Sempre haverá muito que aprender na obra de Allan Kardec, não
apenas aqueles que se iniciam no estudo da Doutrina Espírita,
como também os que dela já têm conhecimento mais
profundo. Isso porque os livros que divulgam idéias construtivas
— e especialmente idéias novas — nunca se esgotam
como fonte de onde fluem continuamente motivações para
novos arranjos e, portanto, de progresso espiritual, sem abandonar
a contextura filosófica sobre as quais se apóiam. Para
usar linguagem e terminologia essencialmente espíritas, diríamos
que o perispírito da doutrina permanece em toda a sutileza
e segurança de sua estrutura, ao passo que o espírito
da Doutrina segue à frente, em busca de uma expansão
filosófica, sujeito que está ao constante embate com
a tremenda massa de informação que hoje nos alcança,
vinda de todos os setores da especulação humana. De
fato, a Doutrina Espírita está exposta às mais
rudes confrontações, por todos os seus três flancos
ao mesmo tempo: o filosófico, o científico e o religioso.
A cada novo pronunciamento significativo da filosofia, da ciência
ou da especulação religiosa, a doutrina se entrega a
um processo introspectivo de auto-análise para verificar como
se saiu da escaramuça. Isso tem feito repetida mente e num
ritmo cada vez mais vivo, durante mais de um século. E com
enorme satisfação, podemos verificar que nossas posições
se revelaram inexpugnáveis. Até mesmo idéias
e conceitos em que a Doutrina se antecipou aos tempos começam
a receber a estampa confirmatória das conquistas intelectuais
como, para citar apenas dois exemplos a reencarnação
e a pluralidade dos mundos habitados. Poderíamos citar ainda
a existência do perispírito que vai cada dia mais tornando-se
uma necessidade científica, para explicar fenômenos que
a biologia clássica não consegue entender. Quando abrimos
hoje revistas, jornais e livros sintonizados com as mais avançadas
pesquisas e damos com o nome de importantes cientistas examinando
a sério a doutrina palingenésica ou a existência
de vida inteligente fora da Terra, somos tomados por um legítimo
sentimento de segurança e de crescente respeito pelos postulados
da doutrina que os Espíritos vieram trazer-nos. Tamanha era
a certeza de Kardec sobre tais aspectos que escreveu que o Espiritismo
se modificava nos pontos em que entrasse em conflito com os fatos
científicos devidamente comprovados.
Essa observação do Codificador, que poderia parecer
a muitos a expressão de um receio ou até mesmo uma gazua
para eventual saída honrosa, foi, ao contrário, uma
declaração corajosa de quem pesou bem a importância
do que estava dizendo e projetou sobre o futuro a sua própria
responsabilidade. O tempo deu-lhe a resposta que ele antecipou: não,
não há o que reformular, mas se algum dia houver, será
em aspectos secundários da doutrina e jamais nas suas
concepções estruturais básicas, como
a existência de Deus, a sobrevivência
do Espírito, a reencarnação
e a comunicabilidade entre vivos e "mortos".
O que acontece é que a doutrina codificada não responde
a todas as nossas indagações, e nem as de Kardec foram
todas resolvidas nos seus mínimos pormenores e implicações.
“O Livro dos Espíritos” é um repositório
de princípios fundamentais de onde emergem inúmeras
“tomadas” para outras tantas especulações
e conquistas e realizações. Nele estão os germes
de todas as grandes idéias que a humanidade sonhou pelos tempos
afora, mas os Espíritos não realizam por nós
o nosso trabalho. Em nenhum outro cometimento humano vê-se tão
claramente os sinais de uma inteligente, consciente e preestabelecida
coordenação de esforços entre as duas faces da
vida — a encarnada e a desencarnada. Tudo parece — e assim
o foi — meticulosamente planejado e escrupulosamente executado.
