Luiz Cláudio de Pinho

>   Disciplina e Rijeza

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Luiz Cláudio de Pinho
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...“Mas acentuamos que, embora os Espíritos prefiram a regularidade,
os * verdadeiramente superiores não são tão meticulosos.
A exigência de rigorosa pontualidade é sinal de inferioridade, como tudo o que é pueril”.
Allan Kardec, Livro dos Médiuns, item 333.

 

Após essa assertiva direta e inequívoca do insigne professor Rivail, pouco teríamos a acrescentar sobre aquilo que, rotineiramente, muito adepto espírita acostumou-se a classificar de “disciplina”...

Em verdade, quase sempre essa “disciplina” não passa de personalismo bem intencionado, de pessoas sistemáticas que transferem para “as coisas espíritas”, os cacoetes da vida profissional e familiar. Tais atitudes, que nada acrescentam de produtivo, geram muitas vezes hipocrisia de atitude, animosidade, afastamentos, inseguranças coletivas e pessoais prestando, assim, verdadeiro desserviço aos ideais espíritas.

Conhecemos pessoas, que no ambiente religioso falam “mansinho”, se vestem “certinho”, querem tudo “direitinho”e estão sempre policiando tudo, mas no dia a dia...

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Essa feição equivocada de “disciplina”, que em verdade é rijeza, não admite contestação de seus princípios e, assim, seu adepto se isola dos demais. Quando o fato ocorre em uma coletividade, surgem as blindagens psíquicas, onde os rígidos se acreditam mais qualificados e melhor intuídos do que aqueles que não coadunam de tais atitudes e pensamentos. É nesse ponto que os “insurgentes” são afastados e rotulados das mais variadas formas, enquanto os supostamente “disciplinados” e “missionários” se atrelam aos dédalos da fascinação espiritual, seja individual ou coletiva.

Não é de hoje que certas condutas, baseadas em pontos de vista, têm provocado divisionismo, antipatias, morte de expectativas alheias, decepções e perda de trabalhadores valorosos.

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Conclusão

As questões tanto de ordem espírita, quanto de ordem comum devem ser pautadas, em organização equilibrada, com responsabilidades de horários, vestimentas compatíveis ao meio, inflexão vocal e verbalização comedidas, luta sincera para vencer vícios variados, etc. A não observação desses propósitos estruturais, substituindo-os pelo amadorismo, o “deixa pra lá”, o menor esforço, as adaptações constantes, a falta de respeito aos compromissos assumidos e o pusilânime “de repente se der eu vou”, demonstra, muitas vezes, irresponsabilidade e desrespeito ao Alto, sendo tão prejudicial quanto o egocentrismo.

Quem se proponha, então, a servir à Causa Espírita, primeiramente faça um trabalho de educação pessoal, avalie se realmente deseja assumir um compromisso, use bom senso, busque a convergência quando confrontado, não se deixando tomar pela crença de que se encontra na condição de “escolhido” ou de virgem vestal, enquanto os demais não passam de obsedados, “alminhas” atrasadas necessitadas de “caridade” e luz catequética.



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