Nessa série de conversas já
falamos de Entusiasmo, Superação de Limites e Intuição.
Nosso projeto, este mês, nesse espírito de descobrir
“do que pode ajudar”, será um convite para pensarmos
juntos a questão do estresse.
Todos os dias as pessoas vão às consultas médicas
com sinais, sintomas e doenças que se prolongam ou que resistem
aos tratamentos propostos e escutam do profissional que a atende a
seguinte pergunta:
— Você está estressado ou estressada?
E aí a resposta é quase sempre afirmativa e costuma
ser seguida de outra pergunta:
— E quem não está, doutor?
É claro que motivos para estarmos ansiosos, preocupados, vivenciando
emoções perturbadoras, não nos faltam e não
nos faltarão nem tão cedo; então o caminho para
a saúde não pode ser ficar esperando por esse momento
mágico em que tudo estará bem, funcionando sem problemas,
nossas necessidades atendidas e a gente se sentindo com aquela paz
de criança dormindo, voando leves em céu de brigadeiro.
Mas será que tem que ser assim mesmo? Temos que viver estressados
comprometendo a saúde e o aproveitamento dos momentos de convivência
e de prazer possíveis? Será que não temos outra
alternativa que não seja viver em estado de permanente ansiedade
e sobressalto?
Claro que temos alternativas, e o desafio desse momento complexo e
acelerado é esse: cuidar de nós mesmos. Até porque
utilizando a visão espírita na leitura dos acontecimentos
comuns da existência veremos que eles se enquadram no que os
espíritos chamam de “vicissitudes da vida material”
e estão a serviço do nosso desenvolvimento tanto intelectual
quanto moral.
Os sofrimentos são acontecimentos exteriores, não são
determinantes de nada, uma vez que impactam de modo diferente a cada
pessoa, dependendo de como ela os acolhe em seu meio interno.
Este é um lado da questão.
O outro lado da questão é que todos dispomos de possibilidades
infinitas à nossa volta para viver momentos de alegria, de
riso, de meditação, de relaxamento, de reenergização,
de contemplação de beleza, de criatividade, de espiritualidade,
todos reconhecidamente portadores de mudanças neuroquímicas,
indutoras de relaxamento, de bem-estar, de equilíbrio emocional.
A proposta de “Em que posso ajudar” deste mês é
justamente despertar o leitor para o arsenal de armas contra a depressão,
a ansiedade, e todas as doenças que se instalam no corpo em
decorrência do estresse: úlceras, problemas cardiovasculares,
problemas de pele, doenças autoimunes, as complicações
psicológicas do estresse permanente como as alterações
do sono, do humor, favorecendo a instalação de quadros
depressivos, de pânico, bipolaridade, etc.
E o que temos nesse arsenal?
Aquilo que tivermos tido o cuidado, a vontade, a determinação
de buscar e experimentar, atentando para o que tem o precioso efeito
de proporcionar a liberação do estresse, por poucos
minutos que sejam, passa a ser recurso, medicação valiosa
antiestresse. Uma vez tendo feito tais descobertas passamos a instalá-las
como hábito, como cuidado, como recurso a se lançar
mão para nos ajudar a absorver e transformar, para melhor,
os assim chamados acontecimentos estressantes, e o processo torna-se
contínuo e crescente.
Vou sugerir algumas dessas possibilidades apenas para ilustrar do
que estou falando, mas evidentemente será necessário
respeitar as individualidades, sabendo que cabe a cada um conhecer,
testar e trazer para sua vida o que tiver um efeito salutar perceptível.
Vamos lá:
Experimente cantar, dançar, assistir cenas engraçadas,
ler páginas otimistas, repetir frases de estímulo, dar
um passeio junto à Nature za, brincar com o cãozinho,
fazer um trabalho manual, participar de um coral, de um trabalho de
grupo, de um grupo terapêutico, mudar a
arrumação da casa, pintar uma parede...
Essas experiências podem ser feitas nos momentos de estresse
ou fora deles, o importante é estar atento a si mesmo, observando
o que muda o humor, o que acalma a ansiedade, o que dá descanso
ao espírito do turbilhão das emoções negativas.
Mas o melhor antídoto dos estresse, é sem dúvida,
sair de dentro de si mesmo e dar amor.
Assim nos fala Léon Denis no livro Depois da Morte
no capítulo do Amor:
O bom humor é a saúde da alma. Deixemos nosso coração
abrir-se para as impressões sãs e fortes. Amemos para
sermos amados!
Enfim, motivos para sermos estressados sempre existirão. Mas
os meios de experimentarmos a paz, a tranquilidade, a alegria de viver,
também são inesgotáveis.