Eles
são muito mais do que apenas protetores, provedores, e companheiros
de diversão. Cientistas reconheceram há tempos que os
pais também possuem algumas habilidades que durante anos foram
atribuídas apenas às mães: como se dedicar à
prole com empatia, ser um interlocutor confiável e promover o
desenvolvimento da fala.
Um jovem pai, que se autodenomina brandnewdad, é tomado
pelo medo de fracassar:
"Há quatro dias saímos
da maternidade", escreve ele em um fórum on line, "e
no primeiro dia comecei a chorar subitamente".
"Amo meu bebê", prossegue,
"mas não creio que o ame tanto quanto deveria".
Ele confessa estar desestimulado e profundamente
triste. Não quer comer nem beber, embora sempre tenha sido uma
pessoa alegre e descontraída.
"O primeiro ano é uma
montanha russa" lhe responde um homem mais experiente em bebês.
Outro o consola: "Tornar-se pai
é duro. Aguente!"
Os dois também admitem terem
ficado depressivos após o nascimento de seus filhos.
O notável nesta troca de informações
não é apenas o fato de que há alguns anos pouquíssimos
homens teriam admitido seus sentimentos tão aberta e publicamente,
mas também pelo fato de que os pais ficam abatidos após
o nascimento de um filho. Até agora, esse estado emocional era
atribuído principalmente às mulheres.
Recentemente, uma pesquisa médica
realizada nos Estados Unidos analisou 43 estudos internacionais, envolvendo
mais de 28.000 participantes, que haviam pesquisado o estado psíquico
dos pais tanto no ano anterior como no ano posterior ao nascimento de
um filho. Resultado: 10,4% deles sofreram um período de depressão
ou um estado de ânimo depressivo, mais que o dobro da medida masculina
da população.
Estudos de longo prazo indicam que uma
"depressão pós-natal" desse tipo, que às
vezes só passa muito lentamente depois de seis meses, é
muito negativa para o desenvolvimento das crianças, entre outros
motivos, porque os pais se mostram menos envolvidos nos cuidados e nas
brincadeiras com os bebês.
Aparentemente, o parceiro saudável
é incapaz de contrabalançar as deficiências do outro:
anos mais tarde, a probabilidade de essas crianças exibirem uma
competência social mais baixa e um comportamento mais extravagante
é maior ainda. E os meninos correm um risco três vezes
maior de serem hiperativos.
Nesta foto, de 1941, eles ainda se sentam harmoniosamente
juntos: Ernest Hemingway (1899-1961) e seu terceiro filho Gregory (1931-2001).
Entretanto, o escritor teria preferido ter tido uma filha. Gregory resumiu
o difícil relacionamento que teve com o pai: "Eu fui o produto
de uma das numerosas catástrofes emocionais de meu pai"
Para os homens, a paternidade muitas vezes é o impulso
para se tornarem adultos
Esse exemplo ilustra que os filhos em
geral podem se beneficiar enormemente do envolvimento do pai; do fato
de seu progenitor ser, desde o princípio, "um companheiro,
uma pessoa que cuida deles, um parceiro, um protetor, um modelo e instrutor
em questões morais e de aprendizado". Pelo menos de
acordo com as palavras de Michael Lamb, um dos pesquisadores de pais
mais ilustres do mundo.
No início de sua carreira, na
década de 1970: "Isso ainda era diferente",
explica Lamb, professor da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha,
"naquela época, muitos homens jamais teriam tido a ideia
de trocar uma fralda ou dar um banho em seu filho pequeno; hoje, por
outro lado, seria até embaraçoso um pai admitir que se
esquivou desses cuidados".
As primeiras fontes por escrito que homenageiam o pai legítimo
datam do Antigo Egito. Os textos falam muito de amor e dos cuidados
paternais, mas também da idolatria do filho pelo pai.
"Surgiu toda uma nova geração de pais", informa
Wassilios Fthenakis, alemão de ascendência grega, psicólogo
de desenvolvimento.
"Hoje em dia, 60% dos pais da Europa Central se veem em novos
papéis sociais e somente 30% seguem o conceito tradicional
de serem apenas o provedor da família".
Para os pais engajados e envolvidos, diz Fthenakis, "todo o mundo
se reestrutura com o nascimento de um filho".
Isso também ilustra um estudo
de psicólogos do desenvolvimento da Universidade de Delaware,
nos Estados Unidos. A constatação pode parecer trivial,
mas os pesquisadores concluíram que somente a paternidade foi
o impulso decisivo para os homens se tornarem de fato adultos.
Muitos deles declararam que o nascimento
de seus filhos foi o motivo que os levou a dar prosseguimento ao seu
próprio desenvolvimento. Antes, eles se sentiam "suficientemente
bons" para viver como solteiros ou com uma parceira, mas não
"bons o bastante" para educar filhos. A paternidade, segundo
a própria avaliação deles, fez com que se tornassem
mais caseiros e menos egoístas.
