Iniciamos a divulgação
de alguns artigos procurando identificar nas pessoas - almas -
espíritos reencarnados - padrões que facilitem o
conhecimento mútuo e as relações interpessoais,
bem como o processo do autoconhecimento, em especial no meio espírita,
sem a pretensão de estabelecer algo "definitivo",
mas apenas transmitir o produto de nossas observações
no lidar com grande número de pessoas.
Felizmente, não com muita freqüência temos encontrado
um certo tipo de pessoa que apresenta características diferenciadas
entre colaboradores, assistidos, etc. Citamos o que observamos
de mais comum no compulsivo-fascinado, embora existam variações
inclusive quanto à gravidade do processo compulsivo-obsessivo.
Embora não representem grande número no nosso meio,
é importante destacar porque principalmente em relação
ao Espiritismo existem dois problemas principais que são:
• Pessoas de prestígio
no nosso meio que são objeto de ataques daqueles que vamos
denominar neste trabalho compulsivos-fascinados, e que se dão
ao trabalho de dar respostas e justificativas;
• Outras pessoas que ouvem o que o compulsivo-fascinado
quer falar e alimentam a "paranóia" prejudicando
o doente, até porque intimamente sabem estar diante de
elemento difícil e ouvir e concordar muitas vezes parece
a posição mais cômoda para evitar maiores
"aborrecimentos".
Dissimulam o distúrbio/obsessão (até de forma
inconsciente, talvez por instinto de sobrevivência) aparentando
uma calma que estão longe de sentir e uma inteligência
que, na verdade, é apenas superficial (já que razão
e lógica são aspectos importantes de inteligência
e se contradizem totalmente com este tipo de distúrbio/obsessão),
iludindo pessoas sem senso crítico em relação
ao que ouvem ou vêem.
Em ambos os casos, entretanto, é importante termos consciência
de que o compulsivo-fascinado é um doente que necessita
de ser tratado e dificilmente assume consciência de que
precisa de ajuda médica e espiritual e não se submete
a qualquer tipo de terapia. Esta posição gera prejuízos
que se manifestam por toda a existência, pois geralmente
dificulta o relacionamento familiar, profissional, social e no
meio espírita. Na família, conhecemos casos em que
os familiares - geralmente cônjuge e filhos – tornam-se
verdadeiros "reféns" de suas idéias fixas,
opiniões equivocadas e unilaterais, pois não têm
capacidade de considerar a realidade criando para si mesmos uma
"realidade" individual que tentam impor às demais
pessoas.
Na categoria de co-dependente, situa-se no padrão de "controle",
oferecendo conselhos e orientações sem que sejam
solicitados pelas pessoas; agindo de modo a sentir-se necessário
para ter uma relação com as demais pessoas; tentando
convencê-las sobre o que devem sentir e pensar; fazendo
com que os outros façam o que não querem fazer;
gastando energia e buscando posições de supremacia;
não respeitando a liberdade alheia. Pensa que as pessoas
devem ser como ela quer que elas sejam.
Lembram essas pessoas - compulsivas-fascinadas - os inquisidores
do passado - embora esses muitas vezes desenvolviam o processo
de perseguições por razões materiais e pessoais
- que se focam em certa direção aonde parece estarem
vendo uma "luz" que precisam atingir, movidos pelas
suas idéias fixas. Não conseguem, realmente, se
conscientizar que a "luz no fim do túnel" tanto
pode ser algo bom como a lanterna de um trem vindo na nossa direção.
"Inquisidores",
na atualidade, seriam ignorados pela maioria das pessoas e, se
houvesse muita insistência em posturas "inquisitoriais",
seriam internados em casas de doentes mentais, mas nunca levados
em consideração.
Situa-se a compulsão-fascinação entre os
vários distúrbios mentais onde se observam as idéias
fixas, que permanecem de forma obsessiva, impedindo uma análise
realista de fatos e conceitos. Embora, geralmente, os terapeutas
situem o Transtorno Obsessivo-Compulsivo como manias exacerbadas,
que se manifestam em comportamentos físicos, vemos o TOC
também dentro do campo das idéias fixas, mesmo porque
manias que se manifestam de forma material são geradas
por concentrações mentais em determinado objeto
ou direção. Entretanto, este tipo de distúrbio
está geralmente associado a um processo mais ou menos grave
de fascinação que se apresenta, entre outras, com
as características que evidenciam:
• Influência
sutil e pertinaz, quase imperceptível para o obsediado,
o que dificulta muito a cura do problema espiritual, já
que geralmente não admite o processo obsessivo e não
aceita se submeter a um trabalho de desobsessão;
• Perda de capacidade de julgamento, apegando-se a fatos
e conceitos de forma obsessiva e agressiva, na maioria dos casos
sem a capacidade de apreender a realidade e os problemas que o
ser humano enfrenta na interpretação, seja dos fatos,
seja dos conceitos;
• Inconsciência, pois criam uma realidade própria
na qual vivem mergulhados e para a qual querem arrastar as demais
pessoas, sem perceber o ridículo das suas idéias
fanáticas que tentam impingir de todas as formas possíveis;
É, sem dúvida alguma, "a obsessão mais
difícil de ser curada", pois envolve sentimentos e
pensamentos se refletindo na ação, gerando fanatismo.
Vivem, inclusive, um processo depressivo, o qual, da mesma forma,
não admitem e, portanto, não tratam.
