1 - Introdução
O Espiritismo possui, em sua base de sustentação,
três aspectos, quais sejam: Científico, Filosófico
e Religioso. Assim, poderíamos representá-los graficamente
dessa forma:
Apesar de que muitas pessoas
insistem em levar a idéia da reencarnação exclusivamente
para o lado religioso, na verdade, é um princípio que
deverá ter a Ciência como apoio, pois se trata
de uma lei natural que é da alçada dela, portanto, nada
tem a ver com religião, nem tampouco com a filosofia, embora
sob esses dois pontos também possamos justificá-la.
2 - Recordação Espontânea de Vidas Passadas
Fato muito comum, mais do que se possa imaginar, é encontrarmos
crianças que se lembraram de uma vida anterior. Esses casos,
por desconhecimento do assunto, não são tratados como
deveriam, pois estão sendo levados à conta da imaginação
dessas crianças. Entretanto, vários pesquisadores têm
dedicado seu precioso tempo para pesquisá-las. A razão
mais forte para esse tipo de pesquisa é pelo fato de que as
crianças são mais autênticas nas informações
que passam. Outro fator relevante é que, muitas vezes, nem
mesmo possuem conhecimento daquilo que estão descrevendo sobre
sua vida anterior. Entre esses pesquisadores podemos citar:
O Dr. Ian Stevenson,
norte-americano, chefiou a Divisão de Parapsicologia do Departamento
de Psiquiatria da Universidade de Virginia, que já dedicou
mais de 40 anos de sua vida pesquisando casos de reencarnação
de crianças que se lembraram espontaneamente de outras vidas,
tendo catalogado mais de 2.600 casos. Essas crianças, em determinado
período de vida, passaram a dizer que eram outras pessoas que
haviam vivido em outros lugares, dando inúmeros detalhes, que
foram, posteriormente, por ele confirmados.
O Dr. Stevenson publicou
interessante estudo, infelizmente, ainda sem tradução
para o português, intitulado Reincarnation and Biology: A Contribution
to the Etiology of Birthmarks and Birth Defects (Reencarnação
e Biologia: Uma contribuição à Etiologia das
Marcas-de-Nascença e Defeitos de Nascença). Neste estudo
com 2.300 páginas, ele procura a comprovação
da reencarnação através das ditas “marcas
de nascença”. Inúmeras crianças traziam
marcas muito semelhantes à de seus parentes já falecidos,
além disso demonstravam inconfundíveis traços
da personalidade deles, tão marcantes que não deixavam
dúvidas quanto ao fato de se tratar dos mesmos espíritos
numa roupagem física nova.
Transcrevemos do livro Investigando
a Reencarnação de Dr. John Algeo,
professor universitário, com Mestrado e Doutorado na Universidade
da Flórida:
"Ao investigar seus casos,
Stevenson considerou uma variedade de explicações possíveis
para a precisão das lembranças relatadas:
a) Fraude. Logro
deliberado é a explicação menos provável
na maioria dos casos. Exigiria uma elaborada conspiração
entre as crianças, seus parentes, vizinhos, estranhos de outras
cidades e assim por diante.
b) “Criptomnésia”.
É possível acreditar que já tenhamos experimentado
algo que na verdade lemos ou ouvimos falar, mas que a nossa mente
converteu em lembrança. Tal lembrança (mnesia) oculta
(do grego cripto) também é responsável pelo fenômeno
do plágio inconsciente – um escritor pode armazenar uma
expressão ou frase particularmente atraente e depois vir a
crer que foi ele quem a inventou.
c) Telepatia com os vivos.
Possivelmente as crianças liam as mentes das pessoas vivas
que tinham conhecimento dos fatos e depois convertiam essa informação
em pseudo-lembranças.
d) Retrocognição
ou pré-cognição. Outra possibilidade
é a de a criança, por meio de alguma faculdade extraordinária,
ter tido consciência direta dos fatos do passado (retrocognição).
Ou talvez, de ter tido alguma consciência dos fatos, que o investigador
viesse a descobrir no futuro, e fosse capaz de predizê-los (pré-cognição).
e) Telepatia com os mortos.
