, o que já
está nas Escrituras. Enfim, os ensinamentos gregos foram rechaçados
em grau maior ou menor por estes religiosos, mas nenhum deles propôs
realmente um novo sistema coerente, que se direcionasse para predições
quantitativas.
Existiram ao longo da Idade
Média duas atitudes antagônicas face à pesquisa
científica, que se alternaram ao longo dos séculos:
a) Negação das idéias "pagãs'' de
origem grega, para reafirmação da nova religião
(a cristã) como detentora da explicação fundamental
do mundo.
b) Exortação do estudo da obra divina que é o
mundo (que ``Ele viu que era bom'', conforme afirma o Gênesis),
descobrindo na natureza manifestações da perfeição
divina, principal função de seu estudo.
Nascimento das Universidades
(séc. XIII)
Fruto da intensificação
da vida urbana, as Universidades tiveram como ponto de partida uma
estrutura análoga às corporações de ofício
(chamadas de universitas). Gradualmente assume o papel de centralizadora
do conhecimento, fórum de debate e difusão de idéias.
Sua história aos poucos confunde-se com a própria história
do pensamento, passando a assumir um virtual monopólio. Até
século XII o ensino era monopolizado pela igreja. Aos poucos,
este poder é delegado ao chanceler, cujo poder diminui com
o tempo. Com o crescimento do número de alunos, surge a licença
para lecionar (licencia docendi) delegada a cidadãos leigos.
MODERNA
- do século XVIIaC até XIXdC –
O Renascimento caracterizou-se como
um movimento de renovação literária, artística
e científica, que pode ser localizado grosso modo entre os
anos 1450 e 1600. Tanto nas artes plásticas como nas ciências,
desenvolveu-se um vigoroso esforço de retorno aos ideais estéticos
e científicos da Grécia antiga, que "renasceram''
neste período. Mas, além de uma releituras do passado,
surgiu ao longo do Renascimento uma miríade de idéias
inovadoras, originais, edificadas sobre o substrato da ciência
da Antigüidade. O ecletismo caracteriza o pensador renascentista,
que tem o ideal de ser um homem de virtu (literalmente, "virtude'',
enquanto capacidade de realização), que se reflete numa
ambição de constante integração dos vários
campos do conhecimento, de inter-disciplinaridade.
Surge junto com o Renascimento e o
despertar científico, que recupera a sabedoria da Grécia
Antiga. O Racionalismo Cartesiano, o Empirismo, o retorno do Ceticismo
e muitos outros movimentos deram impulso a Ciência. Descartes
imortalizou o "PENSO LOGO EXISTO" como um ponto de partida
para a construção de um conhecimento seguro. Mais tarde
Karl Marx lança as bases do Socialismo, e Adam Smith estrutura
o Capitalismo. O enfoque de aí em diante se centrou no Ser
Humano e suas possibilidades. Com o Renascimento surgem novas formas
de vida, ocasionando
uma crise social que culmina com o
CONTESTAÇÃO DAS VELHAS TRADIÇÕES E O ROMPIMENTO
DA CIÊNCIA COM A RELIGIÃO. O homem descobre que é
capaz de decidir por si, sente-se livre e coloca-se na posição
de centro do Universo, buscando objetividade nas suas experiências.
O mundo deixa de ser sagrado para tornar-se num objeto de uso para
o próprio homem, embora a crença em Deus permanecesse.
O trabalho intelectual, neste período, torna-se mais intenso
e individualizado; e a religiosidade, uma decisão íntima.
Leonardo Da Vinci
(1452-1519)
Ao mesmo tempo prenúncio e
símbolo do Renascimento, Leonardo da Vinci atuou em amplo espectro
de atividades. Com seu ágil ecletismo, buscava uma ilimitada
integração entre arte e ciência. Enquanto as imagens
medievais possuíam uma noção rudimentar de profundidade,
a pintura de Da Vinci, estruturada sobre a geometria, além
de redescobrir proporções harmônicas, empregava
com desenvoltura a perspectiva, cujo uso se afirmou na pintura renascentista.
