As relações entre Ciência e Religião
na cultura ocidental moderna denotam ambivalências, dissociações
e conflitos. Embora a produção em Psicologia da Religião
no Brasil seja vasta, a formação acadêmica pouco
contempla essa discussão; a temática ainda é
tratada de modo distanciado, assunto permanentemente evitado no contexto
acadêmico e científico.
O objetivo deste trabalho foi identificar como o estudante
de psicologia vivencia as relações entre os conteúdos
estudados no curso, o ambiente acadêmico e a própria
religiosidade/espiritualidade.
O estudo reuniu procedimentos quantitativos e qualitativos:
os dados sociodemográficos foram objeto de análise estatística
e os relatos analisados com base numa metodologia empírico-fenomenológica.
O instrumento foi um questionário estruturado, aplicado a uma
população de graduandos em psicologia. Participaram
60 estudantes, dos quais, 30 pertencem a algum grupo religioso, quatro
se declaram ateus, cinco agnósticos e 13 acreditam em Deus.
A relação entre Psicologia e Religião foi descrita
como difícil e complexa, e por vezes, inconciliável
no nível teórico-metodológico. O ambiente acadêmico
é percebido como um lugar cientificista e sem abertura para
discutir religião. Vivências de conflito são experienciadas
em sala de aula, no convívio com professores e colegas e em
relação aos conteúdos estudados. Vivências
de associação ou dissociação entre as
crenças e a psicologia aparecem como formas de lidar com o
conflito.
O estudo salienta a importância da discussão
no que tange à experiência religiosa individual do estudante
e a formação de psicólogo.
Karine Costa Lima Pereira; Adriano Furtado
Holanda
Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil
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