Espiritualidade e Sociedade





Luzia Mathias

>   Sobre a morte e o morrer na visão de Léon Denis

Artigos, teses e publicações

Luzia Mathias
>   Sobre a morte e o morrer na visão de Léon Denis

 

 

Antecipando-se ao boom de estudos sobre a EQM, Experiências de Quase Morte, pelo Dr. Raymond Moody, autor de Vida Depois da Vida, hoje objeto de estudo de muitos pesquisadores e de livros de registros de experiências pessoais como o caso do Dr. Eben Alexander, neurocirurgião americano que escreveu Uma Prova do Céu, Léon Denis relata o que chama de “balanço instantâneo da consciência” e anuncia o “despertar na memória das visões adormecidas das existências passadas”, observados nos momentos de morte iminente, ou de parada cardiorrespiratória, inclusive citando a experiência pessoal de um amigo seu, médico e que esteve perto de se afogar.

A morte, evento naturalmente subsequente à velhice nos giros da espiral da vida imortal, que
estamos compartilhando por aqui, será portanto o assunto desse artigo.

Vale destacar que Denis, a exemplo de outros pensadores, coloca o nascimento em oposição à morte e não à vida. Vida não é o contrário de morte. O contrário de morte é nascimento. A vida é inextinguível e apenas transita de um campo de manifestação para outro sendo que será preciso abandonar o corpo físico, do qual nos temos servido na presente encarnação, devido ao seu desgaste ou destruição, e prosseguir a viagem. Assim, como diz Denis, “A morte é simplesmente um segundo nascimento; deixamos esse mundo da mesma maneira que aí entramos, conforme a ordem da mesma Lei.”

Convido os amigos leitores a acompanharmos juntos o preciso passo a passo que Léon Denis nos oferece desse marco final de uma existência corporal — a morte — com o objetivo de nos familiarizar com tudo o que vivenciaremos quando o carro desta vida parar em sua última estação.



Desmaterialização pelo envelhecimento ou pela doença
Algum tempo antes da morte, um trabalho silencioso se efetua. A desmaterialização já começou. Através de alguns sinais, podemos constatá-la, se aqueles que cercam o moribundo não estiverem distraídos pelas coisas externas. A doença desempenha aqui um papel considerável. Ela termina em alguns meses, em algumas semanas, talvez em alguns dias, o que o lento trabalho da idade havia preparado.


O último combate
O que acontece nesse momento supremo que todas as línguas chamam “a agonia”, isto é, o último combate? Pressentem-no, adivinham-no... no limite extremo, na fronteira dos dois mundos (a alma) é visitada pelas visões iniciais daquele no qual ela vai entrar. O mundo que ela deixa envia-lhe os fantasmas da lembrança, e todo um cortejo de espíritos chega até ele do lado da aurora.

Acho importantíssimo destacar a afirmativa de Léon Denis de que Nunca se morre sozinho, da mesma forma que nunca se nasce sozinho, tendo em vista ser esse um grande medo de boa parte das pessoas.

Os invisíveis que temos conhecido, amado, assistido neste mundo, vêm auxiliar o moribundo a se desembaraçar das últimas correntes do cativeiro terrestre.


Aumento das faculdades
Nessa hora solene, as faculdades aumentam, a alma, meio desligada, se dilata; ela começa a entrar na sua atmosfera natural, a retomar sua vida vibratória normal, e é por isso que, nesse instante, revelam-se em alguns moribundos fenômenos curiosos de mediunidade.

É comum o relato de visões de pessoas já desencarnadas que o vem buscar de lugares de beleza desconhecida, de luzes diferentes das que iluminam o mundo material, de espíritos de luz que irradiam imenso amor, de informações sobre acontecimentos distantes no espaço e no tempo.


Processo inverso ao nascimento:
Retornemos ao próprio ato da morte. A desmaterialização efetuou-se, o perispírito se desprende do envoltório carnal, que vive ainda algumas horas, talvez alguns dias, uma vida puramente vegetativa. Assim, os estados sucessivos da personalidade humana se desenrolam na ordem inversa daquele que presidiu ao nascimento. A vida vegetativa que havia começado no seio materno se extingue dessa vez por último; a vida intelectual e a vida sensitiva são as duas primeiras que partem.


Desligamento final
O que acontece, então? O espírito, isto é, a alma e seu envoltório fluídico, e, consequentemente, o eu, carrega a última impressão moral e física que o atingiu na Terra; ele o guarda durante um tempo mais ou menos prolongado, segundo seu grau de evolução.



A analogia com o túnel (imagem vivenciada e relatada nos casos de EQM)
A morte é, portanto, na realidade, uma passagem; é uma transição e uma translação. Se devía-
mos tomar emprestado à vida moderna uma imagem, nós a compararíamos de bom grado a um túnel
. Com efeito, a alma avança no desfile da morte mais ou menos lentamente, conforme o grau de desmaterialização e de espiritualidade.


Entrada na vida espiritual
A alma entrou na galeria sombria: ela aí permanece na obscuridade, ou melhor, numa penumbra próxima da luz. É o crepúsculo do Além.



Léon Denis denomina o recém desencarnado de recém-nascido no mundo invisível. O que acontece agora?
O que sucede com ele daí para adiante será o assunto do nosso próximo artigo que completará o giro nascimento-infância-juventude-maturidade-velhice-morte-vida espiritual que estamos percorrendo juntamente com Léon Denis, como já foi mencionado no magistral capítulo intitulado “A Lei Circular” do livro O Grande Enigma.

 

 

Fonte: https://celd.xyz/wp-content/uploads/02-Revista_CELD_Fevereiro-2017.pdf

 

 

 

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