A época era aquela mesma, como também o meio ambiente
e os métodos empregados. Para a carne vieram os espíritos
incumbidos das tarefas iniciais e das que se seguiram, tudo no tempo
e no lugar certos. Igualmente devem ter sido levadas em conta a fragilidade
e as imperfeições meramente humanas, pois que também
alternativas teriam sido planejadas com extremo cuidado. Há
soluções opcionais para eventuais falhas, porque o trabalho
era importante demais para ficar ao sabor das imperfeições
humanas e apoiado apenas em dois ou três seres, por maiores
que fossem. Ao próprio Kardec, o Espírito da Verdade
informa que é livre de aceitar ou não o trabalho que
lhe oferecem. O eminente professor é esclarecido, com toda
a honestidade e sem rodeios, que a tarefa é gigantesca e, como
ser humano, seria arrastado na lama da iniqüidade, da calúnia,
da mentira, da infâmia. Que todos os processos são bons
para aqueles que se opõem à libertação
do homem. Que ele, Kardec, poderia também falhar. Seu engajamento
seria, pois, de sua livre escolha e que, se recusasse a tarefa, outros
havia em condições de levá-la a bom termo.
O momento é dramático. É também a hora
da verdade suprema, pois o plano de trabalho não poderia ficar
comprometido por atitudes dúbias e meias-palavras. Aquilo que
poderia parecer rudeza de tratamento é apenas ditado pela seriedade
do trabalho que se tinha a realizar no plano humano. Kardec aceitou
a tarefa e arrostou, com a bravura que lhe conhecemos, a dureza das
aflições que sobre ele desabaram, como estava previsto.
Tudo lhe aconteceu, como anunciado; os amigos espirituais seriam incapazes
de glamourizar a sua colaboração e minimizar as dificuldades
apenas para induzi-lo a aceitar a incumbência.
Por outro lado, se ele era, entre os homens, o chefe do movimento,
pois alguém tinha que o liderar, compreendeu logo que não
era o dono da doutrina e jamais desejou sê-lo. Quando lhe comunicam
que foi escolhido para esse trabalho gigantesco, sente com toda a
nitidez e humildade a grandiosidade da tarefa que lhe oferecem e declara
que de simples adepto e estudioso a missionário e chefe vai
uma distância considerável, diante da qual ele medita,
não propriamente temeroso, mas preocupado, dado que era homem
de profundo senso de responsabilidade. Do momento em que toma a incumbência,
no entanto, segue em frente com uma disposição e uma
coragem inquebrantáveis.
Esse aspecto da sua atuação jamais deve ser esquecido
a consciência que tem da sua posição de coordenador
do movimento e não de seu criador. Não deseja que a
doutrina nascente seja ligada ao seu nome. Apaga-se deliberadamente
e tenazmente para que a obra surja como planejada, isto é,
uma doutrina formulada pelos Espíritos e transmitida aos homens
pelos Espíritos, contida numa obra que fez questão de
intitular “O Livro dos Espíritos”. Por outro lado,
não é intenção dos mensageiros espirituais
— ao que parece — ditar um trabalho pronto e acabado,
como um “flash” divino, de cima para baixo. Deixam a Kardec
a iniciativa de elaborar as perguntas e conceber não a essência
do trabalho, mas o plano geral da sua apresentação aos
homens. A obra não deve ser um monólogo em que seres
superiores pontificam eruditamente sobre os grandes problemas do ser
e da vida; é um diálogo no qual o homem encarnado busca
aprender com os irmãos mais experimentados novas dimensões
da verdade. E preciso, pois, que as questões e as dúvidas
sejam levantadas do ponto de vista humano, para que o mundo espiritual
as esclareça na linguagem simples da palestra, dentro do que
hoje se chamaria o contexto da psicologia específica do ser
encarnado. Por isso, Kardec não se julga o criador
da Doutrina, mas é infinitamente mais do que um mero copista
ou um simples colecionador de pensamentos alheios. Deseja
apagar-se individualmente para que a obra sobreleve às contingências
humanas; a Doutrina não deve ficar “ligada” ao
seu nome pessoal como, por exemplo, a do super-homem a Nietszche,
o islamismo a Maomé, o positivismo a Augusto Comte ou a teoria
da relatividade a Einstein; é, no entanto, a despeito de si
mesmo, mais do que simples colaborador, para alcançar o estágio
de um co-autor quanto ao plano expositivo e às obras subseqüentes.
