Albino A. C. de Novaes

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Albino A. C. de Novaes
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Elizabeth Clare Prophet dá um tratamento todo especial à reencarnação - pouco comum às pessoas que emergem do movimento evangelista. Ela considera a reencarnação como sendo o ELO PERDIDO DO CRISTIANISMO e dedica seus escritos àqueles seguidores de Cristo que estão preparados para beber o cálice completo de suas mensagens. É a oportunidade de aprender com os nossos erros na Terra e buscar a Deus. É a chave para compreendermos a jornada da nossa alma. Ela empreende uma verdadeira jornada, e convida outros a seguir-lhe os passos, para descobrir como a reencarnação se coaduna com os antigos conceitos cristãos como o batismo, a ressurreição e o reino de Deus. No mergulho voraz na história, explica como os Patriarcas da Igreja suprimiram a reencarnação da teologia cristã e por que a reencarnação pode resolver muitos dos conflitos que atualmente afligem a cristandade.

Prophet, sem ser espírita, consegue ver a reencarnação e o Cristianismo caminhando juntos, não consegue separar um do outro. Existe um abismo profundo entre a necessidade espiritual das pessoas e o que as igrejas oferecem. A abordagem da VIDA no Cristianismo que herdamos das sucessivas mutilações do movimento dos SEGUIDORES DO CAMINHO, é extremamente árida. “Se realmente temos apenas uma oportunidade para determinar se a nossa eternidade será passada no céu ou no inferno, o que acontece àquele cujas vidas são encurtadas pela guerra ou pelo câncer? Se Jesus pode simplesmente apagar todos os nossos erros passados, qual é então o sentido das nossas ações na Terra?” .

“Questões como estas levaram-me a uma nova avaliação do misticismo, que diz que a salvação é uma experiência interior de Deus e não um evento de fim de mundo. Percebi que a encarnação oferece uma alternativa satisfatória para o Cristianismo ortodoxo” (Reencarnação – E. C. Prophet – Nova Era). Por isso, ela decide trabalhar suas ideias sobre Jesus, sobre a reencarnação e o significado intrínseco do Cristianismo no contexto das novas pesquisas sobre o Jesus histórico. Nossos irmãos evangélicos apresentam um Jesus místico sem admitir que ele tenha ensinado algo sobre a reencarnação, um Jesus-Deus, com o poder de dispor sobre a vida e o destino das almas. Quando lemos mais atentamente o Velho Testamento e o Novo Testamento, não obstante as mutilações produzidas no texto, encontramos fortes evidências da reencarnação tanto na tradição do judaísmo como entre os seguidores do Caminho.

“Uma vez que a alma não pode ser encontrada sem o corpo e todavia não é corpo, pode estar neste ou naquele corpo e passar de corpo em corpo” – são palavras ditas por Giordano Bruno durante seu dramático julgamento em Veneza, 1592. É Elizabeth que nos conta um pouco da história envolvente deste mártir.

“Tochas acesas iluminavam a pálida manhã de fevereiro. Os espectadores acotovelavam-se para ver a procissão. Aqueles oitocentos metros seriam percorridos lentamente desde a Torre Nona, onde o prisioneiro estivera encarcerado, até o Campo das Flores, uma praça ampla onde seria executado.

O filósofo de 52 anos caminhou vagarosamente sobre as pedras de calcário que pavimentavam as estradas de Roma. Descalço e acorrentado pelo pescoço, vestia um lençol branco ornamentado com cruzes e salpicado de demônios e chamas vermelhas.

Os monges da Fraternidade de São João, o Decapitado, caminhavam a seu lado, incitando-o ao arrependimento. De tempos a tempos, aproximavam o crucifixo dos seus lábios, dando-lhe a oportunidade de salvar-se. Peregrinos vindos de toda a Europa amontoavam-se na praça. Atraídos a Roma pelas celebrações do jubileu de 1600 que a Igreja faria ao longo do ano, ansiavam por ver um famoso herético morrer na fogueira. Alguns cuspiam e zombavam, enquanto os guardas despiam o pequeno e magro homem e o atavam a uma estaca de ferro circundada por feixes de lenha. Depois de o homem ter-se recusado mais uma vez a beijar a cruz, amordaçaram-no e, em seguida, empilharam mais lenha misturada com palha em volta da estaca, cobrindo-o até o queixo. Os monges cantavam ladainhas enquanto os oficiais de Roma lhe davam uma última oportunidade para retratar-se. Em seguida, atacaram fogo à pira.

Enquanto as labaredas chamuscavam-lhe a barba e os seus pulmões enchiam-se de fumaça, teria Giordano Bruno lamentado o caminho que o conduzira à fogueira? Enquanto a pele estalava e o sangue fervia nas chamas, teria ele se interrogado se essa dor se prolongaria por toda a eternidade no inferno? Ou manteve-se firme no seu sonho de ver outros sóis, inúmeros mundos celestiais e de viajar "através do infinito"?

A morte na fogueira era menos freqüente em 1600 do que nos tempos medievais. Apenas vinte e cinco hereges foram queimados em Roma durante todo o século XVI. Como Giordano Bruno, que fora monge dominicano e, durante muitos anos, filósofo errante, acabou recebendo a pena máxima da Igreja?