Talvez a criança tivesse entrado em contato telepático
com a consciência de uma pessoa falecida e estivesse percebendo
equivocadamente a informação assim recebida, como sendo
sua.
f) Possessão.
Talvez a criança estivesse de fato possuída pelo espírito
do falecido, e as recordações fossem as lembranças
verdadeiras daquela outra consciência coabitando em seu corpo
ou substituindo a personalidade original.
g) Reencarnação.
As lembranças são o que parecem ser – recordações
de fatos de uma vida anterior da criança. Concluiu, Stevenson,
que essa possibilidade era, algumas vezes, a única mais provável.
Stevenson nunca declarou que os seus
casos “comprovam” a reencarnação, certamente
não no sentido popular do termo. É difícil obter
a evidência e avaliá-la. Tudo o que Stevenson afirma
é que estes casos sugerem como explicação a reencarnação,
e que não existe explicação mais provável
para eles. Essa é uma alegação modesta, mas,
ainda assim, notável, vinda de um cientista acadêmico.
Desde o trabalho de Stevenson, não é mais correto dizer
que inexiste uma prova real, sólida da reencarnação.
Foi exatamente isso o que ele proporcionou. (ALGEO,
1995, pp. 102-103)."
O Prof. Hemendra Nath Banerjee
(1929-1985), Diretor do Departamento de Parapsicologia da Universidade
de Rajasthan, Índia, iniciou uma série de investigações
acerca de diversos casos de crianças que se lembravam de suas
vidas anteriores, chegando a catalogar três mil casos. Tais
casos, disse ele, são numerosos na Índia, bem como em
diversos países do Oriente: Burma, Líbano, Sri Lanka,
Turquia e outros.
Vamos mostrar alguns trechos do livro
Vida Pretérita e Futura – 25 anos de
estudos sobre a reencarnação publicado, em 1979, pelo
Dr. Banerjee:
"Durante anos, os pesquisadores
parapsicólogos que estudam os casos de reencarnação
têm sido considerados charlatões, e seus estudos classificados
como de efêmero valor. Mas, depois de mais de vinte e cinco
anos de pesquisas neste campo, em que estudei mais de 1.100 casos
de reencarnação em todo o mundo, e publiquei vários
trabalhos sobre o assunto, a crítica diminuiu e surgiu maior
interesse. Os fatos que cada vez mais chegam ao nosso conhecimento
são tão impressionantes, que agora a comunidade científica
passou a considerá-los como dignos de pesquisa.
Desde o começo, decidi formar
um centro de estudos internacional sobre a reencarnação.
Seu objetivo seria estudar cientificamente casos de vidas anteriores
em todo o mundo e coligir dados relativos aos mesmos.
Minhas pesquisas de um quarto de século
convenceram-me de que há muitas pessoas, nos Estados Unidos
e em outras partes do mundo, dotadas de memórias diferentes,
o que não se pode obter por vias normais. Chamo esse tipo de
memória de "memória extracerebral", porque
as afirmações dos sujeitos de possuírem lembranças
de vidas anteriores parecem ser independentes do cérebro, principal
repositório da memória. É fato científico
que ninguém é capaz de lembrar o que não aprendeu
anteriormente.
Os casos descritos neste livro não
se baseiam no ouvir dizer nem em estórias de jornais;
baseiam-se em pesquisas que fiz através de rigorosos métodos
científicos. Meu estudo sobre a reencarnação
foi concebido à luz de várias hipóteses, tais
como, a fraude, a captação de lembranças através
de meios normais, e a percepção extra-sensorial. (BANERJEE,
1987, pp. 13-14). (grifo nosso)."
Muito embora essas pesquisas realizadas por Dr. Ian Stevenson (EUA)
e Dr. H. N. Banerjee (Índia), não sejam ainda consideradas
por algumas pessoas como provas científicas, trazem fortíssimas
evidências que, com certeza, dentro de algum tempo, passarão
da classe de teoria para a de prova concreta, tal é o critério
científico utilizado nelas. Mas, felizmente e para desespero
dos contrários por questões religiosas, já convenceu
cientistas de renome como veremos mais adiante.
