O TEXTO resgata a atuação de duas
personalidades eminentes do candomblé da Bahia, na década
de 1930: o babalaô Martiniano Eliseu do Bonfim e a ialorixá
Eugênia Ana dos Santos, a famosa Aninha, do Centro Cruz Santa
do Axé do Apo Afonjá.
Martiniano, nascido na Bahia, era filho de escravos
alforriados, tendo sido enviado por seu pai para estudar a língua
ioruba e as tradições africanas em Lagos, na Nigéria.
Voltando a Salvador, tornou-se um líder religioso e sempre
manteve estreita ligação com destacados intelectuais
baianos. Aninha foi outra figura modelar entre as comunidades religiosas
de terreiros, destacando-se pela sua indiscutível capacidade
de liderança. Tanto Martiniano como Aninha contribuíram
para o grande êxito do Segundo Congresso Afro-Brasileiro, realizado
em Salvador, em janeiro de 1937.