Mas como um homem consegue incorporar
o impulso de transformação vindo de uma criança?
Como ele consegue se adaptar à vida de "pai engajado"?
DE UM LADO, o fato de os homens levarem sua paternidade muito
mais a sério hoje do que as gerações anteriores,
e dedicarem muito mais tempo aos seus descendentes, se deve às
grandes transformações sociais ocorridas nas últimas
quatro décadas. Por outro lado, o bem-estar social atual é
o que verdadeiramente lhes dá a chance de se dedicarem aos seus
filhos.
Mas agora os pesquisadores descobriram mais um dado e este é
surpreendente: modificações biológicas no organismo
também possibilitam que homens possam desenvolver um comportamento
mais cuidadoso e dedicado.
De modo algum a natureza lhes conferiu
apenas o duro papel de serem protetores e provedores. Muito pelo contrário:
os pais são plenamente capazes de também assumir o papel
suave de parceiro nas brincadeiras, companheiro emocional e educador
carinhoso.
"Homens são muito mais
andróginos do que supúnhamos", diz o psicólogo
americano Ross Parke. Por exemplo, pais apresentam reações
físicas que tradicionalmente só eram procuradas e encontradas
em mulheres: adaptações hormonais ao contato íntimo
com os bebês.
Essas mudanças influenciam o
comportamento, mas como exatamente isso ocorre a ciência ainda
não elucidou. É possível que as substâncias
mensageiras estimulem conexões neuronais em determinadas regiões
do cérebro que também são importantes para modos
de comportamento, como a dedicação e o cuidado.
A psicóloga canadense Anne Storey
descobriu as oscilações hormonais paternas há poucos
anos, quando examinava voluntários masculinos que haviam acompanhado
suas mulheres no curso de gestante: trinta dias antes do nascimento
de seus filhos esses futuros pais começaram a produzir mais estrogênio,
o hormônio tipicamente feminino que em geral é praticamente
inexpressivo em homens.
Em 1968, o roqueiro Frank Zappa posa como homem
de caverna com sua filha Moon Unit nascida pouco antes. O americano
(1940-1993) era considerado esquisito e viciado em trabalho. Ainda assim,
companheiros de muitos anos o descrevem como um homem de família.
Zappa exigia individualidade para os quatro filhos: eles podiam xingar
e tinham ilimitada liberdade de expressão. "Éramos
uma casa cheia de personalidades completamente diferentes",
declara Ahmet Zappa. Entretanto, as drogas eram tabu; Zappa insultava
colegas musicistas que não conseguiam se abster de seu consumo.
Hoje, todos os seus filhos também são artistas
E alguns dias antes do nascimento os
valores da prolactina também aumentaram. Este hormônio,
que em mulheres estimula o crescimento das glândulas mamárias
durante a gestação, bem como a produção
de leite após o parto, também favorece, como o estrogênio,
a adoção de um comportamento mais cuidadoso, quase maternal.
Além disso, pouco após o nascimento da criança,
o nível de testosterona dos pais (que promove o comportamento
agressivo) caiu em média 30%.
Quando as alterações hormonais
pré-natais são muito acentuadas pode inclusive ocorrer
a chamada "Síndrome de Couvade": uma espécie
de "gravidez por simpatia", acompanhada de um aumento de peso,
perturbações digestivas, chegando até a náuseas
e vômitos.
Os especialistas ainda não sabem
ao certo como ocorre a alteração hormonal paterna. Anne
Storey presume que as mulheres gestantes influenciem o quadro hormonal
de homens que vivem em contato íntimo com elas, e isso por meio
dos feromônios, substâncias mensageiras fugazes emitidas
pela pele.
Os efeitos desses impulsos biológicos podem
ser intensificados ainda mais por meio de individuais circunstâncias
de vida. Assim, segundo a opinião de alguns psiquiatras, a Síndrome
de Couvade frequentemente é provocada por um superenvolvimento
do futuro pai, que brota de seu temor inconsciente de perder sua parceira
para a criança que está por nascer.
Por essa razão, são particularmente
os homens que em sua infância experimentaram pouca atenção
materna, que desenvolvem essa síndrome. A participação
masculina em um curso de preparo pré-natal, que desconsidera
temores desse gênero, pode até intensificar ainda mais
a insegurança de homens particularmente sensíveis.
Quando a criança finalmente chega
ao mundo, os pais podem controlar seus próprios níveis
hormonais de modo decisivo por meio do comportamento. De acordo com
exames realizados por Anne Storey, os homens que seguram seus bebês
durante uma hora nos braços intensificam com isso sua "constelação
hormonal tipicamente paternal". E provavelmente são estimulados
a cuidar ainda mais de seus filhos, por meio de um processo retroativo
positivo.
