O presente artigo faz uma análise
das mensagens de origem mediúnica atribuídas ao
Espírito Allan Kardec, as quais se encontram inseridas
na obra de Léon Denis, O Gênio Céltico
e o Mundo Invisível (GCMI). Essa obra, GCMI, é
a última elaborada pelo grande espírita Léon
Denis, tendo sido publicada no ano de desencarnação
desse extraordinário divulgador do Espiritismo, em 1927.
A avaliação do conteúdo das respectivas
mensagens, conforme aprendemos na Codificação,
permite concluir pela substancial improbabilidade de que as
mensagens sejam autênticas, ou seja, que sejam mesmo de
autoria do Codificador do Espiritismo, Allan Kardec. Tudo indica
que elas sejam realmente de origem mediúnica, pelo que
Denis nos informa, não sendo nem fraude e nem animismodo
médium. No entanto, a autoria espiritual não poderia
ser atribuída a Allan Kardec em função
do excesso de patriotismo, misticismo, erros doutrinários
e tendências ao sincretismo religioso que elas apresentam,
o que as fazem divergir completamente do conteúdo que
Kardec redigiu e propagou em vida física. O presente
artigo faz uma introdução a respeito do contexto
no qual essas mensagens foram recebidas e faz uma análise,
à luz da Doutrina Espírita, de algumas passagens,
também especulando sobre fatores que levaram Denis a
admiti-las como de Allan Kardec. Obviamente, a conclusão
de que não são de Allan Kardec reforça
a necessidade de mais cuidado na avaliação das
mensagens de origem mediúnica em nosso movimento espírita,
o que é discutido na última seção.