Nesta dissertação, analisamos
como se deu o processo de difusão, acolhida e debate de idéias
e concepções tanto médicas quanto espíritas
kardecistas por estes dois grupos na cidade de Juiz de Fora, na primeira
metade do século XX. Identificamos as principais idéias
e argumentos de ambos os grupos, os principais momentos, motivos e
focos de discussão. Além disso, estabelecemos a relação
dos acontecimentos e produções locais com o que estava
em voga nos demais centros urbanos brasileiros, destacadamente as
cidades de Rio de Janeiro (capital nacional da época) e São
Paulo.
Através da análise das principais idéias defendidas
e debatidas pelos médicos e espíritas locais estabelecemos
uma comparação com o que ocorria nestes dois pólos.
Demos destaque ao movimento de repressão ao exercício
ilegal da medicina e qual a penetração, influência
e uso das idéias psiquiátricas e médicas sobre
o espiritismo entre médicos e pelos próprios espíritas.
Com isso, enfatizam-se as estratégias de ambos os grupos para
se colocar no espaço público como grupos com credibilidade,
já que ambos possuíam visibilidade pública. Vemos
que não houve um confronto sistemático entre os grupos
nos moldes do que ocorrera no Rio de Janeiro, por exemplo. Destacamos
o fato de estes conflitos terem ocorrido esporadicamente, principalmente
através da imprensa laica, através de cartas publicadas
nos jornais e suas respectivas respostas, também publicadas.
Além disso, o fato de ter sido uma “guerra entre iguais”,
em que ambos os lados eram membros da elite intelectual, política
e cultural da cidade.
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