Portanto, a decisão dos homens
de seguir o modelo social vigente e estabelecer um contato íntimo
com o próprio bebê desencadeia neles uma cascata de processos
biológicos que contribuem para transformá- los em pais
engajados.
Raramente o ganhar do Prêmio Nobel da Paz
e ex-Chanceler da Alemanha Willy Brandt (1913-1992) e seu filho Lars
compartilhavam momentos tão íntimos como esse, em 1974.
Eles viajavam juntos, mas durante anos Lars só viu seu pai "na
televisão". Em casa, o carismático político
emudecia. E Lars não consegue se lembrar de que seu pai jamais
o tenha beijado ou lhe passado a mão sobre a cabeça. Só
quando Brandt adoeceu os dois se aproximaram mais e puderam se abraçar
abertamente
CONSTATAÇÕES COMO ESSAS teriam surpreendido até
mesmo o psiquiatra infantil britânico John Bowlby, que na década
de 1950 popularizou o vínculo aparentemente natural entre a criança
e a mãe.
Na antiguidade grega, o pai, frequentemente ausente de
casa como soldado ou cidadão, delegava seu papel de professor
a outros. Mas como não se permitia à mãe exercer
uma influência sobre a índole da criança, em Esparta,
por exemplo, o Estado assumia a educação dos meninos
Mas nos anos 70 e 80, essa imagem mudou quando psicólogos do
desenvolvimento determinaram, com base em dados de estudos, a percepção
pública de que pais e mães tratam seus filhos de modo
altamente diferenciado. De acordo com as novas teorias, os pais se especializariam
em brincadeiras brutas e desenfreadas; ao passo que as mães,
em carinhosos cuidados maternais.
A mensagem tão marcante como
unidimensional dizia: pais são de Marte, mães de Vênus.
Mas nesse ínterim pesquisadores
de pais como Michael Lamb voltaram a analisar os resultados dos estudos
dos últimos anos e décadas, e chegaram a um novo resultado.
Segundo o resumo de Lamb, as diferenças sexuais incontestáveis
frequentemente foram exageradamente interpretadas e supervalorizadas,
e com isso atribuíram aos pais um papel excessivamente unidimensional
como companheiro de brincadeiras. No entanto, os pais dispõem
de muitas das capacidades atribuídas, durante muito tempo, somente
às mães.
Segundo Lamb, os componentes mais importantes
de um comportamento paterno/ materno positivo são universais.
Nesse caso tratar-se-ia principalmente de "calor humano, capacidade
de empatia, e, com o avanço da idade das crianças, de
vigilância e supervisão".
De acordo com isso, a influência
positiva de pais não decorre de comportamentos particularmente
masculinos, mas resulta de sua capacidade de empregar as mesmas qualidades
paternais que as mães.
Seu papel, segundo Lamb, deveria ser
o de um adulto com igualdade de direitos no sistema familiar; alguém
que, no caso ideal, ofereça às crianças vínculos
e estímulos e, ao mesmo tempo, apoie e alivie as funções
da mãe. De acordo com essa concepção, os pais são
muito mais que apenas um modelo de comportamento masculino para os filhos.
É claro que com esse ponto de vista Lamb está no contrafluxo
de cientistas de cunho psicanalítico, que continuam a postular
a influência especial do pai no desenvolvimento espiritual de
uma filha ou de um filho.
Em todo caso, está claro que
pais estão tão qualificados quanto as mães a interpretar
corretamente sinais como a fome ou a dor de seus filhos. E que homens
e mulheres apresentam as mesmas reações físicas
quando olham para um recém-nascido: seus batimentos cardíacos,
a respiração e a temperatura do corpo se alteram.
E ainda que, como mostram alguns experimentos,
os pais também são capazes de distinguir seus bebês
de outros recém-nascidos, mesmo com os olhos vendados e apenas
por meio do toque de suas mãozinhas.
DE ACORDO COM ISSO, não
faz muita diferença se uma criança é criada por
pai e mãe ou por dois parceiros do mesmo sexo?
Essa conclusão é, no mínimo,
controvertida. Psicanalistas, que acentuam mais as diferenças
dos papéis sexuais que os psicólogos do desenvolvimento,
consideram a suposição um tanto ousada.
Entretanto, Michael Lamb frisa que até
o momento não existem provas de que crianças de casais
de lésbicas se desenvolvam mais desfavoravelmente que as de casais
heterossexuais; e para homens homossexuais com filhos ainda não
existem dados suficientes.
Mas ninguém contesta que naqueles
casos em que os pais têm boas qualidades paternais, as consequências
são mensuráveis.
Diversos estudos que observaram como
os filhos e as filhas de pais envolvidos se desenvolvem mostraram que,
em média, essas crianças são mais sensíveis
e autoconfiantes, que exercem melhor o autocontrole e são mais
inteligentes que os descendentes de homens menos presentes.
