Trecho
Ainda nesse período se iniciam as disputas entre dois grupos
de seguidores da doutrina, os que consideravam a doutrina espírita
uma religião e os que a entendiam como uma ciência.
A primeira privilegiava o estudo de O Evangelho segundo o
Espiritismo, focando suas atenções nos ensinos
morais do cristianismo. Para a segunda, o importante era a parte
experimental – a dos fenômenos físicos –
e “só aceitavam a ciência e a doutrina filosófica
reveladas, mas não seu desdobramento religioso, calcado
nos evangelhos” (DAMAZIO, 1994, p.105).
Este embate levou, já na década de 1870, à
dissolução, reformulação e surgimento
de grupos com maior ou menor ênfase nos aspectos religiosos
ou científicos da doutrina. Desta forma surgem a Congregação
Espírita Anjo Ismael, em 1877, o Grupo Espírita
Caridade, em 1878, a Sociedade Espírita Fraternidade, em
1880, todos de concepção religiosa, e o Grupo dos
Humildes, profundamente rustanista, posteriormente denominado
Grupo Ismael, de relevante participação nos rumos
do espiritismo no Rio de Janeiro, a partir da década de
1890.
No lado dos científicos, após tomarem a direção
da Sociedade de Estudos Espíritas Deus, Cristo e Caridade,
em 1879, e mudarem sua denominação para Sociedade
Acadêmica, reformulam seus estatutos, onde se identifica
no Art. 2º que a função da Sociedade é
“(...) criar e sustentar a Academia Espírita de Ciências
na Capital, e gabinetes e círculos filiais onde for conveniente,
para observação e estudo de todas as Ciências,
especialmente as que tiverem relação direta com
a Ciência Espírita.