(trecho inicial)
A Humanidade já foi contemplada
com três revelações. A primeira, quando da vinda
de Moisés. Nela, o monoteísmo tomou forma e Deus foi
apresentado como o único Deus verdadeiro, em oposição
ao politeísmo. Na segunda, quando do advento de Jesus Cristo,
foi Deus apresentado como Pai de infinita misericórdia e amor,
substituindo o Jeová dos Exércitos, temível e
justiceiro. A terceira revelação surge com o advento
do Espiritismo, cuja finalidade básica é restabelecer
em princípios as primícias dos ensinamentos de Jesus
Cristo.
(...)
A Bíblia é a codificação
da primeira revelação, o código hebraico em que
se fundiram os princípios sagrados e as grandes lendas religiosas
dos povos antigos. É a grande síntese dos esforços
da antiguidade em direção ao espírito. O Evangelho
é a codificação
da segunda revelação, a que brilha do centro da tríade
dessas revelações, tendo na figura de Cristo o sol que
lança sua luz sobre o passado e o futuro. Mas assim como na
Bíblia (Antigo Testamento), já se anunciava o Evangelho,
também neste aparecia a predição de um novo código,
o do Espírito da Verdade: O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Sua finalidade é esclarecer os ensinos anteriores de acordo
com a mentalidade moderna, já suficientemente arejada e evoluída
para entender as alegorias e símbolos contidos na Bíblia
e no Evangelho. Enganam-se os que pensam que a codificação
do Espiritismo contraria ou reforma o Evangelho.
Astrid Sayegh é filósofa
e coordenadora do Instituto Espírita de Estudos Filosóficos,
em São Paulo.