Um dos grandes personagens enigmáticos
da História é Jean-François Champollion. O afamado
egiptólogo nasceu em Figeac, sudoeste da França, em
1790.
Sua encarnação foi entremeada de estranhos
acontecimentos. Segundo o autor de "Deuses, Túmulos e
Sábios", um "feiticeiro" foi chamado ao leito
de sua futura genitora, acometida de paralisia e já desenganada
pelos médicos. Após comunicar a rápida recuperação
da paciente que albergava, em suas entranhas, o corpo somático
em desenvolvimento do grande sábio francês, vaticinou
o nascimento de um menino cuja fama, no futuro, se tornaria notória.
A doente levantou-se no terceiro dia e, em 23 de dezembro
de 1790, deu à luz uma criança do sexo masculino o qual
conquistou renome por ter decifrado os hieróglifos.
Uma outra ocorrência digna de nota foi a observação
da pele escura do menino, com a feição da face pronunciadamente
oriental e possuindo a córnea dos olhos amarela, marcante nas
pessoas do Oriente.
É necessário frisarmos o incomum acontecimento
já que a família do insigne cientista era rigorosamente
conservadora e habitava uma região notadamente ariana.
Aos 11 anos de idade, já revelando grande inteligência,
trava um debate na escola com o famoso físico e matemático
Fourier. Este sábio, tendo participado da expedição
científica ao Egito, trouxe para a França um importante
material, contendo fragmentos de papiros e inscrições
hieroglíficas em pedras.
Champollion, convidado, foi à casa de Fourier
e ao observar a coleção egípcia, emocionado,
perguntou:
"Pode-se ler isso?
Mediante a negativa de Fourier, o garoto afirmou:
"Eu os lerei! Dentro de alguns anos eu os lerei!
Quando for grande!"
Que estranha convicção! Naquele momento
exteriorizava-se uma determinação oriunda dos refolhos
mais íntimos de seu ser. Ele tinha intuição de
que os sinais lhe eram peculiares. Certamente, num determinado tempo
vivido nas antigas terras do Nilo, vivenciando um escriba egípcio,
ele tinha a tarefa de, através da escrita, documentar e eternizar
na memória dos homens uma das grandes civilizações
do mundo.
Aos 17 anos de idade, já conhecendo línguas
remotas ligadas ao Egito Antigo, como o copta, faz o primeiro mapa
histórico do Egito e esboça um livro a respeito dos
antigos egípcios.
Convidado a expor suas audaciosas teses na Academia
de Grenoble, o efeito é imediato: Champollion entra como estudante
e sai como acadêmico, sendo aclamado, por unanimidade, membro
da Academia.
Voltando a Paris, junto com seu irmão na carruagem,
exclama:
"Eu decifrarei os hieróglifos. Eu sei!"
Certamente essa afirmação provinha da
sua intimidade espiritual (Eu Superior), sua individualidade manifestava-se
através da personagem física. Ele sabia interiormente
que tinha domínio sobre a escrita hieroglífica e o Espiritismo
ensina-nos que todas as nossas aquisições, conquistadas
em vidas pretéritas, são gravadas no inconsciente. Portanto,
naquele momento, patenteava-se integralmente a faculdade intuitiva
em Champollion.
Sua paixão pelo Egito não tinha limites,
conhecia profundamente tudo que se relacionasse com a antiga civilização
egípcia. O mais conhecido africanista da época, Somini
de Menencourt, depois de conhecer Champollion, afirmou:
"Ele conhece as terras de que falamos tão
bem como eu mesmo!"
Séculos e mais séculos decorreram e
os hieróglifos continuavam a ser um enigma. Porém, o
grande egiptólogo, com a segurança e a determinação
reveladas já na infância, encontra a chave da decifração
da escrita antiga, abrindo ao mundo as portas do Antigo Egito.
Com 38 anos de idade, o famoso estudioso do Antigo
Nilo, que desde a mocidade era chamado de "O Egípcio",
tem a oportunidade de pisar no solo seco do Egito e ver com os próprios
olhos o que já conhecia mentalmente.
Todos os que compartilharam da sua presença,
na expedição ao Egito, foram unânimes em constatar
que Champollion comportava-se como um autêntico egípcio,
ressaltando sua aparência oriental, as vestes típicas
de um nativo do país, como também o pleno conhecimento
da língua árabe e dos hieróglifos.
Para os que conhecem a doutrina da reencarnação
os fatos relatados não causam surpresa, nem é difícil
a sua interpretação. É digna de ser aventada
a hipótese de Jean-François Champollion ter sido em
vida pretérita alguém que tenha vivido nas terras áridas
e misteriosas dos antigos faraós e que reencarnou com a sublime
e árdua missão de ressuscitar o pensamento da estranha
e mística civilização egípcia, permitindo-nos
ouvir, no presente, o eco das vozes dos antigos habitantes do Nilo,
gravadas em hieróglifos.