2.1 - Casos de reencarnação por lembrança espontânea
Um caso relatado por Stevenson (STEVENSON,
I, Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação, São
Paulo: Difusora Cultural, 1970, pp. 305-320),
de forma resumida:
"Trata-se do caso do pescador
Willian George, membro da tribo dos tlingits, Alasca, EEUU. Em várias
ocasiões, conversando com seu filho e sua nora, ele disse que
iria reencarnar como filho deles e que seria reconhecido pelas marcas
que traria no corpo, semelhantes às que tinha no ombro esquerdo
e na face interna do antebraço. Em julho de 1.949 entregou
a seu filho um relógio de ouro que estimava muito, pedindo
que o conservasse para quando retornasse em outra existência.
No mês seguinte Willian George saiu para pescar e desapareceu,
sem que seu corpo fosse jamais encontrado.
Pouco tempo depois sua nora engravidou
e, a 5 de maio de 1.950, deu à luz a um menino. Durante o parto
ela sonhou que seu sogro aparecera e, quando voltou a si depois do
parto, esperava ver o sogro (talvez como um espírito) em sua
forma adulta anterior. Mas o que viu foi um bebê robusto que
trazia em seu corpo sinais exatamente iguais aos que seu sogro tinha
em vida e também nas mesmas regiões. A identificação
dessas marcas de nascença levou os pais a chamá-lo de
Willian George Júnior.
À medida que o menino crescia,
mostrava traços de gostos, aversões e aptidões
semelhantes aos do avô. Este, por exemplo, costumava virar o
pé direito para fora, hábito que o menino também
apresentava. Os traços faciais, a tendência à
irritabilidade, o hábito de dar conselhos, o conhecimento de
pesca e de barcos e dos lugares piscosos eram semelhantes aos do avô,
e, o que é bastante estranho, o jovem tinha um incomum medo
da água. Também era mais sério e sisudo que seus
companheiros.
Além dessas características,
o menino mostrava marcante identificação entre a sua
personalidade e a do seu avô, dizia que a tia-avó era
sua irmã e tratava os outros como se fossem filhos ou filhas.
Quanto ao relógio de ouro,
um dia sua mãe resolveu examinar as jóias que possuía
e tirou-as juntamente com o relógio, do porta-jóias.
Quando o garoto viu o que ela estava fazendo, agarrou o relógio
dizendo que era seu e só com muita dificuldade a mãe
conseguiu que ele o devolvesse.
Os familiares do menino, que foram
cuidadosamente inquiridos pelo pesquisador, afirmaram, categoricamente,
que jamais haviam falado sobre o relógio ou mencionado as palavras
de Willian George.
O caso de Willian George Jr mostra
as seguintes evidências reencarnacionistas: recordações
iniciando-se na infância, visão, déjá vu
(reconhecimento de um lugar onde nunca se esteve antes), sonhos anunciadores,
informações da própria pessoa antes de morrer,
prometendo voltar, defeitos congênitos e marcas de nascença,
aptidões inatas ou sankharâ. (Planeta
Especial - Reencarnação, s/d, p. 27)."
Casos narrados pelo jornalista, escritor e pesquisador Roy
Stemman:
"A PEQUENA MÃE
Kumari Shanti Devi, nascida em 1926, na
Velha Delhi, lembrou-se, aos três anos, de sua encarnação
anterior. Dizia que morava em Muttra e o nome do seu marido era Kedarnath,
e que se chamava Ludgi, cuja morte se deu durante um parto.
Escreveram a Kedarnath que confirmou
que havia perdido a esposa em 1925. Ele pediu ao primo Lal, para visitar
Shanti, que o reconhece primo do marido ao vê-lo. Posteriormente,
atendendo a um convite, Kedarnath foi vê-la e Shanti o reconheceu
imediatamente.
Tempos depois Shanti foi a Muttra
com um grupo de pesquisadores. Ao chegar acena para algumas pessoas
que identifica como a mãe e o irmão do marido. Desembarcando
do trem, fala com eles não na língua hindu que havia
aprendido em casa, e sim no dialeto local. Mostra, sem nenhuma dificuldade,
o caminho até a residência de Ludgi, aonde ao chegar
identifica pelos nomes os dois filhos. Só não sabendo
o nome da criança, cujo parto lhe custou à vida.