Os Espíritos deixam-lhe a iniciativa da forma de apresentação.
A princípio, nem ele mesmo percebe que já está
elaborando ‘O Livro dos Espíritos”; parece-lhe
estar apenas procurando respostas às suas próprias interrogações.
Homem culto, objetivo, esclarecido e com enormes reservas às
doutrinas religiosas e filosóficas da sua época, tem
em mente inúmeras indagações para as quais ainda
não encontrara resposta. Ao mesmo tempo em que vai registrando
as observações dos Espíritos, vai descobrindo
um mundo inteiramente novo e insuspeitado e tem o bom senso, de não
se deixar fascinar pelas suas descobertas.
E, pois, ao sabor de sua controlada imaginação que organiza
o esquema das suas perguntas e quando dá conta de si tem anotações
metódicas, lúcidas, simples de entender e, no entanto,
do mais profundo e transcendental sentido humano. Sem o saber, havia
coligido um trabalho que, pela sua extraordinária importância,
não poderia ficar egoisticamente preso à sua gaveta;
era preciso publicá-lo e isso mesmo lhe dizem os Espíritos.
Assim o fez e sabemos de sua surpresa diante do sucesso inesperado
da obra.
Daí em diante, isto é, a partir de “O Livro dos
Espíritos”, seus amigos assistem-no, como sempre o fizeram,
mas deixam-no prosseguir com a sua própria metodologia e nisso
também ele era mestre consumado, por séculos de experiência
didática. As obras subseqüentes da Codificação
não surgem mais do diálogo direto com os Espíritos
e sim das especulações e conclusões do próprio
Kardec, sem jamais abandonar, não obstante, o gigantesco painel
desenhado a quatro mãos em “O Livro dos Espíritos”.
Conversando uma vez, em nosso grupo, sobre o papel de certos espíritos
na história, disse-nos um amigo espiritual que é muito
importante para todos nós o trabalho daqueles a quem ele chamou
Espíritos ordenadores. São os que vêm
incumbidos de colocar em linguagem humana, acessível, as grandes
idéias. Sem eles, muito do que se descobre, se pensa e se realiza
ficaria perdido no caos e na ausência de perspectiva e hierarquia.
São eles — Espíritos lúcidos, objetivos
e essencialmente organizadores — que disciplinam as idéias,
descobrindo-lhes as conexões, implicações e conseqüências,
colocando-as ordenadamente ao alcance da mente humana, de modo facilmente
acessível e assimilável, sob a forma de novas sínteses
do pensamento. São eles, portanto, que resumem um passado de
conquistas e preparam um futuro de realizações. Sem
eles, o conhecimento seria um amontoado caótico de idéias
que se contradizem, porque invariavelmente vem joio com o trigo, na
colheita, e ganga com ouro, na mineração. São
eles os faiscadores que tudo tomam, examinam, rejeitam, classificam
e colocam no lugar certo, no tempo certo, autruisticamente, para que
quem venha depois possa aproveitar-se das estratificações
do conhecimento e sair para novas sínteses, cada vez mais amplas,
mais nobres, mais belas, ad infinitum.
Allan Kardec é um desses espíritos.
