- Passa-se em seguida à TERCEIRA
PARTE – Leis que regulam a Conduta dos Espíritos.
É a Formulação das Leis.
Esta é a parte principal
da ciência.
Por isso, no quadro 3 ela está
acima.
Esta parte foi complementada pelo
“O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO”.
- Passa-se, finalmente, à
QUARTA PARTE – Dedução das Conseqüências.Nesta
parte Kardec apresenta o que ocorre aos espíritos com o cumprimento
ou não das leis. Esta parte está complementada pela
obra “O CÉU E O INFERNO”.
- Kardec, então escreveu uma
obra básica, que deu origem a quatro outras complementares
– isto para se estudar cada parte com mais profundidade.
- Houve um planejamento por parte
de Kardec. Nada foi feito ao acaso.
II – EXAME DETALHADO
DA OBRA
ESTUDO DA PRIMEIRA PARTE
Por que a primeira parte é a escolha do objeto?
Porque ela trata das CAUSA PRIMÁRIAS
(ou da Causa Primeira) – Kardec vai investigar como as coisas
surgiram – são as causas que dão início a
todo processo de informação;
Vai estabelecer a causa primeira
de todas as coisas e chega à questão: – QUE É
DEUS? Demonstrando para nós que não devemos perguntar
mais nada sobre a origem das coisas.
Eu tenho uma causa, o UNIVERSO
tem uma causa.
E Deus? Se Deus é a CAUSA
PRIMEIRA, DEUS NÃO TEM CAUSA. Ou Deus é sua própria
causa. Sempre existiu.
A idéia de Deus é
clara e satisfaz nossas exigências de seres racionais.
Em seguida, Kardec apresenta as
duas causas criadas por Deus – ESPÍRITO E MATÉRIA.
Aí está a TRINDADE
UNIVERSAL: DEUS – ESPÍRITO E MATÉRIA – Os
três elementos do Universo.
A Matéria serve de instrumento
ao Espírito. Mas Kardec concentra o seu estudo no objeto de estudo:
ESPÍRITO.
(Conforme descrição no item VII da Introdução
de o “O Livro dos Espíritos”).
A Matéria compete à
Ciência, porque pode ser manipulada à vontade pelos experimentadores.
A opinião do Espiritismo quanto ao mundo físico é
a mesma opinião da ciência.
A Ciência tem como competência
estudar a matéria e o Espiritismo segue o que a ciência
pesquisa e aceita.
(Ver A GÊNESE e o item VII da Introdução de O
Livro dos Espíritos).
Quanto ao elemento espiritual,
coube à Doutrina Espírita estudar. Por ser o ESPÍRITO
algo sem possibilidade de demonstração em laboratório,
porque não se trata de objeto material, Kardec o escolheu para
ser o objeto do estudo da Doutrina Espírita.
Por que Kardec não escolheu
DEUS como objeto de estudo da Doutrina Espírita?
(Ver questão nº 10 de O Livro dos Espíritos).
Porque o homem não pode
compreender a natureza íntima de DEUS. Falta-lhe para isso O
SENTIDO (A GÊNESE – 2º Capítulo).
O espírito só compreenderá
DEUS com sua completa depuração. Se o homem não
pode se deter no estudo da Divindade, este não pode ser seu objeto.
Então o objeto é
o ESPÍRITO. Da interação do Espírito e da
Matéria é que surge a criação (Questão
21 de O Livro dos Espíritos). Da ação do Espírito
sobre a matéria é que surge a matéria. EX: A criação
do Planeta Terra. Então Kardec aborda este assunto nesta parte
da obra.
ESTUDO DA SEGUNDA PARTE
Após escolhido o objeto
o pesquisador busca explorar todas as características, todas
as propriedades do mesmo. Nosso objeto é o ESPÍRITO. Neste
Capítulo Kardec explora tudo sobre os Espíritos, abrangendo
o Mundo Espiritual, o Mundo Corporal, a ida e vinda do ESPÍRITO.
Nesta parte fala-se, então, da encarnação, da intervenção
dos Espíritos no mundo corporal etc.