Por outro lado, também eram ingredientes de sua pintura a anatomia,
na qual se guiava meticulosamente para a representação
da figura humana.
Nicolau Copérnico
(1473-1543)
A tradução dos escritos
de Ptolomeu no século XII ensejaram a recuperação
de um método bastante preciso na previsão dos movimentos
planetários, e por isso poucas mudanças foram nele propostas
no Ocidente. De fato, as grandes navegações se fizeram
sob a égide da astronomia ptolomaica. O astrônomo polonês
Nicolau Copérnico reinterpretou dados astronômicos existentes
e o modelo de Ptolomeu, tendo feito poucas observações
diretas.
Copérnico obteve uma simplificação
considerável na descrição dos movimentos ao notar
um epiciclo para os planetas interiores e um deferente para os planetas
exteriores que eram idênticos. Esta constatação
apontava para uma oportunidade de simplificar o sistema do Almagesto
e do Hipótese dos Planetas, de Ptolomeu, que contava com 43
esferas em movimento simultâneo. A modificação
de Copérnico foi colocar o Sol no centro do movimento (HELIOCENTRISMO),
o que terminou por diminuir o número de círculos em
movimento necessários para descrever as trajetórias
dos planetas no céu. Um esboço da teoria heliocêntrica
é descrito na obra Commentariolus (c. 1510).
Giordano Bruno (1550-1600)
Em sua prolixa obra, Bruno propunha
uma profunda reforma filosófica e religiosa que, levada às
últimas conseqüências, destronaria a Igreja de sua
hegemonia com relação ao conhecimento.
Johannes Kepler (1571-1630)
Convicto copernicano. Astrônomo
e Astrólogo, função que exercia como matemático
da corte. Realizou observações astronômicas precisas
com o astrônomo Tycho Brahe, cujos dados utilizou em suas teorias
posteriores
Kepler procurou estabelecer novos
limites à astrologia, decorrentes da teoria de Copérnico
e do novo status da Terra como mais um planeta, semelhante aos demais.
A Terra teria, como os demais planetas, uma alma, a anima terrae,
e seria como um grande ser vivo
Galileu Galilei (1564-1642)
Galileu nasceu e estudou em Pisa,
tornando-se professor de matemática em sua Universidade, e
depois, em Pádua Galileu já havia descoberto, em 1593,
o ``isocronismo'' do pêndulo, ou seja, seu período independe
da amplitude, propriedade básica do oscilador harmônico
simples. Em 1604, descreveu as leis da queda livre dos corpos como
um movimento uniformemente acelerado, independente de suas densidades.
aperfeiçoou o telescópio (que já era conhecido,
embora em versões rudimentares) e com ele realizou observações
astronômicas, descritas em sua obra Sidereus Nuncius (Mensageiro
das Estrelas, 1610). Com o telescópio, viu a superfície
montanhosa da Lua
René Descartes
(1596-1650)
O filósofo e matemático
francês René Descartes desenvolveu a idéia de
Gilbert de que um ímã teria ao redor de si um fluxo
de uma matéria sutil formando um vórtice. Isso explicaria
a atração de polos opostos e a repulsão de polos
iguais. O ferro e aço seriam atraídos pelo ímã
pela resistência que estes materiais oferecem a tal fluido.
Isaac Newton (1642-1727)
Nascido no ano em que morreu Galileu, ingressou em Cambridge aos 18
anos, depois de uma juventude de grandes dificuldades materiais. Com
26 anos, tornou-se doutor e, no ano seguinte, catedrático.
Na introdução
do Principia, depois de algumas definições básicas,
as 3 "Leis de Newton'' são enunciadas:
1. Todo corpo permanece em
seu estado de repouso ou de movimento em linha reta, a menos que
seja obrigado a mudar seu estado por forças nele impressas.