Diz que havia um poço no terreno,
fato confirmado quando foram ao local indicado.
Kedarnath, perguntou a Ludgi
onde ela havia escondido alguns anéis pouco antes de morrer.
Ela disse que eles estavam enterrados em um vaso no jardim da casa
antiga, fato confirmado pelos pesquisadores.
(STEMMAN, 2005, pp. 43-46 – resumido
por nós)."
Esse caso é bastante significativo,
visto ser um dos que põe completamente por terra a teoria do
inconsciente, usada geralmente por aqueles que querem combater a idéia
da reencarnação, especialmente os que a combatem por
questões religiosas. A única pessoa que sabia onde haviam
sido enterrados os anéis era a personalidade anterior, assim,
de duas uma: ou aceitamos a influência espiritual sobre a criança
ou teremos que admitir ser ela mesma essa personalidade anterior.
O FAZENDEIRO QUE RENASCEU E IDENTIFICOU SEU
ASSASSINO
O fazendeiro Abit Süzülmüs,
que morava em Bey, em Adana, na Turquia, no dia 31.01.1957, foi atingido
por um martelo de ferreiro, vindo a falecer. Alguma horas depois,
sua segunda esposa, Sehide, que estava em estado adiantado de gravidez,
saiu à procura do marido e foi morta da mesma maneira. Os assassinos
levaram algumas jóias que ela tinha no corpo. Também
mataram os dois filhos mais novos do casal, Zihni e Ismet.
Oito meses mais tarde, Mehmet Altinkilic
e sua esposa Nebihe tiveram mais um filho, Ismail. Um ano e meio depois,
quando começou a andar e a falar dizia que tinha sido Abit
Süzülmüs.
Conseguiu identificar o seu assassino,
cujo nome era Ramazan.
Um ano após Ismail ter nascido,
Adana Tinsmith Kerim Bayri e sua esposa Cemile tiveram uma filha,
que chamaram de Cevriye. Quando a menina completou um ano, começou
a falar e se lembrava de ter sido Sehide Süzülmüs,
esposa mais jovem de Abit e vítima no assassinato. Descreveu
todos os acontecimentos e disse que os criminosos haviam levado seu
colar e que a criança que estava esperando nasceu após
sua morte. A informação foi confirmada quando seu túmulo
foi aberto, e, de fato, a criança havia sido parcialmente expelida
do útero.
(STEMMAN, 2005, pp. 186-187 – resumido
por nós).
Da mesma forma que o caso anterior, temos aqui somente duas
pessoas que sabiam que o feto havia sido expelido do útero:
o espírito da mãe ou o próprio feto. Valem as
mesmas considerações que fizemos no caso anterior.
3 - Recordação induzida a
vidas passadas
Devemos citar Eugène-Auguste
Albert de Rochas d’Aiglun (1837-1914) como
o pioneiro nessa área, autor do livro As vidas Sucessivas.
Foi com este trabalho que ele praticamente lançou os fundamentos
da técnica de regressão de memória. Pesquisou
pessoalmente dezoito pessoas, entre 1903 e 1910, levantando não
apenas a questão das vivências passadas, mas numerosos
aspectos complementares e subsidiários que ainda permanecem
à espera de mais amplas e profundas pesquisas.
Nesse livro há um caso interessante,
em que se comparou a caligrafia da personalidade da vida atual com
a da anterior. É o caso 2, Joséphine 1904 (pp. 60-75):
Vida anterior:
Jean-Claude Boudon nasceu em 1812.
Vida Atual:
Joséphine em 1904, está
com 18 anos.
Vejamos uma experiência narrada por Albert de Rochas:
"Foi em 1887. Havia na Espanha
um grupo espírita chamado “A Paz”, cujo fundador
e presidente era Fernandez Colavida, apelidado do outro lado dos Pirineus
de Kardec Espanhol.
Em todas as suas sessões, esse
grupo fazia o estudo e o controle dos fenômenos espíritas.
Minha esposa e eu éramos, naquela época, membros desse
grupo.
