A mediunidade
é uma faculdade comum a todas as pessoas, pela qual pode ser
mediado o contato entre Espíritos desencarnados e encarnados.
Ocorre por meio de uma sensibilidade especial que permite a recepção
da intuição, percepção, audição,
clarividência, impulso de falar (psicofonia), impulso de escrever
(psicografia) e outros, por qualquer pessoa independentemente da crença,
idade, gênero, idade, ou qualquer aspecto físico, social
ou emocional.
Os dirigentes espíritas devem orientar os trabalhadores das
casas espíritas para que o assunto da mediunidade que ocorre
no ambiente da família seja encarado, acolhido, entendido e
encaminhado adequadamente para um bom desfecho ao médium e
a seus familiares.
Para que a família lide com o assunto de forma adequada, recomendam-se
alguns pontos que necessitam de esclarecimentos à luz da Doutrina
Espírita. Primeiramente, esclarecer que a mediunidade sempre
existiu e se manifestou no ser humano ao longo de toda a sua história,
e o fato de ter sofrido a repulsa em algumas sociedades, não
quer dizer que ela não exista portanto não deve ser
ignorada, desprezada ou ridicularizada. A mediunidade não deve
ser motivo para medo, vergonha ou abuso. Na sua eclosão, o
melhor a fazer é procurar conhecer o assunto através
de fontes seguras, fidedignas e que tenham boas intenções
para com os que a possuem, sem maiores interesses e, nesse sentido
a casa espírita pode estar preparada.
A Doutrina Espírita, independentemente das diferenças
que possam ter com outras culturas, trata do assunto da mediunidade
com profundidade, ética e respeito aos médiuns, procurando
trazer seu conhecimento de forma abrangente e inteligível para
que todos a compreendam e saibam como conduzir essa faculdade, em
seu dia a dia, com inúmeros livros sobre o assunto, desde as
obras de Allan Kardec até as de vários outros autores
reconhecidamente focados no bem.
A comunidade espírita pode auxiliar na compreensão e
entendimento do que fazer ou de como conduzir o assunto evitando as
inconveniências inerentes dessa faculdade. E isso sem que a
pessoa tenha que mudar as suas crenças. Naturalmente, poderemos
encontrar pessoas que, ao vivenciar ou presenciar fenômenos
mediúnicos acontecendo ao seu redor, ficam temerosas, nervosas
e com algum nível de descontrole emocional, por conta do inusitado
e da ignorância sobre o assunto. Nesses casos, além do
apoio da casa espírita, considera-se salutar recomendar que
seja procurado o apoio de profissionais da área psicológica,
preferencialmente que conheçam o fenômeno e que possam
contribuir com o restabelecimento da tranquilidade, ao invés
de confundir com algum distúrbio patológico, sem ligação
com a mediunidade.
Uma vez que o médium e a família estejam esclarecidos
sobre o assunto, é interessante lembrar que evitem exercer
a mediunidade para interesses particulares e assuntos materiais, pois,
uma vez que se trata de um processo de comunicação,
existe a contrapartida que são os Espíritos comunicantes.
Esses Espíritos são as almas das pessoas que viveram
neste mundo em algum momento e, portanto, os assuntos que serão
tratados por meio da mediunidade atrairão Espíritos
que tenham interesses sobre eles. Para interesses materiais haverá
a sintonia com Espíritos apegados à matéria que
ainda não se desvencilharam do egoísmo e do orgulho,
e trarão esses sentimentos à tona. Já assuntos
elevados e respaldados em moral cristã vão atrair Espíritos
benevolentes e com ideais no bem. Por conta disso, recomenda-se que
se evitem comunicações mediúnicas no ambiente
familiar. Elas devem, preferencialmente, acontecer em ambientes preparados
como são as casas espíritas, deixando que no dia a dia
a mediunidade espontânea seja mais a intuitiva.
Outra recomendação a ser transmitida aos familiares
é a de que não se deve buscar satisfazer curiosidades,
mas sim participar de momentos de oração, meditação,
reflexão, estudo e compreensão sobre as suas experiências
mediúnicas. É importante que os familiares também
busquem conduzir as suas vidas sob uma ética e moral cristã
para que a ambiência do lar seja espiritualmente sadia e assim
ajudem a manter a boa sintonia com Espíritos superiores que
vão auxiliar a todos, afastando aqueles Espíritos infelizes
que desejam usufruir da mediunidade com ideias escusas.
Em resumo, lidar com casos de mediunidade no ambiente familiar pode
ser desafiador, mas é importante oferecer apoio, compreensão
e ajuda para que todos possam ter experiências tranquilas e
o lar seja um ambiente de paz e harmonia.
Luiz Eduardo
Ribeiro é diretor do
Departamento de Mediunidade da USE