Se o objeto é o ESPÍRITO,
o primeiro Capítulo tratou de os espíritos de forma geral,
tanto que Kardec usa a palavra espírito com letra minúscula.
Nesta parte (segunda), Kardec estuda o que é o ESPÍRITO
(já individualizado). Neste caso ele passa a usa a palavra ESPÍRITO
com letra maiúscula.
Na primeira Parte Kardec fala
do espírito como substância e na segunda Parte (questão
74) trata ESPÍRITO como ser individual, personalidade.
Vejam a grande força que
é o Espiritismo e quanto a ciência se beneficiaria se admitisse
a existência do Espírito.
Esta Parte trata também
do elo que liga o Átomo ao Arcanjo, pois tudo se encadeia na
Natureza – Os três Reinos.
ESTUDO DA TERCEIRA PARTE
A Terceira Parte é a FORMULAÇÃO
DAS LEIS
(Questão 617 de O Livro dos Espíritos)
No Primeiro Capítulo Kardec
mostra o caráter da Lei Moral proposta pela Doutrina Espírita,
isto é, revivescência do Evangelho de Jesus. Espiritismo
é uma Doutrina Cristã.
Tanto que na Questão 625
ela responde que Jesus é nosso modelo (para se imitar) e guia
(para se seguir).
Nesta parte Kardec deixa claro
o que é MORAL (Questões 629 e 630 de o “O Livro
dos Espíritos) quando trata do BEM e do MAL.
Este assunto é bem complementado
em A GÊNESE.
Ex: O mal é a ausência
do bem. Na visão espírita, o mal não tem realidade
própria. Não há substância maligna. As coisas
não são em si mesmas más, mas produto do que as
pessoas fazem das coisas.
Quando cumprimos a lei o bem se
faz presente, como a luz faz desaparecer a escuridão.
Não há ser maligno
(filosofia maniqueísta).
- Filos. Doutrina do persa Mani
ou Manes (séc. III), sobre a qual se criou uma seita religiosa
que teve adeptos na Índia, China, África, Itália
e S. da Espanha, e segundo a qual o Universo foi criado e é dominado
por dois princípios antagônicos e irredutíveis:
Deus ou o bem absoluto, e o mal absoluto ou o Diabo.
Nesta parte Kardec fala da consciência
que é um pensamento íntimo e as experiências milenares
constituem as aquisições da nossa consciência atual.
O corpo perispiritual é o reflexo do nosso mundo espiritual,
do pensamento contínuo que mantemos.
Virtude é hábito
bom que permanece.
No segundo capítulo, Kardec
descreve as leis.
Propõem Kardec 10 (dez) leis, como as de Moisés, mas isto
nada tem de absoluto. É questão de sistema, de classificação,
forma didática.
Há alguma ordem nesta escolha?
Jesus propôs:
AMAR A DEUS E AO PRÓXIMO.
É o caráter trinitário.
DEUS – O HOMEM E O PRÓXIMO.
Até a Prece “PAI NOSSO”,
estabelece todos os deveres do homem para com Deus, consigo mesmo e
com o próximo.
Os primeiros deveres do homem são
para com Deus.
Se não cumprirmos os deveres
para com Deus, nós não nos habilitamos a cumprir os outros
deveres.
É sintonizar com o Criador,
é receber a inspiração; é colocar-se em
condições de cumprir os outros deveres.
As Leis que regulam o comportamento
do homem para com Deus são:
LEI DE ADORAÇÃO –
Como adorar? Adorar Deus pelo pensamento.
LEI DO TRABALHO – Adorar
a DEUS pela ação.
Em seguida, Kardec propõe
as leis que regulam o comportamento do homem para consigo mesmo.
AMAR A SI MESMO é fazer
o melhor para si, para sua felicidade. Não é egoísmo,
é equilíbrio.
Por meio destas Leis – REPRODUÇÃO,
CONSERVAÇÃO E DESTRUIÇÃO - Kardec propõe
como regular o comportamento do homem para consigo mesmo.
Na REPRODUÇÃO o
homem deve preocupar-se em garantir a existência de um outro ser,
a vida de um outro espírito.