Para o filho, os homens provavelmente são muito mais
do que apenas um modelo de comportamento
E até na evolução de um menino
para um homem não é particularmente importante que o pai
seja explicitamente masculino e que exemplifique um comportamento correspondente,
aponta Lamb. Segundo ele, um bom relacionamento mútuo seria muito
mais importante e decisivo. Portanto uma boa qualidade paternal.
Mas o que caracteriza uma "paternidade
engajada"? Não existem definições fixas, embora
todos os pesquisadores de desenvolvimento mencionem um fator em comum:
um engajamento preferencialmente intenso do ponto de vista temporal
e emotivo tanto no cuidado como nas brincadeiras.
As manifestações de carinho
do pai em relação à criança seriam particularmente
importantes; por exemplo, abraçá-la, dizer-lhe que é
amada. Mas o monitoramento também exerce uma grande influência.
E isso se refere a várias condutas, dentre elas:
- Estabelecer regras, discuti-las com as crianças,
mas também observar que sejam cumpridas;
- Saber onde a criança está;
- Assumir responsabilidade pelo bem-estar físico
e espiritual do filho ou da filha;
- Mostrar-se acessível e dialogar com
a família;
- Compartilhar ideias com eles e conversar sobre
assuntos importantes.
E AS DIFERENÇAS entre pais e
mães, tão frequentemente citadas? Essas de fato existem,
afirma Michael Lamb, mão não são nem de longe tão
naturais como seria de se supor. Segundo o pesquisador, muitas mulheres
poderiam desafiar crianças de um modo "tipicamente paternal";
enquanto muitos homens estariam em condições de "paparicá-las
de um modo tipicamente maternal" e ainda assim registrar precisamente
suas emoções.
Os pais tendem a esse tipo de comportamento principalmente
quando um dos papéis no núcleo da família está
desocupado. Por exemplo, quando um casal homossexual educa crianças.
Ou quando apenas uma parte de um casal carrega toda a responsabilidade
sobre a criança.
Mas quando o pai e a mãe educam os filhos juntos,
pode ocorrer que eles se especializem: a mãe se sente responsável
pelo sossego, a continuidade, a confiabilidade, questões emocionais
e esferas sociais; enquanto o pai reconhece que esse papel de cuidado
e carinho já está ocupado, conscientemente impõe
outras prioridades.
O domínio de um pai, por exemplo, pode incluir
brincadeiras físicas mais ou menos brutas: diversões agitadas,
brincar de pega-pega, fazer cócegas, jogar a criança para
o alto; atividades que provocam emoções fortes.
Na época do Império Romano
o pai experimentou um imenso poder. Ele reinava desimpedido sobre mulher
e filhos, considerados sua propriedade pessoal
As crianças ficam encantadas
e frenéticas. E, ocasionalmente, chegam "ao fim de suas
forças", se assustam ou até ficam furiosas.
"Quando o pai lida com essas
situações sensivelmente, o relacionamento pai-filho
pode se beneficiar e ajudar a compensar as desvantagens que surgem
do fato de ele não estar disponível ou presente durante
o dia", explica Wassilios Fthenakis.
Em crianças pequenas nota-se
até fisicamente com quem estão lidando: quando a mãe
as pega no colo, suas batidas cardíacas e a respiração
ficam mais lentas diante da expectativa de seu ritmo igualmente mais
lento e calmo. Mas quando o pai levanta a criança, esta agora
praticamente antecipa a "ação", e seu coração
e sua respiração se aceleram.
Os pais também estimulam seus
filhos mais do que as mães com comportamentos condizentes especificamente
com o sexo das crianças, particularmente os meninos. Isso fica
óbvio com a escolha de suas atividades de lazer, nos brinquedos
favoritos, na proposta de tarefas e na avaliação da personalidade
infantil.
Quando um pai levanta seu filho nos braços,
este sabe que vai haver "ação"
Outra atitude típica dos pais é que eles confrontam seus
bebês e filhos pequenos mais frequentemente do que as mães
com palavras desconhecidas, empregam mais conceitos complexos incomuns
e estimulantes e utilizam construções gramaticais muito
mais complicadas. Para os pequenos isso em geral é estimulante
e ajuda no desenvolvimento de seu vocabulário e da fala. Em razão
disso, o comportamento de fala do pai influencia o desenvolvimento da
criança mais que o da mãe, afirma Michael Lamb.
Será que os pais agem desse modo
porque veem seus filhos mais raramente, e justamente por isso não
conhecem exatamente a riqueza de vocabulário que eles já
possuem? Ou eles simplesmente partem do princípio de que seus
descendentes têm a competência de responder a esses tipos
de desafios?
Um estudo da Universidade de Nova York
sugere precisamente isso. Psicólogas haviam pedido aos pais de
bebês de 11 meses que regulassem a inclinação de
uma rampa móvel para seus respectivos filhos, de maneira que,
na opinião delas, os nenês seriam capazes de descê-la
engatinhando. Depois disso, eles deviam regular a mesma rampa com uma
inclinação que permitisse que as crianças descessem
sozinhas.
