Espiritualidade e Sociedade



Raphael Reys


>   A Densidade da Carne 

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Raphael Reys
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Tomando por base ser o corpo um veículo da alma em suas múltiplas formas de expressar a vontade divina, e para a qual foi criada, revela-nos o missionário a composição sutil desse corpo diáfano; e a lida do ser vivente, a sua luta constante entre os instintos, as emoções, as ações; a falácia do discernimento e a busca de uma doutrina de vida.

Inspira-nos o doutrinador e propagador a uma reflexão! Se não, vejamos: Por bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não aprova; pois o que quero isso não faz, mas o que aborreço isso faz.

- E, se faço o que quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isso, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum.

E, com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem.

- Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, este faço. Ora, se eu faço o que não quero, já não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho, então, essa lei em mim que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo.

- Porque segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus. Mas vejo nos meus membros outra lei, que trabalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.

- Miserável homem que sou! Quem me livrará do corpo da morte? Assim que eu, com o entendimento servimos à lei de Deus, mas com a carne, à lei do pecado.

Sentindo as mesmas forças atuarem em seu ser, Santo Anselmo teve a mesma reflexão do evangelizador. E num momento de inspiração, escreveu esta prece:

Há que confessar, Senhor, e eu rendamos graça por isso. Que criou em mim essa imagem para que, lembrando-me de ti, eu pense em ti e te ame; mas ela é de tal maneira encoberta pelo contato com os vícios e obscurecida pela fumaça dos pecados, que só pode realizar sua finalidade se tu a renovas e restauras.

Vemos, pois, ser o corpo um instrumento da evolução, o veículo de expressão da alma, suscetível a melhoras, se nos conduzimos segundo um código doutrinário.

E, encerrando esta crônica, um comentário de Sócrates, o mestre dos filósofos: A mesma alma que faz uma comédia faz também uma tragédia!

Somos, apenas e tão somente, um instrumento para que se cumpra à ação divina em nós! Entretanto, somos dotados do livre arbítrio. Temos, pois, as rédeas na condução do nosso corpo e da nossa alma, no curso da jornada evolutiva que por Deus nos foi confiada.

 


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