A multiplicação de opções
e práticas religiosas pareceria tornar indiscutível
o questionamento da secularização. A “quantidade”
de religião apresenta-se como dado inquestionável que
não permite enxergar mudanças profundas na religião.
Neste ensaio propomos a hipótese de que o crescimento religioso
apenas representa confirmação da radical transformação
do lugar da religião na modernidade. Transformação
ela que a globalização viria a acelerar.
O conceito de secularização, insuficientemente
discutido no estudo da religião na América Latina, e,
em decorrência disso, objeto de críticas incapazes de
superá-lo, continua a nos ajudar quando colocado na perspectiva
maior do desencantamento do mundo. Ensaiamos, assim, uma análise
da mudança religiosa a partir de conceitos como “desencantamento
do mundo” e “saída da religião”, visando
mostrar que no lugar de uma crise o que temos é uma transformação
do estatuto social do sagrado, que não se inaugura com a secularização
mas a precede e a ultrapassa.
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