Essa lei já havia sido enunciada, de modo diferente, por
Galileu e Descartes.
2. A mudança do movimento é proporcional à
força motriz impressa, e se faz segundo a linha reta pela
qual se imprime essa força.
Esta lei também fora enunciada, ainda que de maneira menos
clara, por Galileu, que tinha a consciência de que a força
produziria variações na velocidade, e que a relação
era vetorial e não escalar como no enunciado de Descartes.
3. A uma ação sempre se opõe uma reação
igual, ou seja, as ações de dois corpos um sobre o
outro sempre são iguais e se dirigem a partes contrárias.
Embora o mecanicismo de Descates
tenha sido importante ponto de partida metodológico para Newton,
vários aspectos da teoria cartesiana do movimento dos planetas
são contestados no Principia. A existência de um fluido
(o éter) girando como um turbilhão ou vórtice
junto com os planetas é contestada por Newton que, usando como
argumento observações em fluidos, sustenta que os planetas
devem mover-se no vácuo para permanecerem em movimento, interagindo
graças à polêmica ação à
distância.
CONTEMPORÂNEA
- do XIXdC até... -
Os novos desafios no mundo atual surgem sob a forma da Emancipação
Feminina, o rompimento definitivo dos Governos com as Igrejas Cristãs,
o Existencialismo, a ênfase na Linguística, e mais recentemente
o Estruturalismo e o Desconstrutivismo.
As descobertas da imprensa,
da máquina a vapor, do motor a combustão, do rádio,
do cinema, do telefone, da televisão, do computador entre outras,
provocaram transformações vultosas exigindo novas sistemáticas
de organização para o trabalho e para a hierarquia da
sociedade. Essas conquistas instrumentalizaram o homem, permitindo
que ele multiplique sua força, amplie sua velocidade, economize
seu tempo, difunda suas idéias, divulgue seus costumes e, enfim,
concretize seus sonhos.
A revolução dos paradigmas
científicos que ocorreu em épocas diversas, repercutiu
também no comportamento e nos costumes das sociedades humanas.
A Ciência foi dada ao homem
para seu adiantamento em todas as coisas; ele, porém, não
pode ultrapassar os limites que Deus estabeleceu.
Em cada século o progresso científico renova a sua concepção
acerca dos mais importantes problemas da vida.
Raramente os verdadeiros sábios
são compreendidos por seus contemporâneos. Se as contradições
dos estudiosos são o sinal de que a Ciência evolve sempre,
elas atestam, igualmente,...
- a fraqueza e inconsistência
dos seus conhecimentos e a falibilidade humana
A Ciência a conhece pelas suas
formas de manifestação e a chama de potencial, cinética,
térmica, mecânica, luminosa, eletromagnética,
gravitacional, atômica, sonora, de ativação, de
dissociação, de ionização, de ligação,
de permuta, de recuo, etc.
Entretanto, nada sabe, por ora, da
energia mental, do mesmo modo que também nós nada sabemos
de Energia Divina.
Vê-se a Ciência no dever
de investigar, de estudar, e, no seu afã incessante de saber,
rolam por terra idéias errôneas, mantidas até
hoje como alicerces de todas as suas perquirições, como,
por exemplo, a da teoria da indivisibilidade atômica.
Quanto mais a ciência se aprofunda
nos mistérios do Universo, com telescópios que esquadrinham
os confins do espaço e microscópios que vasculham o
íntimo da matéria, menos lugar para as teorias religiosas
imagina-se existir nos corações e mentes humanas. Em
pleno século da tecnologia, porém, o que se vê
é o contrário. As mesmas ferramentas inventadas para
saciar nossa curiosidade aumentaram o desconhecimento. E Deus nunca
esteve tão presente.
A ciência, se não deseja
continuar no papel de comparsa da tirania e da destruição,
tem absoluta necessidade do Espiritismo, cuja finalidade divina é
a iluminação dos sentimentos, na sagrada melhoria das
características morais do homem.
