A U T O R E S
Tiago Medeiros Sales, PhD
Médico Psiquiatra. Mestre e Doutor em
Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Ceará.
http://lattes.cnpq.br/5377778150728092
Rosa Maria Salani Mota, PhD
Estatística. Doutora em Saúde
Coletiva pela Universidade Federal do Ceará.
Professora da UECE.
http://lattes.cnpq.br/1356235229892935
Raimunda Hermelinda Maia Macena, PhD
Enfermeira . Doutora em Ciências Médicas
pela Universidade Federal do Ceará .
Professora da U F C .
http://lattes.cnpq.br/6728123164375829
Esta obra é uma adaptação de
parte da tese: Magnitude e fatores
associados ao envolvimento espírita, transtornos mentais
comuns e ideação suicida: um estudo transversal no Ceará.
Doutorado em Saúde Pública. Departamento de Saúde
Coletiva.
Universidade Federal do Ceará (UFC). Fortaleza/CE, 2023.
SALES, Tiago Medeiros. Magnitude e fatores associados
ao envolvimento espírita, transtornos mentais comuns e ideação
suicida: um estudo seccional no Ceará. 2023. Tese (Doutorado
em Saúde Pública) - Faculdade de Medicina, Universidade
Federal do Ceará, Fortaleza, 2023.
Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/73964
*
texto disponível em pdf - clique aqui para
acessar
INTRODUÇÃO
A saúde mental é o componente da saúde
que representa as questões da mente, englobando aspectos biológicos,
psicológicos e sociais. A saúde da mente, quando comprometida,
traz inúmeros prejuízos para os indivíduos e
para o coletivo (CAMPOS et al., 2009; SADOCK; SADOCK; RUIZ, 2017).
Um importante fator causal relacionado aos transtornos mentais é
a violência, que corresponde ao uso de força ou poder
contra si próprio, ou contra outros, resultando em potencial
sofrimento, morte, dano psicológico, entre outros prejuízos
(WHO, 1996). A violência, em seus diversos tipos, representa
um dos principais responsáveis pelos elevados índices
de transtornos mentais, sendo reconhecida como um problema global
de saúde pública (DAHLBERG; KRUG, 2006).
A violência autoinfligida, representada pela
ideação suicida e pelo suicídio, e os Transtornos
Mentais Comuns (TMCs), representados principalmente pela depressão,
ansiedade e estresse, são aspectos relacionados ao adoecimento
psíquico bastante pesquisados pelas ciências da saúde
em geral. A psiquiatria, a psicologia, a neurociência, a saúde
pública e outras áreas do conhecimento desenvolvem recursos
terapêuticos para prevenir e tratar os transtornos mentais.
Dentre estes recursos, a espiritualidade se apresenta como um aspecto
humano potencialmente promotor de saúde.
Dentre os inúmeros conceitos para espiritualidade
presentes na literatura, destaca-se o de Koenig (2012), que entende
a espiritualidade como um aspecto da condição humana
que representa à procura de cada pessoa por um significado
e propósito de vida, e da relação com o sagrado
e o transcendente. Neste caso, a ela pode ser expressada por meio
de rituais religiosos e da prática religiosa institucionalizada,
mas não necessariamente. Assim, a espiritualidade diferencia-se
da religião, pois esta representa um sistema de crenças
e rituais institucionalizados, enquanto a espiritualidade é
particular e adogmática (KOENIG, 2012).
Foi demonstrado que a espiritualidade e o exercício religioso
saudável são promotores de saúde mental e bem-estar
em grande quantidade de pesquisas, desde mais antigas (ALLPORT, 1950;
ALLPORT; ROSS, 1967; LARSON; SWYERS; MCCULLOUGH, 1998;
PARGAMENT; KOENIG; PEREZ, 2000), até mais recentes (BAZLEY;
PAKENHAM; WATSON, 2019; 7FORMULÁRIO DE ENVOLVIMENTO ESPÍRITA
LACE et al., 2020; PAUL VICTOR; TRESCHUK, 2020). Esta importância
da espiritualidade para a saúde mental é ressaltada
por Koenig (2012, p. 173), que afirma: “[...] aprender a respeitar
o poder dessas crenças e utilizá-las para acelerar a
cura e a recuperação total do paciente deve ser prioridade
para a medicina e o atendimento médico moderno”.
Práticas espirituais e religiosas são utilizadas por
todas as sociedade como um recurso de saúde, seja pela questão
da fé, do apoio comunitário, do autocuidado promovido
pela cultura religiosa ou por questões mais particulares (PERES
et al., 2018; VITORINO et al., 2018); sendo evidenciado o cuidado
espiritual como um recurso de saúde até no contexto
aversivo da pandemia de COVID-19 (TAVARES, 2020). No Brasil, o sistema
de saúde pública tem se mostrado insuficiente para tratar
aspectos da saúde mental e do suicídio (MACHADO; SANTOS,
2015), o que estimula uma demanda por assistências espirituais
e religiosas com inclinação psicológica, haja
vista a tradição cultural cristã da maior parte
da população brasileira (IBGE, 2010). Dentre as diferentes
linhas espirituais promovidas pelas culturas religiosas cristãs,
está a doutrina espírita e seu modelo de assistência.
*CONTINUE A LER - clique no link abaixo
*
texto disponível em pdf - clique aqui para
acessar