PELA CONSERVAÇÃO
– Kardec propõe ao homem garantir a própria vida,
nossas forças físicas. É curtir os prazeres sem
causar prejuízo a si e ao semelhante, com equilíbrio.
É a razão controlando
os excessos para que o prazer não se transforme em dor. EX: Vícios,
sexo.
Fala que o sexo não é
simples contato físico, mas envolve emoções, sentimentos.
Buscar a sexualidade responsável.
A Doutrina Espírita não
abomina o prazer, mas convida ao prazer equilibrado, à felicidade.
Na LEI DE DESTRUIÇÃO
– Kardec fala que a destruição necessária
é decorrente da conservação.
Em seguida, Kardec formula as leis
que regulam os deveres do homem para com seu próximo.
São – LEI DE SOCIEDADE,
LEI DE PROGRESSO, LEI DE IGUALDADE, LEI DE LIBERDADE.
LEI DE SOCIEDADE – O primeiro
dever do homem é viver em sociedade. O homem depende do outro
para viver.
A todo momento precisamos uns dos
outros (para vestir, para alimentar, para se locomover). Só em
sociedade, podemos viver em equilíbrio.
LEI DO PROGRESSO – A sociedade
engendra o Progresso.
O Progresso é uma decorrência
da lei social.
Kardec fala do progresso material,
intelectual e moral.
O perispírito reflete o
progresso moral.
O progresso gerará duas
coisas: A IGUALDADE E A LIBERDADE.
Da conquista da IGUALDADE nasce
a LIBERDADE.
(o ápice do progresso humano)
quando vivo em IGUALDADE.
A maior liberdade é conquistada
quando o espírito escolhe cumprir a lei. A liberdade surge quando
o homem cumpre espontaneamente a lei, escolhe, com naturalidade, seguir
a lei
(Ver o artigo em OBRAS PÓSTUMAS – Fraternidade, Igualdade
e Liberdade).
“Quanto mais preso aos deveres, mais livre
o espírito é.”
A Liberdade é o patamar
máximo que o homem alcança após cumprir os seus
deveres.
Mas não são DEZ LEIS?
Então falta uma (QUESTÃO 648)
– JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE.
Esta lei é um resumo das nove leis.
É o resumo do pensamento moral proposto por Jesus.
Passa-se, então ao último item:
Como praticar as Leis?
Isto está contido no Capítulo
sobre a Perfeição Moral.
Aí está a orientação
segura para se cumprir as leis.
Neste capítulo Kardec oferece
a chave fundamental para conquistar as virtudes (QUESTÃO 919
de “O Livro dos Espíritos”).
Qual o meio mais PRÁTICO
para viver estas leis.
Observe a pergunta de Kardec: “MEIO
PRÁTICO”.
E a resposta é simples “CONHECE-TE
A TI MESMO”. (Sócrates).
Aqui Kardec estuda a personalidade
humana (apresenta as virtudes e vícios) – é o mais
completo estudo sobre a personalidade humana.
A dificuldade para se conhecer
a si mesmo é abordada por Santo Agostinho, que nos recomenda
o EXAME DE CONSCIÊNCIA.
ANÁLISE DA QUARTA PARTE
Nesta parte Kardec aborda as “Conseqüências
para o Espírito do cumprimento ou não das Leis Morais”.
Os Espíritos vivem nos dois
lados da vida – mundo corporal e mundo espiritual. Quais as conseqüências
para o espírito na terra ou no plano espiritual (na vida futura)
do cumprimento da Lei?
Para examinar com detalhes estas
conseqüências, Kardec oferece “O CÉU E O INFERNO”
(obra).
E afirma que CÉU E INFERNO
são estado interiores da consciência e não lugares
(espaços) exteriores, onde você está.
UMBRAL – região de
criações mentais negativas, onde os espíritos plasmam
e viciam este lugar.
Não são regiões
fixas e desaparecerão com a modificação dos pensamentos
dos espíritos.
Não é análogo
a INFERNO que é um lugar definitivo e permanente.
III - CONCLUSÃO.
O “O Livro dos Espíritos” é
a pedra angular da Doutrina Espírita, é a base.
Assim, não basta lê-lo,
é preciso estudá-lo e em conseqüência praticá-lo.
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