Como meio de elaboração,
o Espiritismo procede exatamente da mesma forma que as ciências
positivas, aplicando o método experimental. Fatos novos se
apresentam, que não podem ser explicados pelas leis conhecidas;
o Espiritismo ele os observa, compara, analisa e, remontando dos efeitos
às causas, chega à lei que os rege; depois, deduz-lhes
as conseqüências e busca as aplicações úteis.
O Espiritismo não estabeleceu
nenhuma teoria preconcebida; assim, não apresentou como hipóteses...
• a
existência e a intervenção dos Espíritos,
• nem o perispírito,
• nem a reencarnação,
• nem qualquer dos princípios da doutrina;
Concluiu pela existência dos
Espíritos, quando essa existência ressaltou evidente
da observação dos fatos, procedendo de igual maneira
quanto aos outros princípios.
Não foram os fatos que vieram
a posteriori confirmar a teoria: a teoria é que veio subseqüentemente
explicar e resumir os fatos. É, pois, rigorosamente exato dizer-se
que o Espiritismo é uma ciência de observação
e não produto da imaginação. As ciências
só fizeram progressos importantes depois que seus estudos se
basearam sobre o método experimental; até então,
acreditou-se que esse método também só era aplicável
à matéria, ao passo que o é também às
coisas metafísicas.
Depois de Kardec, o Codificador,
vultos notáveis do Espiritismo reafirmaram o caráter
científico da Doutrina Espírita, expressando de modo
positivo seu pensamento:
Gabriel Delanne, em O ESPIRITISMO
PERANTE A CIÊNCIA - “O Espiritismo deixa de parte
as teorias nebulosas, desprende-se dos dogmas e das superstições
e vai apoiar-se nas base inabalável da observação
científica”, em O FENÔMENO ESPÍRITA
- “O Espiritismo é uma ciência cujo fim é
a demonstração experimental da existência da alma
e sua imortalidade, por meio de comunicações com aqueles
aos quais impropriamente se têm chamado mortos”.
Russel Wallace - “Os fenômenos espíritas estão
tão bem comprovados, como os fatos de todas as outras ciências”
Gustavo Geley, em RESUMO DA DOUTRINA ESPÍRITA - "... esta
é uma ciência positiva, baseada no estudo experimental
dos fenômenos psíquicos e nos ensinamentos dos espíritos
elevados”.
Willian Crookes, sábio
inglês e pesquisador de grande acuidade, realizou durante os
anos de 1870 a 1873, experiências, que se tornaram clássicas,
com a médium extraordinária que foi Florence Cook; as
mais completas do gênero, demonstraram à sociedade que
os fantasmas voltam e se tornam visíveis, tangíveis
e examináveis, de modo a não deixar dúvidas quanto
à imortalidade do Espírito e sua possibilidade de comunicação
com os vivos. (1) O Espírito Katie King deu a Crookes todas
as oportunidades de exame, sério e cercado de todas as cautelas,
de comprovação de sua imortalidade, mediante métodos
rigorosamente científicos.
Frederico Zollner, notável
físico alemão, utilizou-se, em 1877, de outro grande
médium do passado, Henry Slade e, agindo como verdadeiro homem
de ciência, que era, conseguiu extraordinários fenômenos
de materialização, de transporte, de levitação
e de escrita direta. Para explicar fenômenos de penetração
da matéria pela matéria, imaginou uma quarta dimensão,
característica dos seres que habitam o mundo invisível,
ou dos Espíritos.
Willian Crawford é outro nome
da Ciência, professor do Instituto Técnico e da Universidade
de Belfast, que a história das pesquisas psíquicas apontará,
um dia, como dos seus mais destacados e competentes cultores. A levitação
de objetos foi estudada por ele com extremos cuidados e, graças
aos componentes do “Círculo Goligher”, grupo de
médiuns de que se destacava a senhorita Kathlen Goligher, pôde
comprovar a formação de uma alavanca formada por ectoplasma
– de que se valeriam os Espíritos para fazer levitarem
objetos pesados (mesas etc.).
