Espiritualidade e Sociedade





Paulo Nagae

>   O perispírito no plano espiritual

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Paulo Nagae
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No fenômeno da morte, o corpo físico e o duplo etéreo se desintegram, pois ambos são constituídos de matéria inerente ao planeta Terra. O espírito chega ao plano espiritual tendo o corpo espiritual como o seu corpo de relação. Sabemos também, que dependendo do grau de evolução do espírito, há a modificação em alguns órgãos em relação às funções que exerciam no corpo físico. Mas será só essa a mudança que ocorre com o perispírito?

Para termos uma ideia mais clara a respeito do que acontece com o perispírito no plano espiritual, vamos observar as informações dadas pelo instrutor Alexandre a André Luiz, lembrando que elas se referem a espíritos que fazem parte da população da Terra. As informações contidas no texto abaixo, são do livro Missionários da Luz, no qual marcaremos alguns trechos, colocando referências numéricas, para que possamos analisá-las.

"O chefe dos construtores dirigiu-se ao meu instrutor, nestes termos:
Esperávamos pela sua colaboração para iniciarmos o serviço magnético no paciente.
Passamos em seguida à pequena câmara, onde Segismundo repousava. Permanecia ele aflito, de olhar triste e vagueante.
Não pude sopitar uma interrogação:
Por que motivo Segismundo sofre tanto?
Indaguei de Alexandre, em tom discreto.
Desde muito, e, particularmente, desde a semana passada, está em processo de ligação fluídica direta com os futuros pais. Herculano está encarregado de ajudá-lo nesse trabalho. À medida que se intensifica semelhante aproximação, ele vai perdendo os pontos de contato com os veículos que consolidou em nossa esfera, através da assimilação dos elementos do nosso plano
(Referência 1). Semelhante operação é necessária para que o organismo perispiritual possa retomar a plasticidade que lhe é característica e, no estágio em que ele se encontra, o serviço impõe-lhe sofrimentos.

A observação era muito nova para mim e continuei indagando:

Mas o organismo perispirítico de Segismundo não é o mesmo que ele trouxe da Crosta, ao desencarnar pela última vez?
Sim — concordou o orientador —, tem a mesma identidade essencial; todavia, com o concurso do tempo, em vista da nova alimentação e novos hábitos em meio muito diverso, incorporou determinados elementos de nossos círculos de vida, dos quais é necessário se desfaça a fim de poder penetrar, com êxito, a corrente da vida carnal (Referência 2). Para isto, as lutas das ligações fluídicas primordiais com as emoções que lhe são consequentes desgastam-lhe as resistências dessa natureza, salientando-se que, nesta noite, faremos a parte restante do serviço, mobilizando, em seu auxílio, nossos recursos magnéticos.

Oh! — Disse eu — não teremos aqui um fato semelhante à morte física na Crosta?

Alexandre sorriu e aquiesceu:

Sem dúvida, desde que consideremos a morte do corpo carnal como simples abandono de envoltórios atômicos terrestres” (Referência 3).1

"Os Espíritos construtores começaram o trabalho de magnetização do corpo perispirítico, no que eram amplamente secundados pelo esforço do abnegado orientador, que se mantinha dedicado e firme em todos os campos de serviço.
Sem que me possa fazer compreendido, de pronto, pelo leitor comum, devo dizer que alguma coisa da forma de Segismundo estava sendo eliminada (Referência 4). Quase que imperceptivelmente, à medida em que se intensificavam as operações magnéticas, tornava-se ele mais pálido. Seu olhar parecia penetrar outros domínios. Tornava-se vago, menos lúcido.”(2)


Durante os preparativos para a reencarnação de Segismundo, observamos que o instrutor Alexandre fala da necessidade de serviços magnéticos para desfazer os pontos de contato com os veículos que Segismundo consolidou no plano espiritual, através de assimilação de elementos do plano em que se encontram
(Referência 1). A que veículos o instrutor se refere? Por que foram formados?




Pelas explicações do instrutor e pelo que já conhecemos acerca das camadas perispirituais, podemos chegar às seguintes conclusões:

  • Depois de um determinado tempo no plano espiritual, o espírito assimila, desse plano, os elementos necessários para que ele se relacione com o novo ambiente. Isto ocorre devido à alimentação e aos novos hábitos que o espírito adquire. Não há a criação de um novo corpo espiritual, pois ele ainda conserva a mesma identidade essencial que trouxe da última encarnação, porém incorporou a matéria características do meio ambiente em que se encontra. (Referência 2). É como se colocássemos um novo revestimento em uma velha parede. É uma espécie de nascimento para o plano espiritual, parecido com o que ocorre quando o espírito reencarna, ele assume um corpo de relação adequado ao ambiente onde passa a habitar, com os órgãos necessários para que ele possa se expressar no novo instrumento. Quando o espírito chega a um novo ambiente, seja a um mundo de encarnados ou a um mundo de desencarnados, ele tem que se revestir da matéria deste mundo. A diferença é quanto à sutileza da matéria e a complexidade do veículo assumido.

  • Durante o processo de preparação da reencarnação de um espírito, é necessário que a matéria assimilada no plano espiritual seja retirada da camada mais externa do seu perispírito, para que este recupere a sua plasticidade característica (1) e esteja apto a retomar um corpo físico. É uma espécie de morte no plano espiritual, parecido com o que ocorre quando o espírito desencarna, em ambos os casos há o desligamento da matéria atômica que o serviu de envoltório exterior e característico do meio onde se encontrava (Referência 3). Não há a destruição do corpo espiritual, no processo analisado só ocorre a desagregação dos elementos assimilados do ambiente de relação. É como se lixássemos uma parede para que ela possa receber um novo revestimento, não destruímos a parede, e sim retiramos a última camada de revestimento. Esta operação se completou, no exemplo de Segismundo, momentos antes da operação de redução perispiritual, como narrada por André Luiz (Referência 4). Quando o espírito tem que partir de um mundo, seja um mundo de encarnados ou de desencarnados, ele tem que se desvencilhar da matéria deste mundo. A diferença é que quando desencarnamos, estamos saindo de uma gaiola para a liberdade e quando encarnamos, estamos passando por uma restrição de sentidos e de capacidade do espírito.
 

O espírito vai encarnar e desencarnar várias vezes, repetindo este mesmo fenômeno de agregação e desagregação de matéria nos dois planos. O corpo espiritual vai acompanhá-lo até que a sua constituição não tenha mais afinidade com a condição vibratória do espírito, pois o corpo espiritual ainda é um envoltório perecível. As camadas perispirituais vão se sutilizando até que fique tão sutil que se confunde com o espírito.

 

 

1 - Missionários da Luz, Capítulo 13, Reencarnação.
2 - Missionários da Luz, Capítulo 13, Reencarnação.

 

Fonte: Revista CELD de Estudos Espíritas
> https://celd.xyz/wp-content/uploads/01-Revista_CELD_Janeiro-2018.pdf

 

 

 

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