Bruno foi morto na fogueira devido aos seus conceitos heréticos, entre eles a ideia de que a alma humana poderia, após a morte, retornar à Terra num corpo diferente, e até continuar a sua evolução em muitos outros mundos além da Terra. Também defendia uma ideia que, muitas vezes, caminha lado a lado com a da reencarnação - a ideia de que o homem pode unir-se a Deus ao longo da jornada da sua alma na Terra. Para ele, a religião era o processo pelo qual a luz divina "exerce domínio sobre a alma, eleva-a e converte-a a Deus. Bruno acreditava que não era necessário esperar pelo fim do mundo para que a união divina ocorresse. Ela pode acontecer hoje mesmo.

Na visão de Bruno sobre o potencial humano podemos encontrar a semente da causa que levou o Cristianismo a rejeitar a reencarnação: sua visão abalava a autoridade da Igreja. De acordo com o sistema de Bruno, a salvação não dependia do relacionamento do indivíduo com a Igreja, mas sim do seu relacionamento direto com Deus. E foi tanto neste ponto como no da reencarnação que ele entrou em conflito com a Inquisição.

Bruno havia sido um constante incômodo para a Igreja praticamente desde o momento em que fora ordenado padre dominicano em Nápoles, aos 24 anos. Filho de um soldado de carreira, não se adaptava bem à vida monástica. Era um pensador e leitor voraz, com um temperamento irascível e propensão para irritar as autoridades.

Quando era um jovem monge, Bruno tinha ideias próprias. Defendia Ano, o herege do século IV, de quem voltaremos a falar mais tarde, e leu as obras proibidas de Erasmo, filósofo e humanista holandês. Quando a sua cópia clandestina do livro foi descoberta num anexo do mosteiro, Bruno viu-se em apuros. Devido às suas heresias, os oficiais da Igreja em Nápoles abriram um processo contra ele, o que o levou a fugir da Itália em 1578.

Passou os quatorze anos seguintes perambulando pela França, Inglaterra, Alemanha e Suíça. Apaixonado, intenso e sarcástico, Bruno foi forçado a fugir várias vezes depois de causar grande celeuma com os seus comentários e escritos inflamados. Atacou os membros da Universidade de Oxford por apoiarem Aristóteles e ridicularizou os acadêmicos franceses. Foi julgado em Genebra por ter apontado "erros numa palestra de um teólogo calvinista”.

Tanto a igreja católica como a protestante o excomungaram (embora, provavelmente ele nunca tenha se tornado protestante). Porém, o seu sonho era reconciliar católicos e protestantes através da filosofia. Discordava das suas teologias e se autodenominava "um cidadão e servo do mundo, um filho do Pai Sol e da Mãe Terra.

Bruno foi um dos homens mais brilhantes do seu tempo. Instruiu o rei francês Henrique III na arte de memorizar ensinou filosofia na Universidade de Toulouse e freqüentou o círculo literário que rodeava a rainha da Inglaterra, Elizabeth 1. Os seus escritos prolíficos e incomuns conquistaram um número pequeno, mas devotado de adeptos.

Ele era muito avançado ou muito atrasado para o seu tempo. Embora Bruno não fosse um cientista, suas ideias sobre o universo prenunciaram algumas das descobertas dos físicos do século XX.

No século XIX, os intelectuais reverenciaram-no como um mártir da pesquisa científica e da liberdade de pensamento, principalmente por ter defendido a teoria de Copérnico sobre a rotação da Terra em torno do Sol. Por isso, os inimigos dos seguidores de Copérnico também se voltaram contra Bruno - um dos seus inquisidores, o cardeal Robert Beilarmine, interrogaria também Galileu a respeito de suas observações sobre a rotação da Terra em torno do Sol. Contudo, Bruno não compartilhava da visão científica que Copérnico tinha do mundo.

Foram o misticismo e a filosofia que deram a Bruno a sua visão sobre a infinidade de mundos. Bruno concordava com Copérnico que a Terra poderia não ser o centro do universo, mas, de acordo com a sua perspectiva, o Sol também não o era. Ele acreditava que a Terra era apenas um mundo entre um número infinito de mundos.

Numa época em que a maioria das pessoas pensava que as estrelas estavam permanentemente fixas no céu, Bruno enumerou as suas crenças revolucionárias: "Existe apenas um espaço único, uma imensidão única e vasta a que podemos chamar Vácuo; nele existe uma infinidade de mundos como este em que vivemos e nos desenvolvemos. Consideramos este espaço infinito; nele existem mundos infinitos semelhantes ao nosso.

Para Bruno, o conceito [da existência] de mundos infinitos abriu as portas para o conceito de infinitas possibilidades humanas. Se existem mundos infinitos, então por que não poderá haver infinitas oportunidades para explorá-los? Uma pessoa, quer esteja dentro ou fora do corpo, "nunca está completa , escreveu Bruno. Ela tem a oportunidade de experimentar a vida de muitas formas diferentes." Assim como existe à nossa volta um espaço infinito, também a potencialidade, capacidade, receptividade, maleabilidade e matéria são infinitas.

 

 

Fonte: http://aeradoespirito.sites.uol.com.br/A_ERA_DO_ESPIRITO_-_Portal/ARTIGOS/ArtigosGRs/REENCARNACAO.html



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