Ernesto Bozzano, em cuja autobiografia
confessa: “Nunca fiz outra coisa senão estudar.”
Bozzano trabalhou, como sabemos, com a grande Eusápia Paladino,
a extraordinária médium italiana, que lhe proporcionou
a observação de numerosos fenômenos de efeitos
físicos. É inestimável a contribuição
de Ernesto Bozzano ao estudo da Ciência espírita. São
numerosas as obras, todas esplêndidas, que escreveu, a respeito,
muitas traduzidas para o Português:
• FENÔMENOS DE
TRANSPORTE,
• A CRISE DA MORTE,
• FENÔMENOS PSÍQUICOS,
• PENSAMENTO E VONTADE,
• ENIGMAS DA PSICOMETRIA,
• XENOGLOSSIA,
• ANIMISMO OU ESPIRITISMO?,
• METAPSÍQUICA HUMANA,
• COMUNICAÇÃO MEDIÚNICAS ENTRE VIVOS,
• MATERIALIZAÇÕES DE ESPÍRITOS etc.
Em 1853, Robert Hare, professor
de química na Universidade de Pensilvânia, quis desmascarar
"a ilusão dos fenômenos de Hydesville". Em
1855, após numerosas e meticulosas experiências, ele
reconheceu sua autenticidade, publicando o livro "Experimental
Investigation of the Spirit Manifestation".
Alfred Russel Wallace, colaborador de Charles Darwin, afirmou em 1874:
"Os fatos são coisas teimosas, dos quais não
podemos nos desembaraçar segundo a nossa vontade. Não
é exagero afirmar que os fatos principais estão hoje
tão bem caracterizados e são também tão
facilmente verificáveis quanto quaisquer outros fenômenos
excepcionais da Natureza, ainda não reduzidos a uma lei”.
O Doutor Gustave Geley, professor
da Faculdade de Medicina de Lyon, estudou o ectoplasma e os fenômenos
de materializações. Obteve moldagens de cera, impossíveis
de serem reproduzidas por outro processo e que estão conservadas
no Instituto Metapsíquico International em Paris.
Charles Richet, professor da
Faculdade de Medicina de Paris, prêmio Nobel de Fisiologia e
autor do "Tratado de Metapsíquica",
participou nas experiências de Geley e naquelas da Comissão
de Milão em 1892, com Cesare Lombroso, antropologista professor
na Faculdade de Medicina de Turin, Alexander Aksakof, sábio
russo conselheiro do kzar, e Carl du Prel, filósofo de Munich.
Charles Richet igualmente participou nos trabalhos da comissão
de estudos científicos em 1898, com Camille Flammarion, astrônomo
francês, por muito tempo estudou e contribuiu para vulgarizar
os fenômenos espíritas, escrevendo várias obras.
Estabeleceu a existência da telepatia no momento da morte. Deve-se
a ele a citação seguinte:
"Não hesito em dizer que aquele que declara os fenômenos
Espíritas contrários à ciência, não
sabe do que fala. Com efeito, na natureza, não há nada
de sobrenatural; há o desconhecido, mas o desconhecido de ontem
torna-se a realidade de amanhã”.
Gabriel Delanne, engenheiro
formado pela Escola Central das Artes e Manufaturas, estudou os fenômenos
entre 1874 e 1926. Pesquisador infatigável merece um lugar
de honra em razão de sua impressionante bibliografia de oito
obras muito precisas e detalhadas sobre o Espiritismo científico
e experimental.
Por sua parte, Léon Denis, orador incomparável e grande
estudioso da fenomenologia, desenvolveu consideravelmente as conseqüências
no plano filosófico e ético.