Resultado: 14% das mães permitiram
aos filhos enfrentar uma rampa bastante inclinada que, segundo elas,
excedia ligeiramente a capacidade da criança. Quando o adulto
opinante era o pai, 41% deles correram esse pequeno risco sem hesitar.
Clint Eastwood tinha 41 anos ao ser fotografado
com seu filho Kyle, de 3 anos, em 1971. A filha mais nova do ator e
diretor só nasceu 26 anos mais tarde. Eastwood tem 7 filhos com
5 mulheres e, como diz, ama sua "família disfuncional"
Uma tendência semelhante revelou-se em um estudo envolvendo a
dependência de jovens alemães e israelenses em relação
aos seus pais: em média, os pais reconheceram a independência
de seus filhos 4 anos antes do que as mães, as mulheres viam
a independência de adolescentes de 16 anos como a que os pais
viam em jovens de 12 anos.
Portanto, os pais podem ser "uma
fonte de encorajamento para a exploração do meio ambiente",
conclui a psicóloga do desenvolvimento Karin Grossmann; pelo
menos em condições ideais.
ISSO PORQUE O ACESSO ao bebê ou à criança
pequena é decidido, como há milhares de anos, pela mãe.
Ou ela encoraja e orienta o pai, ou,
quando ele é muito ativo, ela o inibe criticando o modo como
lida com a criança, ou, raramente o deixa sozinho com o filho.
Os pesquisadores familiares chamam esse
comportamento de maternal gatekeeping: 'as mães como guardiãs
de acesso'. Uma socióloga da universidade israelense Bar-Ilan
pesquisou a conduta feminina em 209 casais com crianças entre
6 meses e 3 anos.
O pintor Pablo Picasso (1881-1973) não foi
um companheiro de brincadeiras para seus filhos, afirma seu filho Claude,
aqui em 1948 na Côte d'Azur. Mas admite que o pai lhes contava
histórias de suspense e cozinhava para eles. As crianças
não foram obrigadas a pintar nem a desenhar; elas deviam estar
livres de todo e qualquer modelo. Ainda assim, Claude Picasso compreendeu
cedo na vida que ele seria constantemente comparado ao pai. Hoje ele
é o inventariante da família.
No Cristianismo a mãe conquistou prestígio com o início
da veneração de Maria, Mãe de Jesus. A partir de
então a sociedade passou a esperar uma relação
íntima e emotiva entre mãe e filho. Com a industrialização,
quando os homens foram para as fábricas, o pai perdeu ainda mais
influência
De acordo com o estudo, a guardiã típica apresentava uma
acentuada orientação para valores femininos, levava seu
papel de mãe muito a sério e, em geral, possuía
menos autoconfiança.
E quanto menor essa autoconfiança,
maior a tendência das mulheres de assumir completamente a responsabilidade
pela criança, considerando o pai como uma espécie de ajuda
assistencial, sujeito a rigorosos padrões de como a criança
deve ser tratada.
Desse modo, elas provavelmente queriam
fortalecer a própria determinação e confiança.
Consequentemente, os parceiros dessas mulheres também se dedicavam
nitidamente menos aos filhos do que os parceiros de mulheres autoconfiantes.
Pesquisadores conseguiram provar que
muitos pais podem contribuir inconscientemente para o próprio
retraimento no engajamento com as crianças. Uma das armadilhas
é a chamada "retradicionalização": em
muitas sociedades a maioria das jovens famílias decide, historicamente,
que a mãe assume a maior parcela dos cuidados com as crianças.
E, com isso, ela reduz acentuadamente sua atividade profissional.
Alguém como eu não deveria ter filhos",
declarou o escritor alemão Thomas Mann (1875-1945, a.e.) - nada
era mais importante para ele do que seu trabalho. Enquanto ele escrevia,
diariamente cerca de 5 horas, tinha que reinar silêncio absoluto
na casa. Atrás do aparente idílio em seu escritório
no exílio, em Princeton, Estados Unidos, onde a família
se reuniu ao redor do ganhador do Prêmio Nobel (foto por volta
de 1940) escondia-se um inferno familiar: cheio de vidas trágicas,
com depressões, drogas e uma secreta homossexualidade. Dois de
seus filhos cometeram suicídio. "O que o monstro está
fazendo neste momento?", perguntava sua mulher Katia ao chegar
a casa.
Comparativamente, os pais não
sacrificam nada, ou muito pouco, de suas vidas profissionais. Frequentemente
eles até trabalham mais do que nunca depois de constituírem
uma família.
Muitas vezes existem boas razões
para essa distribuição de tarefas, principalmente financeiras.
