Espiritualidade e Sociedade





Paulo Nagae

>   O perispírito e o progresso do Espírito

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Paulo Nagae
>   O perispírito e o progresso do Espírito

 

 

O que ocorre com o perispírito durante a caminhada do Espírito rumo à perfeição? Quais as transformações que ele sofre? Para entendermos estas questões, vamos consultar O Livro dos Espíritos.

186. Haverá mundos onde o Espírito, deixando de revestir corpos materiais, só tenha por envoltório o perispírito?
“Há e mesmo esse envoltório se torna tão etéreo que para vós é como se não existisse. Esse o estado dos Espíritos puros.”

a) Parece resultar daí que, entre o estado correspondente às últimas encarnações e o de Espírito puro, não há linha divisória perfeitamente demarcada; não?
“Semelhante demarcação não existe. A diferença entre um e outro estado se vai apagando pouco a pouco e acaba por ser imperceptível, tal qual se dá com a noite às primeiras claridades do alvorecer.”

187. A substância do perispírito é a mesma em todos os mundos?
“Não; é mais ou menos etérea. Passando de um mundo a outro, o Espírito se reveste da matéria própria desse outro, operando-se, porém, essa mudança com a rapidez do relâmpago.”

O Livro dos Espíritos – pág. 127 – parte 2ª – capítulo IV – “Da Pluralidade das Existências”.

“Sabemos que quanto mais eles se purificam, tanto mais etérea se torna a essência do perispírito, donde se segue que a influência material diminui à medida que o Espírito progride, isto é, à medida que o próprio perispírito se torna menos grosseiro.”

O Livro dos Espíritos – pág. 167 – parte 2ª – Capítulo VI – “Da Vida Espírita”.

As questões acima nos mostram que quanto mais evoluímos, mais sutil fica o nosso perispírito. Um dia, no estado de Espíritos puros, ele ficará tão sutil, que para nosso estado de percepção atual, seria como se não existisse. Considerando que o perispírito é uno, porém heterogêneo e que é composto por diversas camadas, temos a seguinte constituição, para Espíritos encarnados no nosso planeta:


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A transformação do perispírito

Enquanto estamos cumprindo nossas tarefas reencarnatórias no planeta Terra, repetimos várias vezes a mesma experiência de encarnar e desencarnar. Todas as vezes que desencarnamos deixamos no planeta o duplo etéreo e corpo físico e permanecemos com o corpo espiritual, que passa a ser o nosso corpo de relação. Chegando ao plano espiritual agregamos matéria do meio ambiente. Todas as vezes que encarnamos deixamos no plano espiritual a matéria que lá agregamos. Permanecemos com o corpo espiritual, que carrega consigo as marcas perispirituais que ajudarão a construir, no ventre materno, o duplo etéreo e o corpo físico, que são os veículos perecíveis que utilizaremos, enquanto estivermos no plano físico. Tanto no plano físico quanto no espiritual a matéria que agregamos, para formar os nossos veículos de relação, vão obedecer à lei de afinidade. À medida que vamos evoluindo moralmente o nosso pensamento fica mais equilibrado, o que corresponde a emitir, constantemente, ondas de maior frequência. Este passa a ser o nosso estado normal. Este fato faz com que o nosso corpo espiritual se transforme, pela perda das moléculas mais densas, pois elas não conseguem mais ter afinidade com a frequência vibratória do Espírito. É como se tentássemos colocar uma massa nova em uma parede sem prepará-la adequadamente, não haveria aderência. O corpo espiritual vai nos acompanhar até o momento em que as moléculas que o compõem, atendam à faixa vibratória correspondente à nossa evolução e ao conjunto de planetas que atendam à nossa necessidade evolutiva. Vai chegar um momento, nessa nossa viagem rumo à perfeição, no qual o nosso corpo espiritual não mais atenderá à evolução do Espírito.

