Após essa
assertiva direta e inequívoca do insigne professor Rivail,
pouco teríamos a acrescentar sobre aquilo que, rotineiramente,
muito adepto espírita acostumou-se a classificar de “disciplina”...
Em verdade, quase sempre essa “disciplina”
não passa de personalismo bem intencionado, de pessoas sistemáticas
que transferem para “as coisas espíritas”, os
cacoetes da vida profissional e familiar. Tais atitudes, que nada
acrescentam de produtivo, geram muitas vezes hipocrisia de atitude,
animosidade, afastamentos, inseguranças coletivas e pessoais
prestando, assim, verdadeiro desserviço aos ideais espíritas.
Conhecemos pessoas, que no ambiente religioso falam
“mansinho”, se vestem “certinho”, querem
tudo “direitinho”e estão sempre policiando tudo,
mas no dia a dia...
* *
Essa feição equivocada de “disciplina”,
que em verdade é rijeza, não admite contestação
de seus princípios e, assim, seu adepto se isola dos demais.
Quando o fato ocorre em uma coletividade, surgem as blindagens psíquicas,
onde os rígidos se acreditam mais qualificados e melhor intuídos
do que aqueles que não coadunam de tais atitudes e pensamentos.
É nesse ponto que os “insurgentes” são
afastados e rotulados das mais variadas formas, enquanto os supostamente
“disciplinados” e “missionários”
se atrelam aos dédalos da fascinação
espiritual, seja individual ou coletiva.
Não é de hoje que certas condutas,
baseadas em pontos de vista, têm provocado divisionismo, antipatias,
morte de expectativas alheias, decepções e perda de
trabalhadores valorosos.
***
Conclusão
As questões tanto de ordem espírita, quanto de ordem
comum devem ser pautadas, em organização equilibrada,
com responsabilidades de horários, vestimentas compatíveis
ao meio, inflexão vocal e verbalização comedidas,
luta sincera para vencer vícios variados, etc. A não
observação desses propósitos estruturais, substituindo-os
pelo amadorismo, o “deixa pra lá”, o menor esforço,
as adaptações constantes, a falta de respeito aos
compromissos assumidos e o pusilânime “de repente se
der eu vou”, demonstra, muitas vezes, irresponsabilidade e
desrespeito ao Alto, sendo tão prejudicial quanto o egocentrismo.
Quem se proponha, então, a servir à Causa Espírita,
primeiramente faça um trabalho de educação
pessoal, avalie se realmente deseja assumir um compromisso, use
bom senso, busque a convergência quando confrontado, não
se deixando tomar pela crença de que se encontra na condição
de “escolhido” ou de virgem vestal, enquanto os demais
não passam de obsedados, “alminhas” atrasadas
necessitadas de “caridade” e luz catequética.