Porém muitos casais de fato tinham a intenção inicial
de distribuir de forma mais ou menos equitativa as tarefas entre família
e profissão. Quando isso não funciona, os dois parceiros
precisam enfrentar e vencer uma certa insatisfação. É
comum que os pais que trabalhem tenham menos tempo livre do que gostariam
para dedicar aos seus filhos. Por essa razão, 37% dos jovens
pais acabam mergulhando em um forte conflito interno, informa um estudo
alemão.
Mas talvez esses homens também suspeitem de que o conceito de
quality time tenha seus limites. Essa proposta surgiu nos anos 80 e
afirmava que o tempo que uma parte do casal passasse com o filho não
era tão importante; o que de fato importava era a qualidade desse
tempo usufruído em conjunto. Uma conversa breve, porém
intensiva; ou um passeio extraordinário no fim de semana poderiam
ter o mesmo valor para uma criança como um longo dia normal passado
em companhia de um dos pais.
Hoje os pesquisadores enxergam isso
de modo mais diferenciado, principalmente com base em um estudo de mais
de 22 anos de duração realizado pela Universidade de Regensburg,
na Alemanha, que envolveu 50 famílias. De acordo com os cientistas,
esse teste, provavelmente o mais rigoroso já feito a respeito
da influência paterna no desenvolvimento da criança, mostrou
que, basicamente, "a conduta paterna com qualidades de companheirismo,
sensibilidade e estímulos" é decisiva para a qualidade
do contato com a criança.
O presidente americano John F. Kennedy (1917-1963)
e seus filhos Caroline e John Jr., em 1962. Na realidade, sua vida em
família era tudo, exceto saudável: Kennedy traiu sua mulher
Jacqueline e quando esta deu à luz uma filha natimorta, ele não
quis interromper as férias. Quando criança, o próprio
John F. apanhou frequentemente de seu irmão mais velho. "Os
Kennedy não choram!" era o lema da família.
Essa qualidade, por outro lado, exprime-se principalmente por meio da
sensibilidade da parte masculina do casal. Esses pais não procuram
limitar os interesses de diversão de seus filhos, mas os aproximam
adequadamente de novos desafios, elogiam os trabalhos e projetos das
crianças e não solucionam imediatamente em seus lugares
quaisquer possíveis dificuldades. Tudo isso contribui, entre
outros para a melhoria do trato social das crianças com outros
de sua idade.
Mas os especialistas frisam que essa
proximidade pai-filho exige tempo. "Quando o pai de uma criança
pequena só dispõe das noites e dos fins de semana para
o convívio com a família, ele tem de aproveitá-los
ao máximo, em vez de, por exemplo, dedicar-se a um passatempo
pessoal que consuma tempo, e brincar com o bebê desde seu primeiro
ano de vida", afirma a psicóloga de desenvolvimento Karin
Grossmann, coautora do estudo de Regensburg. "Só assim
o pai aprende a conhecer os lados fortes e fracos de seu pequeno filho
ou filha".
Além disso, para as crianças
o conceito de quality e quantity muitas vezes têm o mesmo significado.
Os dados de um estudo alemão no qual cientistas acompanharam
315 famílias durante 5 anos, revelam que, quanto mais o pai se
engaja em casa, o que nitidamente não se encaixa no conceito
de quality time, mais as crianças se sentem "carinhosamente
cuidadas, valorizadas, aceitas, respeitadas e amadas por ele".
O conceito de quality e a proximidade
também exige tempo
Um antídoto importante para o "potencial de conflito"
que reside em uma distribuição descuidada dos respectivos
papéis de um casal é que pai e mãe reconheçam
mutuamente seus empenhos e realizações.
Um antídoto importante para o
"potencial de conflito" que reside em uma distribuição
descuidada dos respectivos papéis de um casal é que pai
e mãe reconheçam mutuamente seus empenhos e realizações.
Nesses casos, ela pode tentar reconstruí-la por meio do gatekeeping,
e o pai se vê praticamente barrado da possibilidade de manter
um contato menos rígido com o filho.
"Quem realmente quiser entender
o que significa 'família' ", diz Wassilios Fthenakis,
"precisa prestar atenção a essas mudanças
de efeitos. É preciso entendê-las como um sistema no
qual todos os participantes se influenciam mutuamente, inclusive independente
de os pais viverem juntos ou não".
A harmonia entre parceiros, a qualidade
da relação, são bons indicadores para o relacionamento
pai-filho. Quando a harmonia é grande, os pais são mais
calorosos e sensíveis e se dedicam mais aos cuidados com a criança
do que quando a relação com a mãe não é
boa por qualquer razão. Entretanto, esse efeito não é
observável nas mães; o comportamento delas em relação
aos filhos independe da relação que mantêm com os
parceiros.
