Espiritualidade e Sociedade





Paulo Nagae

>   A influência da matéria sobre o espírito

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Paulo Nagae
>   A influência da matéria sobre o espírito

 

 


“O Espírito encarnado está sob a influência da matéria; o homem que supera esta
influência, através da elevação e depuração de sua alma, aproxima-se dos bons Espíritos,
com os quais estará um dia. Aquele que se deixa dominar pelas más paixões e coloca todas as
alegrias na satisfação dos apetites grosseiros, aproximasse dos Espíritos impuros,
dando preponderância à natureza animal.”

— O Livro dos Espíritos – “Introdução VI”. CELD. —

 

 

 

 

Todos nós iniciamos a nossa jornada evolutiva nos reinos inferiores da criação e sempre tivemos a matéria ao nosso lado, servindo de instrumento para o nosso progresso e ao mesmo tempo exercendo uma grande influência no nosso processo de evolução espiritual. Como somos espíritos que estamos, ao longo desses milênios, ainda numa etapa inicial de desenvolvimento, o corpo físico ainda pode nos influenciar no nosso comportamento e também nas múltiplas enfermidades que existem na Terra.

Dependendo de como reagimos diante das situações que passamos, conquistamos, passo a passo, a nossa própria individualidade, a nossa própria espiritualização. Essa conscientização que vamos adquirindo é um processo longo, vagaroso, no qual a matéria, de certa forma, cria limites que possibilita, também a individualização do espírito em relação ao seu espaço e a tudo aquilo que está a seu derredor.

No caminho da evolução, quando, já como espíritos, estamos preparados, por assim dizer, para assumir um corpo físico que nos possibilite expressar a nossa natureza moral, muito embora ainda iniciante, em relação ao ponto a ser atingido, nós já temos a capacidade de discernimento, um pouco mais constituída em termos de livre-arbítrio e das decisões que podemos tomar em relação a certas situações que vivenciamos. Por isso, por mais que usemos o argumento de que não temos condições de perceber as consequências do nosso próprio mal, nós o fazemos por imaturidade, mas, no fundo da nossa própria alma, já temos um grau de conscientização de que realmente erramos, e é por isso que os problemas de saúde, conflitos, perdas, culpas e muitas dissenções entre as almas começam a aparecer e isso irá produzir um movimento de expurgo, de renovação e de conscientização, pois isso é da natureza instintiva da própria alma.

 

Reflexos condicionados do espírito

Existem os reflexos condicionados, que fazem parte do corpo físico assim como, os que fazem parte do perispírito, mas existem também os reflexos condicionados do próprio espírito, que está aprendendo, passo a passo, reencarnação em reencarnação. Ele aprende esse reflexo mesmo fora do corpo físico e, consequentemente, também reage, passando a ter os seus próprios condicionamentos.

Nós temos um reflexo condicionado, que é limitado apenas pelo processo da própria matéria, e ela só terá um efeito inteligente, se tiver uma causa inteligente, se tiver algo ou um espírito que a habite, que lhe dê esse processo de direcionamento e de vida.

O corpo físico é constituído de microrganismos, que são princípios inteligentes capazes de reagir no campo físico e no campo perispiritual, se podemos fazer essa analogia, existem também células que fazem as suas agregações, que reagem a esses condicionamentos, que partem do espírito, dos seus aprendizados, mas que também foram adquiridos nos períodos fora das reencarnações, e que o espírito traz. E à medida que o espírito reencarna com esses novos condicionamentos, ele traz outras novas possibilidades de passar isso para o campo físico. É por isso que, quando o espírito adquire um certo grau de amadurecimento, além de aprender a se responsabilizar por suas decisões, ele permanece, também, mais tempo no plano espiritual para que esse aprendizado lhe seja tanto quanto oportuno para facilitar o seu retorno, de maneira que ele adquira um controle melhor sobre o aparelho físico, que ele recebera naquela encarnação. E quanto mais evolução tiver esse espírito, ele terá uma segurança capaz de desenvolver as tarefas, para as quais ele foi programado.

À medida que o espírito tenha esse procedimento, ele pode mudar a sua programação, o ambiente que está à sua volta, porque ele tem o controle das suas decisões, das suas emoções, controle dos seus instintos e sofre menos em relação à influência da matéria sobre o seu próprio espírito. Porque quando o espírito está em equilíbrio com a Lei de Deus, o perispírito dele está equilibrado e ele tem condições de trazer isso na forma de educar outras criaturas que estão necessitadas. E é isso que os espíritos chamam de missão, quando o espírito tem essa capacidade de gerenciar, administrar e determinar o seu próprio destino. Isso não é um resultado só do progresso moral, há também um progresso no campo do conhecimento das situações materiais que são necessárias. O espírito nessas condições, tem um planejamento reencarnatório preparado com muita antecedência, levando-se em conta as suas funções e as suas necessidades, o meio em que ele irá viver, o controle genético do seu corpo físico, tudo o que seja necessário para que esse espírito possa expressar a sua potencialidade, para que a tarefa da qual ele está incumbido, se processe. Às vezes, esse preparo é feito por um longo tempo, para que o espírito, às vezes, em 10, 15, 20 anos faça uma revolução nos meios científicos, das artes, ou mesmo no campo moral. Ao retornar para as esferas mais elevadas, ele deixa o legado para que outros comecem a pensar, a questionar, e refletir, trazendo aí outros tantos anos de reflexão em torno do assunto, dando impulso para o desenvolvimento de certos pensamentos filosóficos ou até mesmo das artes. Ainda estamos presos à esfera material, precisamos caminhar para atingir a liberdade de pensamento, um grau de conscientização que nos torne capazes, de ele próprio, conseguirmos como espíritos, expressarmo-nos dentro da matéria, sem receber a influência dessa mesma matéria. Fazemos parte de uma grande maioria de espíritos encarnados, que ainda estamos à mercê desta matéria. Uns sendo influenciados pela necessidade de aglutinar para si a comida; outros pelo sexo; outros mais pelo conhecimento exagerado, o poder e o dinheiro. Então, quando olhamos a matéria, não olhamos só a questão da influência do corpo físico, obstruindo, incapacitando ou determinando o comportamento desse espírito, mas os reflexos morais, que advêm desse condicionamento físico e espiritual. Falamos do espiritual, porque em planos mais próximos do ambiente terreno, mesmo desencarnados também podemos sofrer a influência do nosso próprio corpo espiritual, pois isso não nos impede de estarmos juntos a um encarnado, usufruindo da matéria densa, tanto quanto se estivéssemos encarnados. Se isso ocorrer, estaremos presos a comportamentos motores, a hábitos, que, além de ocupar nosso tempo, nos deixarão sem condições emocionais e de estabilidade, para que nos preocupemos com as coisas do espírito. Mesmo como espíritos estaríamos nos preocupando, apenas com os processos ligados ao mundo material, com os condicionamentos adquiridos ao longo das existências e que se perpetuariam, no mundo dos espíritos, tal qual foram no mundo dos encarnados. Nós só conseguiremos romper com esta situação, com a determinação do nosso próprio espírito ou com a dor, que viria atendendo ao cumprimento da lei de causa e efeito.

 

Referências Bibliográficas
Entrevista com o EspíritoHermann – através do médium Luiz C. Dallarosa.

 

 

Fonte: Revista CELD de Estudos Espíritas
> https://celd.xyz/wp-content/uploads/04-Revista_CELD_Abril-2018.pdf

 

 

 

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