- Universidade Federal do Rio
Grande do Sul - Brasil
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Resumo
O segmento do livro religioso é
o que mais tem crescido no mercado editorial brasileiro. O presente
artigo sugere um mapeamento preliminar deste fenômeno, partindo
da hipótese de que o livro e a leitura, quando relacionados com
o universo religioso, nem podem ser reduzidas a expressões particulares
do crescimento geral de determinados grupos religiosos, nem podem ser
nivelados a um genérico mercado religioso, apresentando problemáticas
e características próprias. O mercado editorial religioso
expressa tanto o crescimento de grupos particulares – como os
neopentecostais – quanto tendências culturais genéricas
de passagens entre fronteiras doutrinárias e denominacionais,
aonde o grau de troca interdenominacional, expresso pelos indicadores
do mercado e pelos títulos das editoras é maior do que
o admitido pelos discursos dos líderes das Igrejas. A partir
do exame dos casos espírita e evangélico, pergunta-se
aqui pela autonomia do fenômeno e sugere-se que tanto as idéias
de mercado quanto de cultura devem ser combinadas a fim de dar conta
de um modelo interpretativo abrangente do fenômeno.
Fonte: Ciências Sociais
e Religião, Porto Alegre, ano 6, n. 6, p.51-69, outubro de 2004