Os pensadores do Iluminismo também
atacaram o patriarcado político: "Um governo patriarcal
é o maior despotismo imaginável", escreveu o
filósofo Immanuel Kant em 1793. Pelo menos os filhos homens começaram
a se emancipar da tutela de seus pais superpoderosos e a bater na tecla
da autodeterminação
DESVENDAR A DINÂMICA FAMILIAR
e a convivência mútua da tríade pai, mãe
e filho é uma tarefa altamente complexa para os cientistas. A
equipe do psicoterapeuta Kai Von Klitzing tentou fazer exatamente isso
e para tanto analisou a "capacidade triádica" em 120
casais que tiveram seu primeiro filho.
Para todos os casais, o estudo começou
durante a gravidez com uma entrevista de respectivamente 2 horas e terminou
no nono ano de vida da criança.
De início tratou-se de estabelecer
como os futuros pais imaginavam sua futura família. Ela incluía
os dois pais?
Ou pensavam principalmente em relacionamentos
a dois, do tipo "minha mulher e seu filho"? E quão
flexíveis e abrangentes eram as imagens que os voluntários
faziam de seu filho?
Com essas perguntas, os cientistas sondaram
a disposição dos pais de imaginar a família como
uma rede em desenvolvimento entre relacionamentos de vários níveis.
"Nesse sentido os respectivos
parceiros eram muito parecidos entre si;", explica Von Klitzing,
"é provável que em geral pessoas com uma concepção
familiar mais ou menos igual se unam".
O valor dos dados se manteve relativamente
constante com o passar dos anos, mesmo quando alguns casais se divorciaram.
O surpreendente foi como esses valores
de medição permitiram prever tão bem determinados
aspectos do desenvolvimento da criança: quando os pais desenvolviam
uma imagem familiar coesa durante a gestação, seus bebês
apresentavam menos cólicas e distúrbios do sono ou da
amamentação. Aos 9 anos, essas crianças apresentavam
habilidades sociais bem desenvolvidas que também se manifestavam
nas brincadeiras com outras crianças.
A "capacidade triádica"
dos futuros pais antecipou melhor esse desenvolvimento positivo do que
outros fatores previsíveis conhecidos, como a satisfação
entre os parceiros ou as características psíquicas que
os pais apresentavam isoladamente. Portanto, a capacidade familiar decididamente
está vinculada ao espírito de equipe e franqueza interior.
Além disso, os pesquisadores
notaram que perturbações nessa dimensão do comportamento
dos pais, em geral se manifestavam especificamente em nível sexual:
as mulheres em questão excluíam o parceiro em suas fantasias
sobre a família.
Em contrapartida, os futuros
pais tinham a tendência de excluir a si próprios. Eles
se sentiam inúteis diante da estreita intimidade entre mãe
e filho.
De acordo com as constatações
de Kai Von Klitzing, um relacionamento positivo com o pai, ou até
mesmo um padrasto, para os homens é a melhor proteção
contra a incerteza de ser ou poder ser a terceira parte contribuinte
em um relacionamento mãe e filho. Desse modo, a coragem de se
portar paternalmente é retransmitida pelas gerações
vindouras.
A capacidade de constituir uma família
é principalmente uma questão de espírito de equipe
e franqueza
Isso é particularmente positivo
quando combinado a uma segunda característica, que os pesquisadores
familiares detectaram como a competência-chave dos pais modernos:
a capacidade de se relacionar.
QUANDO UM HOMEM se
mostra passivo ou desarticulado no plano emocional, "ele será
identificado como 'inútil' na vida familiar", afirma o sociólogo
e pesquisador familiar alemão Alois Herlth. Com isso o relacionamento
com a mulher e o filho é prejudicado e o clima familiar deteriora.
Segundo ele, é muito melhor quando
o pai se sente tão responsável pelo intercâmbio
de sentimentos como a mãe, e que tenha a necessária sensibilidade
para isso.
Muitos pais podem achar isso complicado.
Mas a pesquisa das últimas décadas mostrou que a capacidade
de lidar de modo sensível com crianças não é
um dom imutável nem um terreno genuinamente feminino. Embora
dependa de quanto tempo a respectiva parte do casal passe com a criança
e quantas tarefas forem realizadas em conjunto.
O pai ou a mãe que tem dificuldade
de se comunicar com a criança, embora tenha tempo suficiente
à disposição, pode melhorar sua capacidade de convivência
por meio de um aprendizado direcionado.
Um caso extremo, ocorrido na Holanda,
mostra o quanto cursos ou terapias podem ajudar. O estudo também
é perfeitamente aplicável a pais. Mães holandesas
socialmente fracas, com crianças chorosas e birrentas foram filmadas
no trato com seus filhos. Depois disso, especialistas discutiram os
vídeos minuciosamente com as mães: que tipos de sinais
meu filho dá? Como posso reagir da melhor maneira?
Um ano depois do início do estudo,
68% das crianças tinham desenvolvido um vínculo seguro
com a mãe, cerca de 2,5 vezes mais que os participantes de um
grupo comparativo, no qual não houve discussões.