Ora, certo dia, o sr. Fernandez quis
experimentar se podia provocar sobre um sonâmbulo a recordação
de suas existências passadas. Eis como agiu. Estando o médium
magnetizado em alto grau, ordenou-lhe que dissesse o que havia feito
na véspera, na antevéspera, uma semana antes, um mês,
um ano e, conduzindo-o assim, ele o fez recuar até a infância,
que descreveu como todos os seus detalhes.
Sempre estimulado, o médium
contou sua vida no espaço, a morte em sua última encarnação
e, conduzido continuamente, chegou a quatro encarnações,
das quais a mais antiga fora uma experiência completamente selvagem.
É interessante observar que, a cada existência, as feições
do médium modificavam-se completamente.
Para trazê-lo de volta ao seu
estado normal, ele o fez retornar até sua existência
presente, depois o despertou.
Não desejando ser acusado de
ter-se enganado, ele fez o médium ser magnetizado por um outro
magnetizador, que deveria sugerir-lhe que as existências passadas
não eram verdadeiras. Apesar desta sugestão, o médium
expôs novamente as quatro existências como o havia feito
alguns dias antes.
Obtive o mesmo resultado sobre o mesmo
fato com um outro médium. (1)"
(1) Os primeiros
estudos foram controlados por todos os membros que formam o grupo
“A Paz”. A. R. (ROCHAS, 2002,
p. 259).
Observar que neste caso o indivíduo mesmo
sob sugestão hipnótica de que as existências passadas
não eram verdadeiras, descreveu suas vidas anteriores.
É cada vez mais empregada a
TVP – Terapia de Vidas Passadas no sentido de ajudar às
pessoas. O psiquiatra leva, por hipnose ou relaxamento, o paciente
às vidas anteriores, em busca da causa que deu origem ao problema
vivencial desse paciente, já que ele não foi encontrado
nesta existência. Por exemplo: uma pessoa tem um medo inexplicável
das águas dos rios, lagos e mares, após a regressão
descobre-se que, em uma existência anterior, ela morreu afogada,
e quando volta da regressão, se liberta do medo, parecendo
que, ao reviver o problema, o seu trauma também passa a ficar
só no passado.
No campo da TVP, podemos citar os pesquisadores:
Dr. Patrick Drouot,
físico francês, doutorado pela Universidade Columbia
de Nova York, autor dos livros Reencarnação e Imortalidade
e Nós somos todos imortais;
Dra. Edith Fiore,
norte-americana, doutorada em psicologia na Universidade de Miami,
autora dos livros: Você já Viveu Antes e Possessão
Espiritual;
Dra. Helen Wambach,
psicóloga norte-americana, autora do livro: Recordando Vidas
Passadas;
Dr. Brian Weiss,
M.D., psiquiatra e neurologista norte-americano, formado pela Columbia
University, professor catedrático de um dos mais conceituados
hospitais universitários americanos, como é o Mount
Sinai Medical Center, autor dos livros: Muitas Vidas, Muitos Mestres,
Só o Amor é Real, A Cura através da Terapia de
Vidas Passadas e A Divina Sabedoria dos Mestres.
3.1 - A confirmação sobre
a realidade da regressão
Obviamente, por ser um procedimento relativamente
novo, muitas pessoas questionam se realmente somos levados às
vidas anteriores. Acreditamos que a prova disso podemos encontrar:
3.1 - a) Pelo mapeamento das ondas cerebrais
Em recente reportagem na Revista IstoÉ nº. 1710 (p. 76-78),
intitulada “De volta ao passado”, assinada por Celina
Côrtes e Rita Moraes, encontramos a informação
de que pesquisadores de um Instituto de Terapia Regressiva, de São
Paulo, fizeram um mapeamento de ondas cerebrais de pacientes em regressão
para se saber qual ou quais as áreas do cérebro que
estariam em atividade naquele momento. Assim, alguns pacientes foram
submetidos a uma tomografia com emissão de radifármaco
(método spect), cujos exames foram analisados pelo médico
Andrew Newberg, especialista em estados modificados de consciência
da Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos. Estes estudos
revelaram que as áreas do cérebro mais requisitadas
durante a regressão de memória são as do lobo
médio temporal e as do lobo pré-frontal esquerdo, que
respondem pela memória e pela emoção. Ou seja,
não é fruto da imaginação. “Se o
paciente estivesse criando uma estória, o lobo frontal seria
acionado e a carga emocional não seria tão intensa”,
explicou um dos pesquisadores do Instituto.
