O presente artigo analisa, na
sua totalidade, os vinte e um (21) versículos do capítulo
doze (12) da segunda carta de Paulo aos Coríntios, um
dos textos mais emblemáticos do ponto de vista dos fenômenos
espirituais e da ética religiosa atribuídos ao
Apóstolo Paulo.
De fato, as cartas e passagens
paulinas têm sido usadas como referência para apoio
e também para ataques ao Espiritismo, mas esse capítulo
constitui um relato, com riqueza de detalhes, sobre experiências
mediúnicas, emancipação da alma, possível
obsessão ou auto-obsessão, esforço por
transformação moral, religiosidade gratuita, idealismo
evangélico, dificuldades no movimento religioso, polêmicas
religiosas, análise do fenômeno mediúnico
a partir de diferentes médiuns, evidências mediúnicas,
etc. Paulo é considerado um dos principais formadores
de opinião e teólogos do Cristianismo e seu impacto
durante dois mil anos de Cristianismo continua pujante.
O estudo do respectivo capítulo
fornece significativos subsídios para afirmar que muitas
posições em textos atribuídos a Paulo não
só indicam que não há oposição
aos postulados espíritas, mas destacam uma coerência
e corroboração muito representativas, as quais
justificam o artigo publicado na Revista Espírita de
Allan Kardec de Dezembro de 1863 intitulado “São
Paulo, Precursor do Espiritismo” (KARDEC,
1863). O presente artigo pode estimular novos estudos
focados em outros trechos de Novo Testamento, sobretudo no que
se refere às cartas paulinas, nas quais vários
princípios doutrinários espíritas são
claramente enfatizados.
