Resumo:
Este artigo representa uma síntese de nossa
tese de doutorado em geografia humana, defendida na Universidade
de São Paulo.
Quais as relações entre geopolítica
e religião? Nossa hipótese considerou que as igrejas
exercem geopolíticas para manter e expandir o “capital
religioso”. Por outro lado, a análise geográfica
da realidade brasileira identifica um processo lento e fecundo de
metamorfose das religiosidades e emancipação espiritual
através do crescimento da população religiosa
sem religião. Esse processo ocorre sem governo das igrejas.
Fundamentado nas ideias de geoética e apoio
mútuo, defende-se que a existência da população
sem religião se configura como anarquia religiosa no Brasil.
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(Introdução)
As ideias desenvolvidas no presente
artigo representam um esforço reflexivo em busca de uma síntese
de nossa tese de doutorado em geografia humana, defendida
na Universidade São Paulo. Tentarei expor as ideias principais
da tese, embora sabendo das limitações deste artigo.
Agradeço, neste espaço, a valiosa contribuição
dos Avaliadores (ocultos) que emitiram seus pareceres com inúmeros
comentários críticos, a partir dos quais busquei aperfeiçoar
esta síntese. Isso, porém, não isentam –
de maneira alguma – novas críticas sobre o texto aqui
apresentado.
O Brasil é um país religioso. Isso não se pode
negar. Mas como explicar a aparente contradição entre,
de um lado, a expansão do poder religioso no território
(crescimento das igrejas evangélicas, disputas de poderes
e influências através dos meios de comunicação
principalmente entre a Igreja
Católica e diversos segmentos protestantes) e, de outro lado,
o crescimento da população sem religião no
Brasil?