Representando graficamente:
Disso podemos concluir que se a técnica
de indução é a mesma e sendo também a
mesma área cerebral a ser ativada, o que nos leva à
certeza de que num mesmo local do cérebro se encontram arquivados
os fatos dessa vida e os das passadas, então a regressão
é uma realidade.
Os fatos da vida atual podem ser comprovados,
por serem recentes e muitos deles documentados, ficando apenas os
fatos das vidas anteriores carecendo de comprovação.
Entretanto, acreditamos não ser tão necessário,
haja vista que, conforme já dissemos, técnica e área
do cérebro são os mesmos. Entretanto, futuramente o
serão, uma vez que já há muitos registros pessoais,
como exigência dos tempos modernos.
3.1 - b) Dados estatísticos
A Dra. Helen Wambach,
em seu livro Recordando Vidas Passadas, relata sua
experiência com a regressão a vidas passadas feitas em
1.088 pacientes. Por indução hipnótica levou
esses pacientes a dez períodos, a saber: 2000 a.C., 1000 a.C.,
500 a.C, 400 d.C., 25 d.C., 800 d.C e 1.200 d.C. 1500 d.C, 1700 d.C
e 1850 d.C. Diz ela:
“Se a lembrança da vida passada não passasse de
fantasia, seria de esperar que as imagens fossem proporcionadas pelo
nosso conhecimento consciente da história. Quando as imagens
contrastam com o que imaginamos ser verdadeiro e, não obstante,
após cuidadoso estudo, se revelam exatas, temos de
rever o conceito de que a rememoração de vidas passadas
é fantasia”. (WAMBACH,
1999, p. 95). (grifo nosso).
Ao levar os seus pacientes nos períodos escolhidos perguntava-lhes
sobre:
1) Classe social
2) A que raça pertencia
3) De qual o sexo eram
4) Tipo de roupa usada
5) Tipo de calçado
6) Quais alimentos comiam
7) Qual tipo de prato que usavam
Depois, tabulando toda essas informações,
pelo método estatístico, ela representou-as graficamente,
conforme a seguir (pp. 97-117):
1) Classes sociais em cada período
de tempo :
2) As raças nas vidas passadas :
3) A distribuição dos sexos em cada período de
tempo :
4) Os tipos de roupas usados em vidas
passadas :
5) Os tipos de calçados em cada período de tempo :
6) Tipos de alimentos comidos em cada período de tempo :
7) Tipos de pratos usados em cada período de tempo :
8) A curva da população mundial em cada período
de tempo:
Todas as informações que estão representadas
nesses gráficos podem ser confirmadas pelo histórico
da humanidade, portanto, é impossível que elas sejam
fruto da imaginação dos pacientes.
4 - Outras pesquisas ou fatos que comprovam
a reencarnação
4.1) Em relação ao corpo
físico:
Citamos as pesquisas feitas por Dr. João
Alberto Fiorine, Delegado de Polícia, membro do Departamento
de Polícia Científica e delegado-chefe da Delegacia
de Investigação Criminal da Polícia Civil do
Paraná. Fiorine, em busca da comprovação científica
da reencarnação, vem trabalhando, em suas pesquisas,
com os seguintes dados: impressão digital, exame grafotécnico,
prosopográfico e marcas de nascença.
> 4.1 - a) Impressão
digital
Comparando as impressões digitais da personalidade anterior
com a da atual. (Espiritismo & Ciência, nº 3, p. 21).
> 4.1 - b) Exame grafotécnico
Comparando-se a escrita da personalidade
atual com a da anterior. (Espiritismo & Ciência nº.
6, p. 22).
> 4.1 - c) Exame prosopográfico
Revista Cristã de Espiritismo,
nº. 19, 2003, p. 15
Aqui a comparação feita
é a do rosto da personalidade anterior com o da atual. (Revista
Internacional de Espiritismo nº. 1, 2001, p. 14).