A segunda morte

No livro Libertação, André Luiz, ficou espantado quando se deparou com entidades espirituais, as quais ele chamou de ovoides, que apesar de não serem o alvo das nossas observações no momento, deram início ao seguinte diálogo com o instrutor Gúbio:

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Nunca havia observado, antes, tal fenômeno. Em nossa colônia residência, ainda mesmo em se tratando de criaturas perturbadas e sofredoras, o campo de emanações era sempre normal. E quando em serviço, ao lado de almas em desequilíbrio, na Esfera da Crosta, nunca vira aquela irregularidade, pelo menos quanto me fora, até ali, permitido observar.

Inquieto, recorri ao instrutor, rogando-lhe ajuda.
— André — respondeu ele, circunspecto, evidenciando a gravidade do assunto —, compreendo-te o espanto. Vê-se, de pronto, que és novo em serviços de auxílio. Já ouvistes falar, de certo, numa “Segunda morte”...

— Sim — acentuei —, tenho acompanhado vários amigos à tarefa reencarnacionista, quando, atraídos por imperativos de evolução e redenção, tornam ao corpo de carne (Referência 1). De outras vezes, raras aliás, tive notícias de amigos que perderam o veículo perispiritual, conquistando planos mais altos (Referência 2). A esses missionários, distinguidos por elevados títulos na vida superior, não me foi possível seguir de perto.

Gúbio sorriu e considerou:
— Sabes, assim, que o vaso perispirítico é transformável
(Referência 1) e perecível (Referência 2), embora estruturado em tipo de matéria mais rarefeita.

— Sim... — acrescentei, reticencioso, em minha sede de saber.

— Viste companheiros — prosseguiu o orientador —, que se desfizeram dele, rumo a esferas sublimes, cuja grandeza, por enquanto, não nos é dado sondar
(Referência 2), e observastes irmãos que se submeteram a operações redutivas e desintegradoras dos elementos perispiríticos para nascerem na carne terrestre (Referência 1).

Nas sequências do texto, marcadas como (Referência 1), podemos confirmar a transformação que o corpo espiritual sofre nas entradas e saídas da vida física. Fato que pode ser observado, no exemplo da reencarnação de Segismundo, quando André Luiz comenta que esse fenômeno é semelhante à morte física. Nas sequências do texto, marcadas como (Referência 2), temos o esclarecimento do instrutor, quanto à outra situação que Gúbio chama de segunda morte, que é a perda do veículo perispiritual, com vistas a reencarnações em mundos mais elevados. Há ainda uma terceira situação, que é a dos ovoides, ponto inicial da citação de Gúbio à segunda morte. Ao nosso ver há duas situações distintas nesses três casos:


A transformação do corpo espiritual sem perda de essência

No caso dos ovoides ocorre a perda da forma, com a manutenção das características do corpo espiritual em estado latente, como a semente que guarda em si as características da árvore. O mergulho na carne vai devolver ao Espírito, a capacidade de reconstruir a forma do corpo espiritual. Como já foi visto, no caso de restrição do corpo espiritual ocorre, somente agregação e desagregação de matéria, com posterior redução de tamanho, devido à plasticidade do conjunto perispiritual.


A perda do corpo espiritual

Gúbio refere-se claramente ao abandono do corpo espiritual, quando da elevação dos Espíritos, rumo a esferas sublimes. Ele usa a expressão: “se desfizeram dele”.

Podemos concluir que o corpo espiritual tem duração variável e é perecível como o corpo físico (vide Evolução em Dois Mundos – capítulo 2, no item “Corpo espiritual depois da morte”, André Luiz). Nessas esferas sublimes, o Espírito segue então a sua caminhada, rumo à perfeição, tendo o corpo mental como corpo de relação após a morte. Com a elevação da frequência vibratória do Espírito, o corpo mental vai se depurando até chegar a expressão de pureza máxima da matéria que existe no Universo, que é o fluido cósmico universal puro.

 

 

 

Fonte: Revista CELD de Estudos Espíritas
https://celd.xyz/wp-content/uploads/02-Revista_CELD_Fevereiro-2018.pdf

 

 

 

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