Espiritualidade e Sociedade





Fernando Porto

>   O Céu e o Inferno 140 anos

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Fernando Porto
>   O Céu e o Inferno 140 anos

 


Se nos perguntássemos: Qual o papel do Espiritismo na regeneração da humanidade? Considerando o materialismo um dos fatores que estimulam o recrudescimento do egoísmo, principal obstáculo à prática da verdadeira fraternidade ensinada por Jesus, o seu papel é de extrema importância uma vez que comprova de forma patente a sobrevivência do ser.

Por essa razão, o Codificador sempre aconselhava aos espíritas que o Espiritismo deveria ser propagado entre os incrédulos, respeitando os adeptos das doutrinas religiosas com suas crenças, ainda que errôneas. No entanto, não podemos ignorar que com a publicação de O Céu e o Inferno, o Espiritismo desferiu um grande golpe nos dogmas fundamentais das religiões tradicionais.

Kardec elaborou um artigo
(1), simultâneo à publicação de O Céu e o Inferno, intitulado “O que ensina o Espiritismo” no qual refutava as alegações de alguns contraditores que afirmavam ser muito lenta a marcha do Espiritismo e nada de novo haver revelado à humanidade. Neste texto, o mestre lionês apresenta as principais conquistas da Doutrina, como a comprovação peremptória da imortalidade da alma e o seu efeito sobre o moral do homem, no consolo de suas aflições e incentivo à prática do bem e destaca dentre outros conteúdos valiosos do Espiritismo que ele:

"Retifica todas as ideias falsas que se tivessem sobre o futuro da alma, sobre o céu, o inferno, as penas e as recompensas; destrói radicalmente, pela irresistível lógica dos fatos, os dogmas das penas eternas e dos demônios; numa palavra, descobre-nos a vida futura e no-la mostra racional e conforme a justiça de Deus". E é neste ponto que destacamos o grande mérito de O Céu e o Inferno ao discutir questões antes relegadas à superstição e ao misticismo teológico no próprio terreno da ciência. Neste livro, apresentam-se os fatos, o arcabouço teórico e a comprovação das teses defendidas por meio da investigação em torno dos depoimentos dos próprios Espíritos. Sob este ângulo, precisamos ressaltar o pioneirismo do trabalho de Kardec ao abordar as testemunhas oculares que revelam sua situação após a morte do corpo material e, dessa maneira, desvendar as leis que regem as diversas ocorrências de além-túmulo.

Apesar do processo de desencarnação variar caso a caso, é possível identificar a partir dos relatos dos Espíritos nesta obra algumas características comuns como a perturbação pós-morte, a visão panorâmica ou revisão da existência física, a continuidade das afeições e o reencontro com os familiares e amigos desencarnados. As conseqüências das ações praticadas e o grau de felicidade dos Espíritos desencarnados são apresentados de maneira eloqüente e o efeito da prece naqueles que sofrem as aflições do arrependimento pelos erros cometidos
(2)".

Há mais de dez anos o nosso companheiro Castilho ressaltava
(3) a distância entre a importância da obra e o esforço por parte dos formadores de opinião em sua divulgação, principalmente em comparação aos demais livros que compõem a Codificação kardeciana. Todos os espíritas deveriam se debruçar sobre estas páginas de luz que descortinam a vida imortal e restabelecem a fé inabalável no futuro. Que neste ano, redobremos nossos esforços para tornar mais conhecido um dos pilares que sustentam o grande edifício da Doutrina Espírita.


1 - Revista Espírita, agosto de 1865.
2 - Vide o artigo Estudando "O Céu e o Inferno" na Revista, “Reformador”, de agosto de 1985.
3 - CASTILHO, José A. A literatura espírita, seu estudo e divulgação. 1. ed. Capivari: EME Editora, 1993.


 

 

Fonte: Dirigente Espírita Jan /Fev. 2005

 

 



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