> 4.1 - d) Marcas de nascença
Caso acontecido em Alagoas e investigado
por João Alberto Fiorini. Observar que a criança apresenta
o mesmo defeito que o avô apresentava na mão direita.
Espiritismo & Ciência, nº 3,
pp. 18 e 21
Caso também investigado por
João Alberto Fiorini.
Revista Cristã de Espiritismo nº 17, p. 50
4.2 ) Pela genialidade de Crianças
Citamos o caso de Gregory, graduado em 31.02.2003:
Ele
poderia ser um pré-adolescente comum se já não
estivesse prestes a cursar um doutorado em Matemática em Oxford.
É um norte-americano de 13 anos de idade e sua precocidade
surpreende. Aos 14 meses Gregory Robert Smith resolvia problemas simples
da sua matéria preferida, aos 10 anos começava a graduação
pela Randolph-Macon College, em Washington. É presidente de
uma fundação, a Youth Advocates, dedicada à defesa
de jovens carentes; já esteve com Bill Clinton, Michail Gorbachev
e a Rainha Noor, da Jordânia, discutindo o futuro da Humanidade;
e foi indicado para o Nobel da Paz de 2002.
Gregory tem Q.I. muito acima de 200
e pertence a uma classe de superdotados que representam apenas 0,1%
da população mundial. Da estirpe dele, lembramos Amadeus
Mozart, que tocava piano aos 2 anos, falava três idiomas (alemão,
francês e latim) aos 3 anos, tocava violino aos 4, compunha
minuetos aos 5 anos e escreveu sua primeira ópera aos 14. John
Stuart Mill aprendeu o alfabeto grego aos 3 anos de idade. Dante Alighieri
dedicou aos 9 anos um soneto a Beatriz. Goethe sabia escrever em diversas
línguas antes da idade de 10 anos. Victor Hugo, o gênio
maior da França, escreveu Irtamente com 15 anos de idade. Pascal,
aos 2 anos, sem livros e sem mestres, demonstrou em Geometria até
a 32 a proposição de Euclides; aos 16 anos, escreveu
um tratado de “seções cônicas” e logo
adiante escreveu obras de Física e de Matemática. Miguel
Ângelo, com a idade de 8 anos, foi dispensado pelo seu professor
de escultura porque este já nada mais tinha a ensinar-lhe.
Allan Kardec, examinando a questão, perguntou aos Benfeitores
como entender este fenômeno e estes responderam: “Lembrança
do passado; progresso anterior da alma (...).”
Gregory começou a falar com
apenas 2 meses de idade. Quando completou 1 ano, já resolvia
problemas de álgebra e memorizava o conteúdo de livros
volumosos – tinha na cabeça a coleção inteira
de Júlio Verne. Aos 5, terminou o colegial e era capaz de dissecar
tudo sobre a Terra, de sua pré-história aos dias atuais.
Virou estrela: capa do The Times Magazine, manchete do New York Times
e do Washington Post. Foi sabatinado por David Letterman e Oprah Winfrey,
anfitriões de dois dos programas de maior audiência nos
Estados Unidos. “Nunca vi um caso como esse em 40 anos de profissão”
, disse, recentemente à ABC News, Linda Silverman, diretora
do Centro de Desenvolvimento de Superdotados, de Denver, no Colorado.
(Foto: Alexa Welch Edlund Richmond-Times Dispatch)
(Revista Reformador, 2005, pp. 12-14).
5) Aceitação por Cientistas – um passo
do reconhecimento da Ciência
Amit Goswami, conferencista, pesquisador e professor titular
da Universidade de Oregon. Ph.D em física quântica, é
físico residente no Institute of Noetic Sciences:
P: Assim, em sua
abalizada opinião, a reencarnação é
científica?
R: A resposta
é um retumbante sim. Pense. Os dados sobre reencarnação
dão-nos evidência definitiva de que a mente não
é o cérebro, pois ela sobrevive à morte do corpo
físico. Além disso, o propósito da ciência
é levar as realizações, experiências e
sabedoria das pessoas ao cenário público, por meio de
teorias e experimentos em desenvolvimento, dos quais todos podem participar
e todos julgam úteis. Creio que o modelo que estudamos aqui
cumpre esse propósito. (GOSWAMI, 2005,
pp. 243-244). (grifo nosso).