Também é útil para
homens que queiram desenvolver suas habilidades empáticas saber
que estas assumem formas variadas.
Um pai sensível é paciente
durante uma brincadeira, aberto às ideias e à imaginação
infantil. Ele só interfere no momento em que a criança
de fato precisa de apoio.
Ele pratica o chamado "coaching
emocional" ao ajudar a criança a expressar seus sentimentos.
Ele os aceita e respeita, aproveita as oportunidades para estabelecer
limites e transmitir valores. Já foi comprovado que essa conduta
promove a competência social da criança e estimula a solução
autônoma e independente de problemas. Além disso, esse
comportamento estimula a moderação e o raciocínio.
Caso contrário, um pai é
capaz de causar muitos danos quando ele exerce um estilo educacional
que nega as emoções infantis ou até as diminui.
Naqueles casos em que o pai é impaciente ou tenso, quando praticamente
antecipa um fracasso da criança e reage com zombaria e crítica,
uma conduta como essa transmite ao filho uma sensação
de incompetência.
Isso tudo não quer dizer que
os pais agora tenham de paparicar filhos e filhas como as mães.
Durante muito tempo, a sensibilidade foi apenas um sinônimo para
compreensão e consolo. "Mas a partir do segundo ano de vida
o chamado 'desafio sensível' também se torna importante
para o desenvolvimento das crianças frisa Karin Grossmann. Essa
conduta, segundo ela, seria até mais apropriada para os pais
do que para as mães.
Desafiar sensivelmente significa que,
em sua interação com a criança, o adulto compartilha
a dor provocada por um fracasso ou até um retrocesso, mas não
se demora muito em proporcionar consolo.
Em vez disso, ele olhará com
a criança para o futuro, fornecerá estímulos, e
indicará metas que podem ser alcançadas por diversos caminhos.
Desse modo, ele alimenta a "competência de exploração"
da criança: sua capacidade de enfrentar desafios.
Oito dos onze filhos de Charlie Chaplin, aqui em
férias na França, nasceram depois que ele completou 50
anos. O artista não podia imaginar que com isso ele havia exposto
as crianças a um risco de saúde maior. Isso também
é resultado de novas pesquisas familiares: a paternidade tardia
aumenta o risco de doenças dos descendentes, porque a qualidade
dos espermatozoides se deteriora com o avanço da idade
MAS ESSE INCENTIVO
paternal ou maternal só atinge positivamente a criança
quando ela sente que seu interlocutor realmente sente empatia e compreensão
por sua aflição, e isso só funciona quando o adulto
se lembra nitidamente de seus próprios sentimentos em situações
semelhantes.
Porém muitos homens não
dominam essa técnica muito bem, afirma a psicoterapeuta Björn
Süfke. E a causa seria sua socialização: está
provado que meninos recebem muito menos manifestações
de sentimentos dos pais e educadores do que as meninas. Isso quer dizer
que suas emoções são menos reconhecidas e definidas,
e principalmente que as pessoas reagem muito mais raramente de modo
adequado a elas. Até mães têm a tendência
de não espelhar excessivamente as emoções negativas
de seu filho, possivelmente em consequência de uma ideia predeterminada
sobre os diferentes papéis dos sexos: meninos simplesmente não
podem ter medo ou ficar triste.
Além disso, os meninos frequentemente
crescem em um ambiente dominado por mulheres, no qual os poucos homens
presentes constituem modelos da masculinidade tradicional; por exemplo,
uma orientação puramente prática em detrimento
da sensibilidade.
Por isso, segundo Björn Süfke,
homens jovens não se apercebem tão franca e claramente
de suas emoções dolorosas, como pesar, medo e fraqueza.
E, quando adultos, eles terão muito mais dificuldade de aceitar
e lidar com sentimentos negativos. Possivelmente, este também
é um dos motivos que levam os homens a empregar a estratégia
do "coaching emocional" muito mais raramente com
seus filhos do que as mães.
É possível desvencilhar-se
dessa marca precoce na idade adulta? Süfke acredita que é
complicado, porém possível. Desse modo, até meninos
mais velhos poderiam se beneficiar disso quando outros homens se tornam
modelos de masculinidade mais abertos aos sentimentos. E para o jovem
pai do fórum on line, que sofre de "depressão pós-natal",
poderia ser útil manter um intercâmbio de experiências
com os outros homens.
Para Süfke a tarefa do desenvolvimento
masculino mais importante de todas é conseguir dialogar com os
próprios sentimentos. "Uma coisa dessas pode parecer um
luxo para um homem sem descendentes, mas para um pai esta é uma
obrigação", julga Süfke.
SUSANNE PAULSEN, 48 anos, é capaz de aplicar
pessoalmente, e bem, a nova avaliação do papel dos pais,
pois ela cria seus três filhos com a ajuda de um marido engajado
Fonte: - http://revistageo.uol.com.br/cultura-expedicoes/24/artigo213821-1.asp
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