Embora não seja o nosso objetivo no momento, a fascinação
atua negativamente nos médiuns, gerando comunicações
inoportunas, crença absoluta na identidade de Espíritos
mistificadores que se manifestam nas comunicações
etc. Além dos prejuízos evidentes já citados,
que decorrem do distúrbio mental associado com o processo
obsessivo, o compulsivo-fascinado pode em determinados momentos
incorrer - na sua ânsia de imposição de suas
idéias - em crimes previstos no Código Penal Brasileiro,
pois dentro da sua inconsciência não desenvolvem
senso de auto-crítica, essencial no processo do auto-conhecimento.
Tais crimes - citamos como ilustração - são
os identificados como Injúria e Difamação
- que se definem como:
Injúria (Atribuir
a alguém uma qualidade negativa, que venha a ofender sua
dignidade ou seu decoro)
Art. 140 - Injuriar alguém,
ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar
a pena:
I - quando o ofendido, de forma reprovável,
provocou diretamente a injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em
outra injúria.
§ 2º - Se a injúria consiste
em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou
pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena - detenção, de três
meses a um ano, e multa, além da pena correspondente
à violência.
§ 3o Se a injúria consiste na utilização
de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião,
origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora
de deficiência: (Redação dada pela Lei nº
10.741, de 2003)
Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído
pela Lei nº 9.459, de 1997
Difamação (Atribuir a alguém um fato determinado
que seja ofensivo à sua reputação).
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe
fato ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção, de três
meses a um ano, e multa.
Na assistência
espiritual, identificamos pessoas com as características
citadas, que não admitem a compulsão-fascinação
ora abordada e não recebem a assistência para esta
finalidade. As pessoas com tais características recebem
assistência por "outros motivos", o que dificulta
a recuperação pela não identificação
de uma das grandes causas de seus problemas, impedindo a necessária
mudança interior. No nosso trabalho para depressão
grave identificamos assistidos com este padrão, mas - embora
admitam e tratem a depressão - não admitem a compulsão-fascinação,
geralmente por controle.
Para prevenir o distúrbio e o processo obsessivo é
essencial para o Ser Humano entender que vivemos em mundo ainda
de pouca evolução e, portanto, habitado por almas
ou Espíritos da mesma categoria, onde: Não existe
nada que seja inteiramente verdadeiro. Todas as verdades são
meias verdades.
Em matéria de Doutrina Espírita, a tendência
exagerada de discutir e criar polêmicas em termos de interpretação
pode gerar o compulsivo-fascinado que se intitula "O dono
da verdade", e tenta "impor" a sua "verdade"
através de posturas agressivas que não convencem
ninguém e, no máximo, tornam-se grotescas e ridículas.
Neste sentido, citamos a célebre frase de Léon Denis,
que é o nosso lema em matéria de Espiritismo:
"NÃO
DISCUTAS, POIS, MAS TRABALHA. A DISCUSSÃO É VÃ,
ESTÉRIL É A CRÍTICA..."
Pessoas
que passam muito tempo discutindo e criticando, geralmente não
são produtivas e não realizam um trabalho que poderia
ser realmente útil a si mesmas e às demais pessoas
- /no meio espírita - nas assistências social e espiritual,
aulas que visem a educação e não somente
levar conhecimento e acima de tudo na exemplificação
como cristão perante a vida e perante as demais pessoas.
No que diz respeito a fatos, é importante lembrar que a
interpretação daquilo que se observa depende de
enquadrar o fato no contexto da situação e dos objetivos
que geraram a sua exteriorização, que geralmente
estão muito além da capacidade de entendimento de
"pára-quedistas", presentes no momento em que
acontecem.
A interpretação de fatos é sempre realizada
de acordo com a realidade interior do observador, formada pelos
seus sentimentos, pensamentos e emoções. Portanto,
sempre unilateral e pessoal. Mais grave, quando os fatos não
são presenciados, mas noticiados por outras pessoas, quando
sofrem um processo de deturpação grave. São
"interpretados" duas vezes e de forma cada vez mais
isolada das circunstâncias e motivações. Situando
muito bem o problema de interpretação a que nos
referimos acima, cita Montaigne.
"A
PALAVRA É METADE DE QUEM A PRONUNCIA E METADE DE QUEM A
OUVE"
Com base
nas questões citadas fica o nosso "alerta" às
Casas Espíritas e pessoas que, por estarem em destaque,
podem ser assediadas por compulsivos-fascinados, no sentido de
não alimentar os distúrbios e processos obsessivos,
respondendo a críticas estéreis e se envolvendo
em discussões vãs. Pretensiosamente - "exigem"
respostas como se fossem os "fiscais" do Espiritismo
e das Casas Espíritas - dos quais obviamente estão
bem distanciados dentro do processo da compulsão-fascinação,
gerando a co-dependência no padrão controle a que
nos referimos acima.
Não existe nenhuma "obrigação"
para qualquer entidade ou pessoa de dar respostas a críticas
estéreis ou entrar em discussões vãs. Se
houver constrangimento através de assédio por qualquer
meio e evidência de injúria ou difamação,
acionar as autoridades competentes é contribuir para auxiliar
o obsessivo-fascinado a tomar conhecimento do seu problema e -
quem sabe? – tratar-se adequadamente.
Lembramos, novamente, a frase de Léon Denis, que deveria
ser a diretriz de todo espírita-cristão que realmente
compreende "O que é ser Espírita" e quais
são as suas responsabilidades perante a vida, perante a
si mesmo e perante as pessoas em geral: "NÃO DISCUTAS,
POIS, MAS TRABALHA. A DISCUSSÃO É VÃ, ESTÉRIL
É A CRÍTICA..."