C. J. Ducasse (1881-1969), cientista e professor,
foi presidente do Departamento de Filosofia da Universidade de Brown,
da Associação Americana de Filosofia e vice-presidente
da Sociedade Americana de Pesquisas Psíquicas, declarou em
1958:
“Sendo ou não verdadeira,
a pluralidade das vidas na Terra (reencarnação), é
algo perfeitamente coerente e compatível com inúmeros
fatos existentes hoje. De todas as concepções que explicam
o significado da humanidade na Terra, a hipótese da reencarnação,
que compara cada vida da pessoa a um dia na escola, é a única
que faz realmente sentido. Senão, como explicar que
uma pessoa nasce um gênio e outra uma tola; uma é bela
e a outra feia; uma é saudável e a outra tem deficiências?
O conceito de renascimento na Terra, talvez após um intervalo
em que o indivíduo possa se esquecer do que viveu e manter
somente a sabedoria que adquiriu, nos permitiria crer que realmente
existe justiça no Universo”. (Stemman,
2005, p. 26). (grifo nosso).
6 - Conclusão
Vale ressaltar que Ian Stevenson, H.N. Banerjee, Dra. Helen
Wambach, Dr. Brain Weiss, são pesquisadores não espíritas.
Fica evidente que provas existem,
o que não existe ainda é o reconhecimento delas pela
Ciência oficial, mas é questão de tempo, principalmente,
quando um físico quântico na crista da onda, afirma que
a reencarnação é provada cientificamente, numa
atitude, para a atualidade, corajosa. Mas como, certamente, Amit Goswami
é honesto rendeu-se às evidências. Cabe aos outros
cientistas seguir-lhe o exemplo. Seguramente esse é o caminho
pelo qual a Ciência passará a aceitá-la como verdade
científica.
Revista Espiritismo & Ciência, nº. 3,
São Paulo: Mythos, s/d.
Revista Espiritismo & Ciência, nº. 4,
São Paulo: Mythos, s/d.
Revista Espiritismo & Ciência, nº. 6,
São Paulo: Mythos, s/d.
Revista Espírita Além da Vida, nº
2, São Paulo: Aulus, s/d.
Revista Internacional do Espiritismo, nº. 1, Ano
LXXVI, Matão, SP: O Clarim, fevereiro 2001.
Revista Cristã de Espiritismo, nº 7, São
Paulo: Escala, jul/ago 2000.
Revista Cristã de Espiritismo, nº 17, São
Paulo: Escala, jun/jul 2002.
Revista Cristã de Espiritismo, nº 19, São
Paulo: Escala, fev/mar 2003.
Revista Reformador, Rio de Janeiro: FEB, janeiro 2005.
Revista ISTOÉ, nº 1710, Cajamar –
SP: Editora Três, 10 de julho de 2002.
Planeta Especial, Reencarnação, São
Paulo: Editora Três, s/d.
ALGEO, J. Investigando a reencarnação,
Brasília: Teosófica, 1995.
ANDRADE, H.G. Você e a Reencarnação,
Bauru, SP: CEAC, 2002.
BANERJEE, H. N. Vida Pretérita e Futura, Rio
de Janeiro: Nórdica, s/d.
BRIAN L. W. Muitas Vidas Muitos Mestres, Rio de Janeiro,
Salamandra, 1991.
DROUOT, P. Nós Somos Todos Imortais, Rio de
Janeiro: Record, 1995.
FIORE, E. Você já Viveu Antes, Rio de
Janeiro: Record, 1993.
GOSWAMI, A. A Física da Alma, São Paulo:
Aleph, 2005.
ROCHAS, A. As Vidas Sucessivas, Bragança Paulista,
SP: Lachâtre, 2002.
STEMMAN, R. Reencarnação, São
Paulo: Butterfly, 2005.
STEVENSON, I, Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação,
São Paulo: Difusora Cultural, 1970.
WAMBACH, H. Recordando Vidas Passadas, São Paulo:
Pensamento, 1999.