Preocupados com o que os outros, pessoas
e Espíritos, possam ter de influência sobre nós,
acabamos descuidando da própria influência. O que significa
isso?
Significa que no tempo que passamos
cuidando dos outros para que não nos prejudiquem, estamos deixando
de nos fortalecer e conhecer, a fim de vivermos melhor, com as características
que nos são próprias.
Geralmente somos uns ilustres desconhecidos
de nós mesmos. Mas nos imaginamos de uma certa maneira. Essa
auto-imagem foi sendo construída durante os dias de nossa vida,
a partir da aceitação de idéias e da opinião
daqueles com quem mais convivemos. E agora ela nos veste. Vestimo-nos
com ela, mas não somos assim!
Empreendemos um enorme e diuturno
esforço para sermos desse jeito que não somos, afastando-nos
cada vez mais de quem realmente somos. Ou seja, estamos cultivando
um conflito interno que se constitui na base da insegurança.
Observemos bem esse procedimento
tão comum e tão prejudicial:
1 - não nos aceitamos como
somos; sentimo-nos errados; julgamo-nos cheios de defeitos;
2 - facilitamos a criação de uma auto-imagem
mental negativa, acompanhada de como achamos que é ser bom,
ser adequado, competente, agradável, inteligente, atraente,
respeitável, como é ser filho, ser pai, ser mãe,
ser esposa, marido, profissional, ser amigo, ser espírita,
ser cristão, etc. etc. etc.
3 - completa a imagem, um dispositivo condenador
- cobrador, uma falsa consciência, cuja finalidade é
nos culpar e condenar toda vez que fugimos um pouco desse padrão,
soltando-nos e agindo com mais liberdade; ele comanda nossa ação
e nossa expressão, impedindo que sejam diferentes do modelo
adotado;
4 - esse padrão de pessoa ideal é
formado por nós e pelas opiniões que aceitamos, de
outras pessoas e do meio social que freqüentamos;
5 - vestimos essa falsa personalidade e ficamos
lutando para sermos desse jeito, custe o que custar. Mesmo que tenhamos
que mentir, ludibriar, trair, machucar-nos, vilipendiarmo-nos;
6 - porque não ficamos idênticos ao
modelito, enchemo-nos de culpas e condenações, bem
como achamos que tudo está errado e que as pessoas nos prejudicam,
escancarando as portas emocionais e mentais para os maus Espíritos,
promovemos a infiltração fluídica negativa
em partes do nosso corpo (observe e sentirá!);
7 - quanto mais ficamos inseguros, doentes,
carentes, perturbados, constrangidos, sufocados e hipócritas,
mais queremos ser como não somos e mais nos distanciamos
de nós mesmos.
Pergunta-se:
É possível ter confiança em si, estar seguro
de si, agindo dessa maneira?
É possível viver com
saúde, em paz, criando harmonia, alegrias, sucesso e amor,
sempre inseguros, derrotados internamente e sem auto-confiança?
Sempre fingindo e se disfarçando?
Ao reconhecer essa situação, comece um processo de tomar
conta de si. Domine em vez de ser dominado. Constate tudo e vá
se apossando de si.
O primeiro passo é interiorizar
a certeza de que você é um Espírito sem defeitos,
que estando em processo evolutivo ainda não consegue a perfeição
nos pensamentos e atos mas que, como Espírito, é perfeito.
O segundo passo é interiorizar
que você é único, diferente de todos, pois é
um indivíduo, com história espiritual própria
e exclusiva, por mais que possa ter semelhanças com outros,
em certas experiências e opiniões.
O terceiro passo é saber que
não existe um padrão de pessoa. Isso é criação
humana que só serve para nos fazer sofrer inutilmente, já
que ninguém consegue ser esse padrão preconceituosamente
estabelecido. O ideal é que cada um seja ele mesmo, pleno em
sua integridade.
O quarto passo é perceber que
a Lei de Evolução dos Espíritos funciona sem
cessar e por ela nossas características serão ajustadas
e melhoradas, naturalmente e pela nossa vontade de ser feliz. Mas
isso não é sinônimo de ser errado ou defeituoso
e sim de que, hoje, cada um é o melhor que pode ser.
O quinto passo é fazer, diariamente,
junto do seu anjo guardião, um exercício de libertação
e aquisição de confiança. Respiração
rítmica e consciente, relaxamento e ordens mentais acompanhadas
de visualização, com o seguinte teor à desprendo,
solto, derreto e queimo essa falsa idéia de mim. Recuso-me
a atender e a ouvir a voz que condena isso que estou fazendo, querendo
por-me culpa. Afrouxo, solto, retiro e queimo extensões dessa
falsa imagem que se infiltram em partes do meu corpo, descaracterizando
minha natural forma de ser, sentir e me expressar. Volto, prazerosamente,
ao meu natural que é belo, adequado e certo. Aprovo-me e gosto
de mim sem máscaras e artifícios. Aceito-me. Apoio-me.
Respeito-me. Valorizo-me como sou. Crescerei mais rápido assim!
* * *