Thomas Edison evidenciou a "insuperável filosofia espírita"
ao aderir publicamente ao "Congresso de Investigações
Psíquicas" celebrado em Chicago, escreveu
ao seu presidente, Dr. Cones, entre outras coisas, o seguinte: "O
Congresso será, sem dúvida, proveitoso para o interesse
do Espiritismo, porque dele resultará a distinção
entre o falso e o verdadeiro, contribuindo por igual a fazer luz no
assunto. Será salutar para os espíritas, porque sua
insuperável filosofia tornar-se-á patente."
Hoje, a teoria das supercordas postula
que os quarks, mais ínfima partícula subatômica
conhecida até o momento, estariam formados por "supercordas"
que, de acordo com sua vibração, dariam a "tonalidade"
específica ao núcleo atômico a que pertencem,
dando assim as qualidades físico-químicas da partícula
em questão.
Querer imaginá-las é
como tentar conceber um ponto matemático: é impossível,
por enquanto. Além disso, são inimaginavelmente pequenas.
Para termos uma idéia: o planeta Terra é dez a vinte
ordens grandeza menor do que o universo, e o núcleo atômico
é dez a vinte ordens de grandeza menor do que a Terra. Pois
bem, uma supercorda é dez a vinte ordens menor do que o núcleo
atômico.
Em O Livro dos Espíritos,
item 30: A matéria é formada de um só elemento
primitivo. Os corpos que considerais simples não são
verdadeiros elementos, são transformações da
matéria primitiva.
Ou seja, é a vibração dessas
infinitesimais "cordinhas" que seria responsável
pelas características do átomo a que pertencem. Conforme
vibrem essas "cordinhas" dariam origem a um átomo
de hidrogênio, hélio e assim por diante, que por sua
vez, agregados em moléculas, dão origem a compostos
específicos e cada vez mais complexos, levando-nos a pelo menos
11 dimensões. Em O Livro dos Espíritos, item 79: Pois
que há dois elementos gerais no Universo: o elemento inteligente
e o elemento material.
Poder-se-á dizer que os Espíritos
são formados do elemento inteligente, como os corpos inertes
o são do elemento material.
Os Espíritos são
a individualização do princípio inteligente,
como os corpos são a individualização do princípio
material.
Em O Livro dos Espíritos, item 64:
Vimos que o Espírito e a matéria são dois elementos
constitutivos do Universo. O princípio vital é um terceiro
e um dos elementos necessários à constituição
do Universo, mas que também tem sua origem na matéria
universal modificada. É, para vós, um elemento, como
o oxigênio e o hidrogênio, que, entretanto, não
são elementos primitivos, pois que tudo isso deriva de um só
princípio.
Essa teoria traz a ilação
de que tal tonalidade vibratória fundamentada, é dada
por algo ou alguém, de onde abstraímos a "consciência"
como fator propulsor dessas cordas quânticas. Assim sendo, isso
ainda mais nos faz pensar numa unidade consciencial vibrando a partir
de cada objeto, de cada ser.
Através da ciência, o
homem se transforma, reinterpretando o mundo onde vive, modificando
suas relações com o meio ambiente e com o seu semelhante
Os Espíritos se regozijam a
cada novo passo de progresso da ciência humana, porque dos seus
labores, das suas dedicações, brotará o conhecimento
superior, que felicitará os núcleos de criaturas, porquanto
ficará patente, plenamente evidenciada, a grande missão
do Espírito como elemento criador, organizador e conservador
de todos os fenômenos que regulam a vida material.
Quanto mais avançam os cientistas,
mais se convencem das realidades de ordem subjetiva, nos fenômenos
universais.
As palavras natureza, fatalismo, tônus
vital não bastam para elucidar a alma humana, quanto aos enigmas
da sua existência: faz-se mister a intervenção
das sínteses espirituais, reveladoras das mais elevadas verdades.
É para essas grandiosas
afirmações que trabalhamos em comum, e esse desiderato
constituirá a luminosa coroa da Ciência do porvir.