(trecho inicial)
Será que as denominadas
reuniões de desobsessão (doutrinação ou
esclarecimento de Espíritos) foram recomendadas na Codificação?
É o que propomos pesquisar.
Na atualidade, após os quase 160 anos
do surgimento da Doutrina dos Espíritos, poderá alguém
questionar sobre a utilidade das evocações de desencarnados
em reuniões mediúnicas, denominadas de “doutrinação”,
de “desobsessão” ou de “esclarecimento”,
nas quais se estabelecem diálogos com eles visando, de alguma
forma, auxiliá-los.
Percebe-se que alguns companheiros pensam que
o esclarecimento ou a moralização dos Espíritos
inferiores deve ser uma tarefa
específica de Espíritos superiores, que deverá
ser realizada no mundo espiritual e não por nós, aqui
do mundo material. Outros mais ortodoxos são contra somente
pelo fato delas estarem mencionadas por André Luiz, pela psicografia
de Chico Xavier; pede-se, apenas, bom senso, pois o excesso para nenhum
dos lados é bom.
Tomemos, por pertinente ao tema,
a obra O Livro dos Médiuns, cap. XXV, “Evocações”,
para esclarecimento da questão: 278.
Uma questão
importante se apresenta aqui, a de saber se há ou não
inconveniente em evocar Espíritos maus. Isto depende
do fim que se tenha em vista e da ascendência que se possa
exercer sobre eles. Não há inconveniente,
quando são chamados com um fim sério, instrutivo e
tendo em vista melhorá-los. Ao contrário, o inconveniente
é muito grande quando se faz a evocação por
simples curiosidade ou por divertimento, ou, ainda, quando
quem os chama se põe na dependência deles, pedindo-lhes
um serviço qualquer. […]. (2)
(grifo nosso)
E o alerta no início
do item subsequente (279) não deve ser nunca desprezado: “Ninguém
exerce ascendência sobre os Espíritos inferiores, a não
ser pela superioridade moral.” (3) itálico do
original).
Um pouco mais à frente,
no tópico “Utilidade das evocações particulares”,
do item 281, transcrevemos o seu último parágrafo:
A evocação
dos Espíritos vulgares tem, além disso, a vantagem
de nos pôr em contato com Espíritos sofredores, que
podemos aliviar e cujo adiantamento podemos facilitar, por meio
de bons conselhos. Todos, pois, nos podemos tornar úteis,
ao mesmo tempo que nos instruímos. Há egoísmo
naquele que somente a sua própria satisfação
procura nas manifestações dos Espíritos, e
dá prova de orgulho aquele que deixa de estender a mão
em socorro dos desgraçados. De que lhe serve obter belas
comunicações de Espíritos de escol, se isso
não o faz melhor para consigo mesmo, nem mais caridoso e
benévolo para com seus irmãos deste mundo e do outro?
Que seria dos pobres doentes, se os médicos se recusassem
a lhes tocar as chagas? (4) (grifo
nosso)
Caso não tentemos aliviar
e ajudar no adiantamento os Espíritos inferiores, nós
os espíritas, estaremos, segundo Kardec, sendo egoístas,
por não colocarmos em prática a caridade e benevolência
para com eles. Obviamente, que isso não significa que todos
os espíritas devam fazer esse trabalho, já que a caridade
pode ser exercida de muitas outras maneiras. O que ele quer dizer
é que as instituições espíritas não
devem descuidar deste tipo de atividade.
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