Não diremos que seja um privilegiado porque essa classificação
implica idéia de prerrogativa mais ou menos indevida e as suas
virtudes são conquistas legítimas do seu espírito,
amadurecidas ao longo de muitos e muitos séculos no exercício
constante de uma aguda capacidade de julgamento — é,
pois, um direito genuinamente adquirido pelo esforço pessoal
do espírito e não uma concessão arbitrária
dos poderes superiores da vida. O trabalho que realizou pela Doutrina
Espírita é de inestimável relevância. Para
avaliar a sua importância basta que nos coloquemos, por alguns
instantes, na posição em que ele estava nos albores
do movimento. Era um homem de 50 -anos de idade, professor e autor
de livros didáticos. Sua atenção é solicitada
para os fenômenos, mas ele não é de entregar-se
impulsivamente aos seus primeiros entusiasmos. Quer ver primeiro,
observar, meditar e concluir, antes de um envolvimento maior. Quando
recebe a incumbência e percebe o vulto da tarefa que tem diante
de si, nem se intimida, nem se exalta. É preciso, porém,
formular um plano de trabalho. Por onde começar? Que conceitos
selecionar? Que idéias têm precedência sobre outras?
Serão todas as comunicações autênticas?
Será que os Espíritos sabem de tudo? Poderão
dizer tudo o que sabem?
É tudo novo, tudo está por fazer e já lhe preveniram
que o mundo vai desabar sobre ele. O cuidado tem de ser redobrado,
para que o edifício da doutrina não tenha uma rachadura,
um fresta, um ponto fraco, uma imperfeição; do contrário,
poderá ruir, sacrificando toda a obra. Os representantes das
trevas estão atentos e dispostos a tudo. Os Espíritos
o ajudam e o inspiram e o incentivam, embora sejam extremamente parcimoniosos
em elogios e um tanto enérgicos nas advertências. Quando
notam um erro de menor importância numa exposição
de Kardec, não indicam o ponto fraco; limitam-se a recomendar-lhe
que releia o texto, que ele próprio encontrará o engano.
Do lado humano, encarnado, da vida, é um trabalho solitário.
Não tem a quem recorrer para uma sugestão, um conselho,
um debate. Os amigos espirituais somente estão à sua
disposição por algum tempo, restrito, sob limitadas
condições, durante as horas que consegue subtrair ao
seu repouso, porque as outras são destinadas a ganhar a vida,
na dura atividade de modesto guarda-livros.
Sem dúvida alguma, trata-se de um trabalho de equipe, tarefa
pioneira, reformadora, construtora de um novo patamar para a escalada
do ser na direção de Deus. As velhas doutrinas religiosas
não satisfazem mais, a filosofia anda desgovernada pelos caminhos
da negação e a ciência desgarrada de tudo, aspirando
ao trono que o dogmatismo religioso deixou vago. No meio de tudo isso,
o homem que pensa e busca um sentido para a vida se atormenta e se
angustia, porque não vê suporte onde escorar sua esperança.
A nova doutrina vem trazer-lhe o embasamento que faltava, propor uma
total reformulação dos conceitos dominantes. Ciência
e religião não se eliminam, como tantos pensavam; ao
contrário, se completam, coexistindo com a filosofia. O homem
que raciocina também pode crer e o crente pode e deve exercer,
em toda a extensão, o seu poder de análise e de crítica.
Isso não é apenas tolerado, senão estimulado,
pois entende Kardec que a fé só merece confiança
quando passada pelos filtros da razão. Se não passar,
é espúria e deve ser rejeitada.
Concluindo, assim, o trabalho que lhe competia junto aos Espíritos
ainda lhe resta muito a fazer, e o tempo urge. Incumbe-lhe agora inserir
a nova doutrina no contexto do pensamento de seu tempo — como
se diria hoje. Terminou o recital a quatro mãos e começa
o trabalho do solista, porque o mestre ainda está sozinho entre
os homens, embora cercado do carinho e da amizade de seus companheiros
espirituais. Atira-se, pois, ao trabalho. A luz do seu gabinete arde
até altas horas da noite. É preciso estudar e expor
aos homens os aspectos experimentais implícitos na Doutrina
dos Espíritos. Desses aspectos, o mais importante, sem dúvida,
é a prática da mediunidade, instrumento
de comunicação entre os dois mundos. Sem um conhecimento
metodizado da faculdade mediúnica, seria impossível
estabelecer as bases experimentais da doutrina. Daí, o “O
Livro dos Médiuns”.
