As ciências humanas têm
por objeto de estudo o homem e seus comportamentos, sejam individuais
e coletivos, pertencentes ao passado e ao presente. Esse campo das
ciências se desenvolveu a partir dos fins do século XVIII.
Hoje em dia, mesmo apenas parcialmente explorado, esse conjunto cultural
abrange um conhecimento importante em antropologia, economia, ciências
políticas, psicologia, filosofia.
Diferentemente das ciências exatas, que estudam a matéria,
as ciências humanas estudam os comportamentos humanos, a organização
humana e sua história.
A partir do século V a.C, com os pensadores e filósofos
gregos (Arquimedes, Euclides, Hipócrates...) a ciência
começou a constituir-se e desenvolver uma nova forma de conhecimento,
centrada na investigação das provas e da demonstração.
O mundo árabe, entre os séculos XII e XV, transmitiu
à Europa conhecimentos em matemática, astronomia e medicina.
A Europa dos séculos XVI a XVIII, elaborou então, com
Galileu, Descartes, Newton e Lavoisier, uma nova representação
do Universo que se apoia no uso das matemáticas aplicadas ao
movimento do corpo, a observação e a experimentação.
A história dos conhecimentos e práticas que têm
por objeto o homem e a sociedade, as ciências humanas não
se desenvolveram senão a partir do século XIX, tendo
suas raízes no Renascimento, trazendo conhecimentos novos e
importantes sobre o ser humano.
Para a ciência, um fenômeno deve ser reproduzível
à vontade, o que nem sempre ocorre no caso das ciências
humanas, pois o Espírito é muito mais complexo que a
matéria e não se experimenta sobre um ser humano, como
sobre um material. Nesse campo, os fenômenos são reproduzíveis,
mas nem sempre a vontade.
As ciências humanas podem, em certa medida, responder aos critérios
das ciências chamadas exatas: fez observações
de fenômenos que podem ser repetidos ou renovados. Por exemplo,
em psicologia, os critérios podem ser definidos a partir do
estudo: as defesas, os complexos de inferioridade e de superioridade,
a esquizofrenia, a paranoia, etc. (estudos de Freud, Jung...) que
deram à psicologia um caráter científico. O estudo
dos comportamentos tem sido objeto de classificações
em categorias nas quais se fazem constantes.
A psicologia, convertida em ciência do homem e qualificada como
ciência exata, segue sendo prisioneira das leis estatísticas
e matemáticas, ocultando-nos nossa natureza espiritual.
As ciências do paranormal
As ciências do paranormal têm realizado estudos profundos
em magnetismo, radiestesia, hipnose, clarividência, telepatia,
psicometria e psicosinésia, segundo um método científico,
(inclusive estatístico - telepatia). Os fatos e os resultados
se repetem, são então reproduzíveis segundo condições
de experiências a serem respeitadas. Na análise dos fatos,
é preciso levar em conta condições fluídicas,
o estado de Espírito, etc, pois essas, condições
de ordem psíquica ou espiritual que devem ser levadas em conta.
E, portanto, não é uma investigação empírica,
na medida que tem sido possível determinar leis naturais que
regem diversos tipos de manifestações. O protocolo experimental,
simplesmente difere do exigido pelas ciências chamadas exatas,
pois não se trabalha sobre os poderes do Espírito da
mesma maneira que sobre a matéria inerte. Mas, como na psicologia
ou outra ciência humana, há um protocolo experimental
cujas regras nos são perfeitamente conhecidas.
O Espiritismo entre as ciências humanas
Enquanto ciência, o Espiritismo tem tido por meta demonstrar,
por intermédio dos médiuns, a existência dos Espíritos
além da morte, a partir da observação de fatos
aparentemente anacrônicos, isto é, as manifestações
espontâneas. Dessas observações, desses fenômenos
espontâneos, passou para a observação dos fenômenos
provocados. Assim, os fenômenos se tornaram reproduzíveis,
através de uma sessão espírita.
Foi, sobretudo, graças a Allan Kardec que compilou o resultado
experimental, que o que era misterioso e espontâneo, se converteu
em objeto de experimentações, se deduziram leis naturais
da definição da mediunidade e seu desenvolvimento. A
multiplicação das sessões veio logo a confirmar
e provar a existência de outro mundo que se manifestava de maneira
inteligente. Havia nascido o Espiritismo científico.
As provas da manifestação dos Espíritos (sinais
de reconhecimento e identidade, ectoplasma, manifestações
fantasmal, etc) já não têm que ser demonstradas,
nem questionadas, exceto por certos cientistas que recusam examinar
os trabalhos de eminentes investigadores do passado.
O Espiritismo reconhece os avanços da psicologia clássica
desde Freud e, sobretudo, permitiu uma grande extensão do psiquismo
humano em sua natureza preexistente e eterna.
Na metodologia das investigações, que foi utilizada
desde Allan Kardec, se pode dizer que o Espiritismo tem o direito
de reivindicar o titulo de ciência humana. Ainda mais, os conhecimentos
ensinados pelo mundo dos Espíritos em diversos campos, trouxeram
a cada disciplina das ciências humanas, um elemento suplementar
e complementar para a compreensão do ser humano. Trabalha para
que o Espiritismo seja estudado e aceito como uma ciência e
uma filosofia que libera o homem, é a missão a que se
impôs o Circulo Allan Kardec, desde há 30 anos.