Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus
von Hohenheim (1493-1541), mais conhecido como Paracelso, pseudônimo
que significa “superior a Celso”(1),
foi médico, físico, astrólogo, alquimista e ocultista.
Ele, suíço, é considerado por muitos que estudam
a sua biografia como um grande reformador do medicamento. Ensinava
que o mundo natural é muito mais do que se poderia ver com
os olhos, sentir com as mãos, pesar ou medir. Ademais, Madea
et al., 2007 (2), indica que Paracelso
teve grande importância nas áreas da Química,
Bioquímica e da Toxicologia.
1- Aulo Cornélio Celso (25
a.C – 50) foi um enciclopedista romano e médico. Seu
trabalho de Medicina é o único fragmento de uma vasta
enciclopédia que discorre sobre dietas, farmácia,
cirurgia e campos correlatos.
2- Verkehrsmedizin: Fahreignung, Fahrsicherheit, Unfallrekonstruktion,
B. Madea, F. Musshoff e G. Berghaus, Köln:. Deutscher Ärzte-Verlag,
2007
Muito embora o magnetismo animal tenha
ganhado notoriedade com Franz Mesmer, Paracelso já considerava
o estudo do ímã, utilizando as informações
da época para uma analogia com os fenômenos humanos como
simpatias e antipatias, indução psíquica e cura
pela imposição das mãos, incluindo, desta forma,
uma variedade de influências sobre a vida dos seres humanos.
Para ele, o mundo não era um amontoado de matéria inerte,
e sim com inúmeras propriedades ocultas que se fundamentavam
em um mundo invisível, imperceptível pelos nossos sentidos
“normais”. Afirmou que o homem teria um fluido magnético
e que sem ele não poderia existir.
Utilizando-se dessas ideias, Paracelso afirmava que o homem emite
e capta vibrações, que podem ser boas ou más.
Com isso, aplicando suas conclusões à Medicina, dizia
que “o primeiro médico do homem é Deus”,
autor da saúde, já que o “corpo não é
mais que a casa da alma”.(3)
3- Magnetismo
animal e processos de cura entre os séculos 18 e 19, Alexsandro
M. Medeiros.

No século 15, se falava na
simpatia magnética, segundo Medeiros e Albuquerque (4),
“designando um sistema perfeitamente análogo, nas suas
bases essenciais, ao que tinha sido formulado por Paracelso”
(5).
4- O Hipnotismo,
3ª edição, citado por Michaelus, Magnetismo Animal.
5- Magnetismo
Animal, capítulo I, Michaelus, 10ª Edição,
FEB
Já no século 17, Jan
Baptista van Helmont (1579-1644), seguidor de Paracelso, foi educado
em Leuven (6), e depois de variar entre
diversas ciências, sem encontrar uma satisfação,
decidiu estudar Medicina. Embora a sua importante contribuição
na Química, Helmont teve um grande papel no estudo do magnetismo
animal, defendendo a hipótese que o magnetismo animal seria
o fluido vital contido nos seres humanos.
6- Cidade
situada na Bélgica.

Seguindo as ideias de Paracelso, Helmont utilizou ímãs
para curar seus pacientes, afirmando er grande êxito em sua
investida. Mesmo sendo católico, ele redigiu um tratado, “De
magnética vulnerum curatione” (1621), em que defendia
suas ideias sobre o magnetismo animal e fazia algumas explicações
científicas sobre passagens da Bíblia. (7)
7- Rivista
Internazionale di Storia della Scienza, vol.43, 2005, pp. 305–332.
O termo magnetismo segue sendo utilizado,
dentro e fora do Espiritismo. Na Física, magnetismo é
caracterizado pelo estudo dos ímãs e de seus efeitos.
Por outro lado, o magnetismo animal, ou humano, é a capacidade
que uma determinada pessoa, ou objeto, tem em influenciar um outro
ser ou um outro objeto.
Apesar da polissemia, e ainda não entrando no debate sobre
as possíveis relações entre os dois — magnetismo
e magnetismo animal —, ressaltamos que são dois termos
distintos. Sendo assim, nos próximos artigos aprofundaremos
o estudo sobre o magnetismo animal.