Certo dia, ao conversar com um espírita, homem experiente, de
boa formação cultural, bom pai e esposo, íntegro,
muito caridoso, honesto e de boa-fé, disse-lhe:
- "O meu Deus é diferente
do seu".
Ele contrapôs, de imediato, e
me disse:
- "Não! Meu Deus é
o mesmo teu."
Parei por ali, porque vi que não
havia entendido. Ri e mudei de assunto.
Dia desses, lendo o livro de Pedro
Granja - “Afinal quem somos?” - prefaciado
por Monteiro Lobato, em 1947, encontrei nesse prefácio, entre
outras afirmativas, que bem poderiam ser tomadas como as de um materialista,
a seguinte: "Quem diz que Deus é bom e misericordioso
torna-o antropomórfico, porque estes atributos são da
condição humana e Deus não é humano."
Percebi que, em 1947, sua visão
era muito além de seu tempo. Não poderia ser diferente:
Monteiro Lobato foi um ser pensante. Estava muito além de nós,
pobres mortais.
Na certa, Monteiro Lobato me diria também:
"...o meu Deus é diferente do teu...". Eu não
o entenderia, talvez.
Mas hoje penso que o entendo.
Quando me deparei com a física
moderna e li sobre a mecânica quântica; quando entendi as
diferentes freqüências existentes; quando procurei saber
sobre os deslocamentos das moléculas atômicas e de seus
elétrons; quando a mecânica quântica coloca como
parte integrante de todo processo, o observador, que somos nada mais
do que nós próprios; quando li sobre a existência
de um mundo onde as moléculas desaparecem para ressurgirem com
nova carga de elétrons, vindas não se sabe de onde, para
modificarem uma estrutura; quando me disseram que o que está
aí, parecendo ser material, não é nada mais nada
menos do que energia condensada, foi que aceitei melhor a possibilidade
da existência de um mundo invisível, ainda desconhecido,
em outra "dimensão".
Tudo que nos cerca existe trabalhando
em freqüências diferentes, mas todas baseadas na velocidade
da luz, que é aproximadamente 300.000 km.s-1, seja o espectro
das diferentes cores, sons, luz, ondas eletromagnéticas, de rádio,
micro-ondas, telefone celular, televisão, tomógrafos,
raios X, etc.,etc.
Bem, ficando por aí, para não
complicar muito, quando li o “Livro de Ouro da Evolução”,
de Carl Zimmer, fiquei perturbado pela comprovação de
que um dia fui nada mais do que um ser que andava pelas águas
doces e salgadas, unicelular, uma pobre "ameba", um errante,
para me transformar neste complexo de células, aparentemente
tão iguais, mas tão diferentes nas suas diferentes e especializadas
funções vitais.
Como isso aconteceu? Quem me construiu
que me faça entender, quem sabe, um dia. Não sei o que
é, mas acredito que seja uma Inteligência Superior...
...um Grande Arquiteto.
Fonte:
http://www.carlosparchen.net/teste.html
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