O fatalismo biológico, estabelecido mediante as conquistas
pessoais de cada indivíduo, não é definitivo
em relação à data da sua morte.
A longevidade como a brevidade da
existência corporal, embora façam parte do programa adrede
estabelecido para cada homem, alteram-se para menos ou para mais,
de acordo com o seu comportamento e do contributo que oferece à
aparelhagem orgânica para a sua preservação ou
desgaste.
Necessitando de um período
de tempo em cada existência física para realizar a aprendizagem
evolutiva em cujo curso está inscrito, o Espírito tem
meios para abreviar-lhe ou ampliar-lhe o ciclo, mediante os recursos
de que dispõe e são facultados a todos.
É óbvio que o estróina
desperdiça maior quota de energias, impondo sobrecargas desnecessárias
aos equipamentos fisiológicos, do que o indivíduo prudente.
As ocorrências que lhes sucedam
têm as suas causas no comportamento que se permitem.
Igualmente, a forma de desencarnar,
sem fugir ao impositivo do destino que é de construção
pessoal, resulta das experiências que são vividas. O
homem imprevidente e precipitado, desrespeitador dos códigos
de lei estabelecidos, toma-se fácil presa de infaustos acontecimentos,
que ele mesmo se propicia como efeito da conduta arbitrária
a que se entrega.
Acidentes, homicídios, intoxicações,
desastres de vários tipos que arrebatam vidas, resultam da
imprevidência, da irresponsabilidade, do orgulho dos que lhes
são vitimas, na maioria das vezes e no maior número
de acontecimentos.
Devendo aplicar a inteligência
e a bondade como norma de conduta habitual, grande parte das criaturas
prefere a arrogância, a discussão acesa, o desrespeito
ao dever, a negligência, tornando-se, afinal, vitimas de si
mesmas, suicidas indiretas.
Nos autocídios de ação
prolongada ou imediata, a responsabilidade é total daqueles
que tomam a decisão infeliz e a levam a cabo, inspirados ou
não por Entidades perversas com as quais sintonizam.
Derrapando em comportamentos pessimistas
a que se aferram, a atitudes agressivas nas quais se comprazem, na
fixação de idéias tormentosas em que se demoram,
em ambições desenfreadas e rebeldia sistemática,
a etapa final, infelizmente, não pode ser outra. Com o gesto
que supõem de libertação, tombam, por largos
anos de dor, em mais cruel processo de recuperação e
desespero, para que aprendam disciplina e submissão contra
as quais antes se rebelaram.
Depreende-se, portanto, que o comportamento
do homem a todo instante contribui de maneira rigorosa para a programação
da sua vida.
São de duas classes as causas
que influem na sua existência, dentro do determinismo da evolução
humana: as próximas, desta reencarnação, na qual
se movimenta, e as remotas, que procedem das ações pretéritas.
Estas últimas estabeleceram já os impositivos de reparação
a que o indivíduo não pode fugir, amenizando-os ou vencendo-os
através de atuais ações do rumor, que promovem
quem as vitaliza e aquele a quem são dedicadas. As primeiras,
no entanto, as da presente existência, vão gerando novos
compromissos que, se negativos, podem ser atenuados de imediato por
meio de atitudes opostas, e, se positivos, ampliados na sua aplicação.
O tabagismo, o alcoolismo, a toxicomania,
a sexolatria, a glutonaria, entre outros fatores dissolventes e destrutivos,
são de livre opção anual, não incursos
no processo educativo de ninguém. Quem, a qualquer deles se
vincula, padecer-lhe-á, inexoravelmente, o efeito prejudicial,
não se podendo queixar ou aguardar solução de
emergência.
O tabagismo responde por cárceres
de várias procedências, na língua, na boca, na
laringe, por inúmeras afecções e enfermidades
respiratórias, destacando-se o terrível enfisema pulmonar.
Todo aquele que se lhe submete à dependência viciosa,
está incurso, espontaneamente, nessa fatalidade destruidora,
que não estava no seu programa e foi colocada por imprevidência
ou presunção.
O alcoolismo é gerador de distúrbios
orgânicos e psíquicos de inomináveis conseqüências,
gerando desgraças que, de forma nenhuma deveriam suceder. É
ele o desencadeador da loucura, da depressão ou da agressividade,
na área psíquica, sendo o responsável por distúrbios
gástricos, renais e, principalmente, pela irreversível
cirrose hepática. Seja através da aguardente popular
ou do whisky elegante, a alcoolofilia dízima multidões
que se lhe entregam espontaneamente.
A toxicomania desarticula as sutis
engrenagens da mente e desagrega as moléculas do metabolismo
orgânico, lesando vários órgãos e alucinando
todos quantos se comprazem nas ilusões mórbidas que
dizem viver, não obstante de breve duração. Iniciada
a dependência que se fez espontânea, desdobrara-se à
frente longos anos, numa e noutra reencarnação, para
que sejam reparados todos os danos que poderiam ter sido evitados
quase sem esforço.
A sexolatria gera distonias emocionais,
por conduzir o indivíduo ao reduto das sensações
primitivas, mantendo-os nas áreas do gozo insaciável,
que o leva à exaustão, a terríveis frustrações
na terceira idade, se a alcança, e a depressões sem
conta pelo descalabro que desorganiza o corpo e perturba a mente.
Além desses, são criados campos de dificuldade afetiva,
de responsabilidade emocional com os parceiros utilizados, estabelecendo-se
compromissos desditosos para o Ii1turo.
A glutoneria, além de deformar
a organização física, é agente de males
que sobrecarregam o corpo produzindo contínuas distinções
gastrointestinais, dispepsias, acidez, ulcerações, alienando
o homem que vive para comer, quando deveria, com equilíbrio,
comer para viver.
São muitos os agentes dos infortúnios
para o homem, que ele aceita no seu comportamento, afetando-lhe a
vida.
Entretanto, através de outras
atitudes e conduta poderia preserva-la, prolongá-la, dar-lhe
beleza, propiciando-lhe harmonia e felicidade.
Além de atingir aquele que
elege esta ou aquela maneira de agir, os resultados alcançam
os descendentes que, através das heranças transmissíveis,
conforme as suas necessidades evolutivas, as experimentarão.
O comportamento do Espírito,
no corpo ou fora dele, é responsável pela vida, contribuindo
de maneira eficaz na sua programática, igualmente interferindo
na conduta do grupo em que se movimenta e onde atua, como dos descendentes
que de alguma forma se lhe vinculam.
As ações corretas prolongam
a existência do corpo e promovem o equilíbrio da mente,
enquanto as atribuladas e agressivas produzem o inverno.
Nunca será demasiado repetir-se
que, assim como o homem pensa e age, edificará a sua existência,
vivendo-a de conformidade com o comportamento elegido.