Em seguida, é preciso dotar o Espiritismo de uma estrutura
ética. Não é necessário criar
uma nova moral; já existe a do Cristo. O trabalho é
enorme e exige tudo de seu notável poder ordenador. E que o
ensinamento de Jesus, com a passagem dos séculos e ao sopro
de muitas paixões humanas, ficara soterrado em profunda camada
de impurezas. Kardec decidiu reduzir ao mínimo os atritos e
controvérsias, buscando nos Evangelhos apenas o ensinamento
moral, sem se deter, portanto, na análise dos milagres, nem
dos episódios da vida pública do Cristo, ou dos aspectos
que foram utilizados para a elaboração dos dogmas. Dentro
dessa idéia diretora, montou com muito zelo e amor “O
Evangelho segundo o Espiritismo”. O problema dos dogmas
— pelo menos os principais — ficaria para “O
Céu e o Inferno” e sobre as questões
científicas ainda voltaria a escrever em “A Gênese”.
E assim concluía mais uma etapa da sua tarefa. O começo,
onde andaria? Em que tempo e em que ponto cósmico? Era —
e é — um espírito reformador, ordenador, preparador
de novas veredas. A continuação, seus amigos espirituais
deixaram-no entrevê-la ao anunciar-lhe que se aproximava o término
da existência terrena, mas não dos seus encargos: voltaria
encarnado noutro corpo, lhe disseram, para dar prosseguimento ao trabalho.
Ainda precisavam dele e cada vez mais. Nada eram as alegrias que experimentava
ao ver germinar as sementes que ajudara a semear; aquilo eram apenas
os primeiros clarões de uma nova madrugada de luz. Quando voltasse,
teria a alegria imensa de ver transformadas em árvores majestosas
as modestas sementeiras das suas vigílias, regadas por dores
muitas. Não seria mais o vulto solitário a conversar
com os Espíritos e a escrever no silêncio das horas mortas
—teria companheiros espalhados por toda a Terra, entregues ao
mesmo ideal supremo de trabalhar sem descanso na seara do Cristo,
cada qual na sua tarefa, conforme seus recursos, possibilidades e
limitações, dado que o trabalho continua entregue a
equipes, onde o personalismo não pode ter vez para que as paixões
humanas não o invalidem.
“De modo que — dizia Paulo — nem o que planta
é alguém, nem o que rega, senão Deus que a faz
crescer.
E o que planta e o que rega são iguais; se bem que cada um
receberá o seu salário segundo seu próprio trabalho,
já que somos colaboradores de Deus e vós, campo de Deus,
edificação de Deus” (1 Coríntios, 3:7 a
9).
Trabalhadores de Deus desejamos ser e o seremos toda vez que apagarmos
o nosso nome na glória suprema do anonimato, para que o nosso
trabalho seja de Deus, que faz germinar a semente e crescer a árvore,
e não nosso, que apenas confiamos a semente ao solo. Somos
portadores da mensagem, não seus criadores, porque nem homens
nem espíritos criam; apenas descobrem aquilo que o Pai criou.
São essas as dominantes do espírito de Kardec. Sua vitória
é a vitória do equilíbrio e do bom senso, é
a vitória do anonimato e da humildade, notável forma
de humildade que não se anula, mas que luta e vence. Como figura
humana, nem sequer aparece nos livros que relatam a saga humana. Para
o historiador leigo, quem foi Kardec? Seu próprio nome civil,
Hippolyte-Léon Denizard Rivail, ele o apagou para publicar
seus livros com o nome antigo de um obscuro sacerdote druida.
De modo que não é somente a obra realizada por Kardec
que devemos estudar, é também sua atitude perante a
obra, porque tudo neste espírito é uma lição
de grandeza em quem não deseja ser grande.