Não raras vezes, ouvimos
alguém dizer “isso não tem base doutrinária”
referindo-se a algum ponto que estamos relacionando à Doutrina
Espírita. Acreditamos que nós mesmos já tenhamos
dito, não poucas vezes, algo nesse sentido.
(...)
Pensando bem, toda e qualquer
teoria que abraçarmos, seja nossa ou de outrem, pode nos
induzir à cegueira diante de algo que se nos apresenta, uma
vez que, com ou sem razão, já temos um pensamento
preconcebido, que influenciará sobremaneira a nossa percepção,
o que poderá embotar o raciocínio, bem como distorcer
a lógica.
(...)
Para sustentar certos pontos de
vista, algumas vezes, muitos de nós usamos o argumento “Allan
Kardec disse”, esquecendo-nos de que, na Revista Espírita
1864, o Codificador esclarece:
Não nos colocamos
de nenhum modo como árbitro supremo da verdade, e não
dizemos a ninguém: “Crede em tal coisa, porque o
dizemos.” Nossa opinião não é, aos
nossos próprios olhos, senão uma opinião
pessoal que pode ser justa ou falsa, porque não somos mais
infalíveis do que um outro.