“A vontade é a faculdade soberana
da alma, a força espiritual por excelência.”
— Léon Denis —
Quando temos contato com conceitos como este que nos é
apresentado pelo querido mestre Léon Denis, podemos observar
e por que não dizer, sentir, nossa responsabilidade como espíritas,
se considerarmos toda a oportunidade de estudo que nos informa, esclarece
e nos faz perceber que, afinal, os grandes responsáveis por
nossa caminhada em direção à perfeição,
somos nós mesmos. Podemos considerar, como continua Léon
Denis na mesma obra, que “qualquer ato da vontade reveste uma
aparência fluídica e grava-se no envoltório perispirítico”
(p. 265), o que nos leva a refletir sobre como conduzimos nossa vontade
e também como estamos avançando ou retardando nosso
processo evolutivo, visto que constantemente imprimimos em nosso corpo
fluídico nossas ações, sejam boas ou más,
conforme nossa conduta diária.
Com essa linha de raciocínio, considerando a vontade como ferramenta
para avanço ou estagnação da caminhada, em direção
à perfeição, nos perguntaremos como direcioná-la
para algo mais construtivo tanto no aspecto individual como coletivamente?
Como nos comportar de forma mais alinhada à doutrina de Luz
do Cristo, que nos é apresentada constantemente pelos amigos
espirituais mais esclarecidos?
Na obra Conduta Espírita, de autoria de André
Luiz, pela mediunidade de Waldo Vieira, (FEB, 2012), somos agraciados
com orientações nos mais diversos campos de relação
cotidiana, que podem nos redirecionar a comportamentos e atitudes
conectados à moral cristã. Entre estas orientações,
há as que tratam de nossa conduta perante nós mesmos,
sendo que uma delas nos orienta a vigiarmos nossas próprias
manifestações, nos convidando a perceber que o exemplo
da humildade é a maior força para a transformação
das criaturas (p. 57), o que nos remete ao que Denis chama “de
todos os vícios, o mais terrível”, o orgulho (Depois
da Morte, p.339). E como poderemos começar a vencer este
vício? Voltamos à questão da vontade, como força
que impulsiona a transformação. Ao nos determinarmos
a mudança através da vontade, permitimos a aproximação
e o amparo destes nossos queridos amigos e mentores espirituais nos
acolhendo, sustentando e intuindo no sentido de que tenhamos cada
vez mais vitórias nas lutas diárias sobre nós
mesmos.
Que possamos assim, queridos irmãos e irmãs, não
só crer, mas principalmente entender e saber que o consolador
prometido está entre nós nos apresentando a nossa imortalidade,
a nossa possibilidade de acertar em novas oportunidades na sucessão
das existências e dessa forma, nos permitindo com nossa fé
raciocinada, identificarmos esse suporte do plano espiritual que nos
diz, em nossa consciência mais profunda, que não estamos
sós na luta pelo nosso crescimento e que nesta vontade crescente
pelo caminho do bem e da caridade com Jesus, teremos a alegria de
um dia na estrada evolutiva, como orientaram os Espíritos a
Kardec (L.E., cap. II, pergunta 132. CELD, 2011), termos condições
de suportar nossa parte na obra da criação.